This Is It - O Filme
Finalmente criei coragem e assisti o filme que eu já queria ter visto há muito tempo. Bela produção artística, excelente fotografia, excelente direção musical e com um conteúdo de um quase documentário.
Muitas coisas me chamaram a atenção. Kenny Ortega é um cara extremamente fantástico, ele sabia como produzir um show, mas, o show do Michael não seria um simples show de um cantor extraordinário que iria subir num palco e fazer com que milhões de pessoas fossem ao delírio com suas músicas, o show de Michael Jackson seria além disso... Seria um show de efeitos especiais sobre os palcos, seria um show de luz, som e dança, talvez esteja ai o segredo de se conseguir produzir um filme de mais de duas horas por um show. Onde já se viu: um show virar um filme?
Esse texto com certeza não será o mais longo, nem o mais bonito, mas, será o mais sincero. Eu busco palavras para descrever todas as sensações que eu tive durante o filme, todos os sorrisos e todos os olhares de preocupação sobre meu ídolo. Sim, a partir de hoje eu nomeei Michael Joseph Jackson como meu ídolo musical, coisa que eu jamais pensei que fosse fazer com nenhum artista, do ramo musical ou não. Isso mostra que a música do Rei do Pop tem força pra continuar mesmo após a sua morte - acho que já disse isso aqui antes - e que o contrato firmado com a Sony - o maior da história da música - que dá plenos direitos sobre sua música até 2017 é uma prova disso.
Irão lançar coletâneas, coletâneas e mais coletâneas. É inadmissível que a música de o Rei do Pop morra com ele, Michael marcou época, várias épocas. Ele fez de seus álbuns, Eras.
A Sony tem que ter a sensibilidade de que os fãs de Michael querem, ou melhor, precisam de que suas centenas de músicas arquivadas sejam levadas a público, com remixes ou não. Se estivesse vivo, Michael não acharia justo que seu trabalho ficasse escondido. Ao menos um álbum com... Dez, dez inéditas, acalmaria os órfãos do Rei do Pop, além de ser um bom produto comercial, se levarmos em conta que durante um ano qualquer notícia sobre Michael Jackson pode ser veiculada na mídia para aumentar um pouquinho a divulgação.
Vamos lembrar: Em 2008, mesmo com Michael Jackson afastado dos palcos, a SomLivre lançou "The King of Pop - Brazilian Collection", que vendeu relativamente bem, a propaganda trazia seus maiores sucessos, mas, não havia nada "narrado" além do nome do disco; após a morte do Rei do Pop, o comercial sofreu um pequeno ajuste, algo como "a música nunca morre", com o fundo musical de "You Are Not Alone", um hit estrondoso em meados de 1995/1996.
Voltando ao filme, uma das coisas que me deixou mais animado foi a criatividade de Michael, ele dava palpites claros sobre os arranjos, sobre as vozes, sobre a performance, sobre tudo. Tudo com um ar de compreensão e sinceridade. Aparentou estar profundamente incomodado com o "ouvido musical" que colocaram, além de não gostar das bruscas mudanças em arranjos na sua música. Disse ele certa vez: "quero como ela [a música] é, como o público conhece!" o que reflete uma profunda preocupação - natural - quanto ao seu legado.
Aparentemente falando, Michael estava bem de saúde, talvez devido a idade de 50 anos ele já não dançasse como antes, nem cantasse como antes, mas, algumas perfomances me surpreenderam. Cantou baixo durante praticamente todo o filme com a justificativa de "preservar" sua voz para a hora do espetáculo, o que me deixou profundamente magoado sendo que esse show nunca aconteceu - mas, ele não sabia disso, não posso culpá-lo.
O filme tem suas partes enérgicas, mas, também tem suas partes comoventes. O show é cheio de pequenos detalhes que o fariam ser magnifico. Desde os novos "clipes" que foram feitos em músicas como Smooth Criminal, Thriller, They Don't Care About Us e Earth Song, até a jaqueta especial que Michael usaria em "Billie Jean", sem esquecer do "fogo" que iria contornar o palco em um momento especial, e a entrada triunfal que Michael faria dentro de um robô do futuro que iria noticiar os acontecimentos na humanidade.
O mais irônico é que Michael estaria literalmente dentro desses fatos em breve, infelizmente. Falando de um ponto de vista mais crítico, notei além da empolgação, de quanto ele estava ancioso e preparado, o medo. Michael estava profundamente amedrontado, profundamente apegado a seu Deus e buscava nele uma força para seguir o trabalho. This Is It iria marcar um divisor de águas nas apresentações "ao vivo" dos artistas do mundo todo.
This Is It seria mais que um show, seria um mundo de fantasia, um mundo mágico sobre os palcos que levaria milhões de pessoas a loucura. E antes das cortinas se fecharem, Michael se firmaria para sempre como o Rei, não apenas o "Rei do Pop", mas, ele se mostraria o "Rei da Música", de qualquer música, qualquer melodia, qualquer gênero, qualquer voz. O Guiness Book é que está certo, ele foi sem dúvidas, o maior artista de todos os tempos e vai demorar muito para qualquer outro chegar próximo a ele.