Luxúria // Amigo Dionísio
flor rubra//pétalas ao vento
lábios macios//doces gumes
mel escorre//luxúria! luxúria!
Alline Danielle // Pedro Cardoso
Farei uma Análise Literária deste Duplix, pois considero que é um subgênero recente e necessita de algumas explicações, especialmente para aqueles que não estão muito familiarizados com essa nova tendência. É crucial ressaltar que este tipo de poesia é uma parceria eterna, costumo dizer que é algo inseparável e que representa uma parceria fraterna. Até agora, não conheci ninguém que tenha desfeito tais arranjos. Observem que são dois Poetrix de autores distintos, não é possível fazer qualquer combinação. Esta é a principal norma desta estrutura. O segundo poeta precisa se ajustar ao que foi inicialmente proposto. É essencial que exista uma ligação perfeita entre ambos e que haja uma leitura individual de cada um dos poemas sem que eles percam a identidade.
Vou separar os Poetrix para que se tenha uma visão melhor.
Luxúria
flor rubra
lábios macios
mel escorre
(Alline Danielle)
Amigo Dionísio
pétalas ao vento
doces gumes
luxúria! luxúria!
(Pedro Cardoso)
Vamos voltar ao exemplo inicial.
Luxúria // Amigo Dionísio
flor rubra//pétalas ao vento
lábios macios//doces gumes
mel escorre//luxúria! luxúria!
Alline Danielle // Pedro Cardoso
Na verdade, existem três poemas distintos, dois Poetrix e um Duplix. O Duplix pode ser visto como o terceiro poema - a combinação dos Poetrix que culminou no Duplix.
Portanto, iniciarei a análise do Duplix: Luxúria // Amigo Dionísio. Veja que "Amigo Dionísio" está coerente com "luxúria". Dioniso era conhecido como o deus grego do vinho, das celebrações, da felicidade e do teatro. O título esta diretamente ligado às celebrações e à embriaguez provocada pelo consumo e luxúria, inclinado à sensualidade excessiva e ao desejo sexual excessivo, que a tônica do poema.
O primeiro verso "flor rubra//pétalas ao vento" descreve com clareza a vagina de uma mulher nua, tanto na cor como nas pétalas que estão descritas no segundo verso com perfeição: "lábios macios//doces gumes". No terceiro verso temos: "mel escorre//luxúria! luxúria!" Retrata a consumação do ato: luxúria! luxúria! Simbolizando o prazer da relação...
... E viva a poesia!!