SUZAN BOYLE OU SUZANA VIEIRA?

Neste último domingo o programa "Domingão do Faustão" extrapolou na nítida falta do que apresentar de útil ao seu fiel público, e lá, confesso que numa televisão alheia, compartilhada por muitos, me ative ao que nos era inacreditavelmente mostrado, audiovisualmente.

Claro,se existe o direito da transmissão ao público, penso que também existe o direito da opinião. E não podemos opinar sobre o que não vimos.

É assim que democraticamente seguimos pela televisão brasileira , numa época de comemoração do seu aniversário, pela maior decadência de conteúdo que nossos olhos poderiam ver e nossos ouvidos poderiam escutar.

Ainda outro dia eu aqui lamentava a possível retirada do ar do programam Casseta e Planeta, um programinha que me diverte apesar de concordar que já teve seus dias melhores.

E alguém me questionou sobre o meu lamento argumentando que o programa está fora de prumo.

Eu pergunto : e o resto? Penso que o Domingão Do fausto já expirou em muito o seu tempo de prorrogação.

O programa é dum mau gosto incrível, faustão mais parece garotão propaganda do tudo que me parece duvidosamente de qualidade.

Empurra goela abaixo do público as mais medíocres apresentações e opiniões em seus lamentáveis comentários que nada agregam aos telespectadores.

Mas recebe palmas, aquelas palmas dos que são comandados como gado.

E nesse último domingo achei a exposição de Suzana Vieira, uma falta de caridade do apresentador e de total bom senso da atriz.

Por um instante senti mau estar em ver até onde uma busca pela audiência desmedida pode chegar.

Na hora da vocalização da artista, que acredita que cantou, o próprio maestro poderia ter evitado tamanha exposição da insensatez artística que ali ocorreu.

Aquilo tudo que se viu denuncia o quanto a rede Globo perdeu o rumo e o respeito pelo seu artista e pelo seu público.

Lembrei de Susan Boyle, uma exímia cantora que decerto seria vaiada pelo Domingão do Faustão, simplesmente porque não perfaz o script global da vulgaridade total e ali não havia sensibilidade alguma para o tal pressentimento do ridículo, aquela que deveria nortear a programação dos shows de toda sorte.

Um circo o Domingão do Faustão,

Lamento muito que caímos a tal ponto de se aplaudir com efusão o nada.

Um retrato fidedigno da crise social que atravessamos aonde literalmente, a exemplo da fábula do rei nú, se bate continência a todos os reis pelados.