PENSAMENTO DE CAIO PRADO JÚNIOR CONTIDO NA OBRA "FORMAÇÃO DO BRASIL CONTEMPORÂNEO"
No livro "Formação do Brasil Contemporâneo" o sociólogo e historiador Caio Prado Júnior traz à tona a sua interpretação das vivências e das práticas de três séculos do Brasil Colonial, com enfoques histórico e sociológico. Observa-se que ele tece críticas ao modelo do colonialismo português e ao sistema escravista incentivado e mantido pelo colonizador.
O autor faz a sua análise, sobretudo, pelo aspecto econômico. Para ele, o colonizador lusitano se interessava apenas pela exploração extensiva da Colônia, unicamente para atender os interesses de Portugal e à sua estratégia para conquistar, ampliar e manter mercados. Para manter a estrutura exploratória, investia no comércio, na escravidão de negros africanos e na captura e opressão de povos indígenas, que eram utilizados como mão de obra braçal escrava.
Caio Prado Júnior também faz uma discussão crítica sobre o sentido de colonização e defende que a ocupação, povoamento e exploração do Brasil não passava da prática de um modelo meramente exploratório dos recursos naturais e minerais, com a finalidade de enriquecer Portugal e suprir as necessidades da Corte.
O Brasil era um mero "empreendimento" utilizado para fornecer a Portugal e ao comércio europeu (através das transações comerciais praticadas pela Coroa) diversos gêneros, como o açúcar, o Pau Brasil e o tabaco inicialmente. Mais à frente, passou-se a explorar as riquezas minerais e enviar ouro, diamantes e outras pedras preciosas para a Metrópole. Numa outra fase, levava-se toda a produção de café e algodão para atender as demandas do mercado europeu.
De maneira geral, o balanço que Caio Prado Júnior faz, é que esse período foi negativo para a Colônia e para o desenvolvimento do seu povo, tendo em vista que a visão econômica do colonizador sempre esteve acima de interesses desenvolvimentistas, de formação e consolidação de uma sociedade forte.
Esses aspectos (de uma nação/colônia alicerçada no latifúndio, na monocultura e no trabalho escravo) influenciaram sobremaneira na formação da estrutura da sociedade brasileira, uma sociedade atrasada, desigual e repleta de injustiça social, provocada por esse modelo estrutural.
Resumindo: a origem do atraso da sociedade brasileira está diretamente apegada ao modelo de colonização periférica exploratória a que o país foi submetido pelo colonizador português.