A disputa pelo Pilar de Cefiro
A DISPUTA PELO PILAR DE CEFIRO
Miguel Carqueija
“Não posso suportar que as pessoas que eu gosto sejam infelizes.”
(Umi Ryuuzaki)
“Para a esmagadora maioria do povo de Cefiro... creio que nós, as Guerreiras Mágicas, somos criminosas imperdoáveis que mataram o Pilar.”
(Fuu Houoji)
“Mokona... eu sou sua amiga. Mais que isso... já somos uma família pois lutamos lado a lado na última batalha.”
(Hikaru Shidou)
No quinto dos seis volumes do mangá “Guerreiras Mágicas de Rayearth” da CLAMP (em distribuição brasileira da JBC, 2014; edição original da Kodansha, Tóquio, 1994) chegamos a um anticlímax onde as três jovens heroínas repassam o que tem acontecido e o que elas realmente querem.
Os sentimentos de nível superior, o desprendimento, a generosidade, o altruísmo das garotas perpassa toda a saga e se manifesta neste volume de forma quase didática, enquanto as ações que envolvem os diversos invasores não adquirem aspecto conclusivo. Eagle de Autozan, Tata e Tetra de Cizeta e a infantil Princesa Aska, de Fahren, possuem consideráveis poderes, e no que resta de Cefiro também há pessoas poderosas, como Cléf, Lantis e as próprias Guerreiras Mágicas com seus machins (gênios que na verdade eram mechas ou robôs gigantes de combate). Um grande choque de poderes parece iminente.
Todavia, o aspecto caricato dos invasores diminui em muito a tensão da história. No fundo, as personagens mais sérias são mesmo Umi, Fuu e Hikaru, e elas não têm gosto nenhum por carnificinas. Para elas, alguma coisa deve mudar para a sempre em Cefiro. E é justamente o sistema do Pilar, que vitimou Emeraud e Zagato.
Não se revela de que forma começou o sistema, ou quem foram os pilares antes da Princesa Emeraud. Mesmo, porém, sem nada saber sobre o passado de Cefiro, as guerreiras Hikaru, Fuu e Umi estão motivadas a lutar pelo resgate daquele mundo dilacerado pela dor e pelo medo. Um mundo que não é o delas, mas que elas amam a ponto de arriscarem as suas vidas.
“Majikku Naito Reiâsu” (título original japonês) = Guerreiras Mágicas de Rayearth.
Rio de Janeiro, 7 de junho de 2014.