Análise da Letra de Música “MEU NOME É MÚSICA”
Análise da Letra de Música “Meu Nome É Música” de Bosco Esmeraldo.
Por: Ezra Ganan Otiôtis
Conheça a versão em áudio.
A letra de “Meu Nome É Música” é rica em termos de narrativa e técnica musical, apresentando um percurso emocional e técnico que destaca a relação íntima entre o músico e a música. Aqui estão alguns pontos de destaque e uma análise mais aprofundada dos elementos presentes na letra:
Estrutura da Letra
A música segue uma estrutura bem definida, com versos, refrões e uma ponte que se conecta de maneira coesa, proporcionando uma narrativa contínua e envolvente.
Verso 1:
| Dizem que, ao nascer, não chorei, mas solfejei
| Uma canção de protesto, um grito em tons graves
| Começando em tônica, seguindo a subtônica
| Subi pra subdominante, para a dominante deslizei.
| Uma sétima menor imprimi no acorde,
| Migrei pra um Diminuto de preparação
| Me calando dando fim a iniciação
| Pra repousar na Tônica de sétima maior, concorde.
No primeiro verso, o autor utiliza terminologia musical para descrever seu nascimento e início de vida, destacando a conexão intrínseca com a música desde o começo. A progressão harmônica mencionada (“tônica”, “subdominante”, “dominante”) reforça a ideia de uma jornada musical.
Refrão:
| Meu nome é música, ecoando na alma
| Notas e ritmos, em cada palma
| Compondo a vida, em harmonias sem fim
| Sou a melodia, que sempre esteve em mim
O refrão enfatiza a identidade do autor como música, usando imagens de notas e ritmos que ecoam na alma, compondo a vida em harmonias infinitas. Esta parte da música reflete a fusão entre a vida do autor e a música, indicando que a melodia é uma parte intrínseca de seu ser.
Verso 2:
| Minha jornada começou em notações musicais
| Em cada evento, até adolescer
| Minha voz mudou, um baixo a emergir
| Calado por um tempo, sem agudos a atingir
No segundo verso, a jornada musical continua com a mudança vocal durante a adolescência, onde a voz do autor se torna um baixo. A ausência de agudos e a pausa no canto refletem uma fase de transição e desenvolvimento.
Ponte:
| Conheci o coral, e meu naipe era baixo
| Voltei a cantar, mesmo que ninguém quisesse ouvir
| Meu amigo violão me ensinou a tocar
| E em troca, lindas composições ele me deu a criar
Jogo de Palavras e Personificação
Aqui, o autor usa a figura de linguagem conhecida como prosopopeia, dando vida ao violão e fazendo com que ele assuma o papel de professor. Essa escolha estilística não só enriquece a narrativa, mas também sublinha a profundidade da conexão emocional entre o músico e o instrumento.
Elementos a Serem Destacados:
1. Personificação do Violão:
- “Meu amigo violão me ensinou a tocar”: O violão é tratado como um amigo e mentor, sugerindo que o aprendizado não foi apenas uma aquisição de habilidade técnica, mas uma experiência enriquecedora e emocionalmente significativa.
- “E em troca, lindas composições ele me deu a criar”: Esta linha implica uma relação simbiótica onde o violão, agora personificado, retribui o esforço do músico com a inspiração para criar belas composições.
2. Relação Simbiótica:
- O uso de “meu amigo” e “em troca” sugere uma troca mutuamente benéfica, destacando a ideia de que o processo de aprendizado foi uma parceria, e não uma via de mão única.
- A criação das composições é vista como um presente do violão, reforçando a ideia de que a música possui uma vida própria e uma vontade de se manifestar através do músico.
Refrão:
| Meu nome é música, ecoando na alma
| Notas e ritmos, em cada palma
| Compondo a vida, em harmonias sem fim
| Sou a melodia, que sempre esteve em mim
O refrão repete, reforçando a mensagem central da música: a identidade musical do autor e a conexão profunda com a música.
Finalização:
| Agora canto livre, com o coração a vibrar
| Cada nota, cada acorde, minha história a contar
| Meu nome é música, e sempre será
| A essência que vive, a música que há
| Agora, vivo uma simbiose de música e compositor
| A música me assedia em todo e qualquer lugar ou momento
| Vejo e ouço música do nada ao tudo, do silêncio ao maior barulho
| Para mim, tudo exala canção. Por isso, meu nome é música.
Na finalização, o autor celebra a liberdade de cantar e a simbiose entre música e compositor. A música está presente em todos os aspectos da vida do autor, do silêncio ao barulho, destacando uma existência onde tudo exala canção.
Conclusão
A letra de “Meu Nome É Música” é uma celebração poética e técnica da vida musical do autor. A utilização de terminologia musical, a progressão harmônica, e a prosopopeia do violão enriquecem a narrativa, tornando-a uma obra única que reflete a profunda ligação entre o autor e a música. A música é vista não apenas como uma arte, mas como uma parte intrínseca do ser, moldando e sendo moldada pela vida do autor.
Ezra Ganan Otiôtis
O Jardineiro das Letras