UMA LASCA
Pela manhã, ao caminhar na mata do condomínio, ouvi sussurros. Parei, olhei para os lados, nada. Nisso, vi um menino vindo da ala das churrasqueiras. Trazia, em uma das mãos, uma lasca do tronco de uma árvore.
O que estás fazendo? – perguntei-lhe.
– Senhora, este garoto é um cara de pau! Olhe o que ele me fez!
– Quem está falando?
– Eu! Estou ao seu lado esquerdo.
– Foi...
– Foram ele e mais dois destruidores!
– Usamos como espadas.
– Oh! Como dói!
– Dói?! Plantas e árvores não têm sensibilidade!
– Quem disse isso? Sentimos o mesmo que os humanos. Nascemos e morremos com vocês.
– O que posso fazer para amenizar a tua dor?
– Molhe minha ferida.
– Ah! Se tivesse sido comigo, pediria ajuda ao abacateiro.
– Como assim, amiga?
– Ele está cheinho de frutos e eu jogaria um na cabeça de cada demoninho.
– Nem pense nisso! Agressão não se paga com agressão! Eles precisam ser conscientizados de que muito dependem de nós. Absorvemos o gás carbônico e liberamos oxigênio, melhorando a qualidade e a umidade do ar, além de abstrairmos os ruídos e o barulho das ruas, das cidades.
– Senhora, podes nos ajudar?
– Sim!
– Moça?!...
Ao olhar para o menino, vi lágrimas em seu rosto. Sua expressão era de vergonha e de arrependimento.
– Como?
– Faça Campanhas Sociais para que cuidem de nós, preservem a natureza e os seus habitantes.
Moral da história: Boas ações ganham outras. A educação faz os homens despertarem para a realidade e tornarem-se mais fraternos.