Homem eterno
O conforto, bom sono, a abundante comida e a segurança prolongaram a vida: —minha expectativa é 70. É ótimo saber que não morrerei aos 30 por guerra, peste ou miséria; quero me aposentar cedo, ler os jornais e viver bem.
E leu os jornais: ... Contemplaste a eternidade? Viste o que é o tempo e o que são teus anos comparados a todos os anos? Quem és tu diante da morte?
—Refletiu e, agora, nada daquilo conforta o homem que contemplou a eternidade. Ele tornou-se um homem eterno.
Equilibrando-se em um muro de 69 polegadas, viu-se cercado por dois abismos, atrás e à frente. São 7 palmos que impedem-no de regressar ou avançar. Seus pés, que tocavam firmemente o muro, estremeceram-se mesmo estando jovens.
—este muro é estreito demais!—Disse ele.
Jurado de morte pela vida, ele diz: 70 anos não é nada, morrerei amanhã.
Chocado pelo curtíssimo muro presente, agora ele vive em um instante o que um homem naturalmente viverá em toda sua vida. Seu instante é do tamanho da eternidade.
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Em homenagem à LaRhana