A xícara, o café e o pão de João
Era uma vez,uma xícara,a garrafa térmica de café e o pão de forma do café da manhã de João.
A xícara sorridente recebeu em seu recipiente,todo o resto do conteúdo do café que havia na garrafa térmica e o pão que foi amanteigado pelas mãos de João e que este tinha acabado de pegá-lo,molhá-lo com o café puro que fora despejado em sua xícara.
Mas,o que João não sabia é que tais objetos falavam toda manhã em seus desjejuns.
A xícara como sempre sorridente,dizia,eu espero-te café, venha se derramar sobre mim,todo o seu líquido vindo de dentro dessa sua garrafa térmica e o café,também lhe falava calma-te que eu já vou! Minha amiga! Meu café preto,quente e saboroso já está pronto para ser degustado e o pão de forma, como sempre,amanteigado,falava,além de eu ficar repleto de manteiga,ainda por cima,sou molhado no líquido do café,para amolecer-me.
E era essa mesma rotina,de todos os dias,e o João que era um rapaz comilão,comia e não sentia nem um pingo de perdão nem compaixão por esses seus alimentos,ele só queria saber de comer para saciar sua fome.
Só que um dia,filosoficamente falando,os três,a xícara, o café e o pão de forma refletiram e se perguntaram sobre o porquê de suas vidas mal vividas e um tanto efêmeras e breves durarem tão pouco tempo,diante,de tal personagem,chamado: João que os devorava, e o único que se livrava e ficava sobrevivente era a xícara que,afinal de contas,não havia como comê-la,ou seja,portanto,os únicos que sempre encontravam um triste final era o café e o pão que nele era molhado e também ficava com um gostinho de manteiga e após, o pão ter ficado encharcado e amolecido pelo café da xícara,o João que era um rapaz,simplesmente e apenas,acabou de uma vez por todas com aquela indagação filosófica e reflexiva,deles todos,e fez com que eles se calassem para todo o sempre,ou seja, tanto o pão quanto o café em seu estômago e a que sobrava era apenas a xícara que tinha sido a única testemunha daquele assassinato e que não podia fazer nada,senão,esperar pelos próximos cafés e pães que estariam por vir para serem vítimas em seu recipiente de porcelana.
E assim segue a vida,disse,lamentando-se ela,a xícara por acabar,sempre,sozinha.
Autor: Wilhans Lima Mickosz