Fuu Hououji, Hikaru Shidou e Umi Ryuuzaki, as Guerreiras Mágicas de Rayearth.
GUERREIRAS MÁGICAS DE RAYEARTH volume 4: delineia-se o destino de Hikaru
DELINEIA-SE O DESTINO DE HIKARU
Miguel Carqueija
Resenha do volume 4 – primeiro da Fase 2 – do mangá “Guerreiras Mágicas de Rayearth”, da CLAMP – edição brasileira da Editora JBC, S.Paulo, 2014 (Kodansha, Tokyo, 1994). CLAMP formada por Satsuki Igarashi, Nanase Ohkawa, Tsubaki Nekoi e Mokona.
Umi Ryuuzaki, a guerreira da água, com sua majestade.
“Cléf, você nos disse que Cefiro é um lugar lindo e pacífico... protegido pelo coração dócil e gentil da Princesa Emeraud. Só que... eu ainda não conheci esse verdadeiro Cefiro.”
(Hikaru Shidou)
Capa do volume 4.
A primeira fase do mangá “Magic Knihgh of Rayearth” termina tragicamente, com a morte da Princesa Emeraud e o abrupto retorno de Hikaru, Fuu e Umi a Tóquio. Com a situação mal resolvida, as condições no mundo de Cefiro complicam-se cada vez mais. A ausência de um pilar faz com que aquele planeta, que depende da magia, se deteriore rapidamente. As três guerreiras mágicas, temporariamente de volta a uma existência normal na Terra, onde não possuem poderes, são agora amigas inseparáveis, compartilhando um segredo que não podem revelar a quem quer que seja. Seu destino, porém, é retornar a Cefiro para completarem a sua missão.
O mago Cléf com seus aliados criou um palácio de refúgio para o que resta da população, enquanto prepara as provas que determinarão um novo pilar – a pessoa que, como Emeraud, manterá Cefiro com o poder das orações. Então, elementos de outros planetas se aproximam, ambicionando a posição de pilar. Um deles é Eagle, de Autozam. Outro é Lantis, na verdade cefireano e irmão do falecido Zagato, mas que se encontrava no exterior há tempos. A Princesa Aska, de Fahren, também se candidata, como as estranhas irmãs Tatra e Tata, de Cizeta.
Enquanto isso, no castelo, as três meninas reencontram amigos como Caldina, Rafaga, Presea, Ferio e Ascot, além do Mokona.
Elas agora conhecem a verdade e querem trazer a redenção para o sofrido mundo de Cefiro. Sobretudo Hikaru, a Luz da Terra, deseja ardentemente que o zelo de Emeraud não se perca.
Um detalhe tocante é a atitude bondosa e humilde das guerreiras – ainda que carreguem este título de “guerreiras”, são meigas, sensíveis e amorosas, a um nível muito superior ao da maioria dos personagens da ficção. Umi, por exemplo, tida como a elegante do trio e estudante de uma escola para meninas ricas, e que no começo se mostra temperamental, parece bastante suavizada pelo compartilhamento do sofrimento com o povo daquele mundo. E embora o próprio procedimento de Cléf, que ocultou das meninas a verdadeira intenção de Emeraud, que era a de ser morta por elas como meio de liberar o cargo de pilar de quem já não podia exercê-lo com eficácia, fosse um procedimento questionável, ela é quem se desculpa com ele: “Eu não levava nem você, nem as coisas que você dizia a sério... fui uma menina tão nojenta...” Uma humildade suave também emana de Fuu, como se vê no seu encontro com Ferio, onde chega às lágrimas ao sabê-lo irmão de Emeraud.
É também com humildade que Hikaru se dirige a Lantis, sabendo-o irmão de Zagato. Hikaru lamenta ter morto Zagato, cuja verdadeira motivação desconhecia. Porém é evidente que as três heroínas não tiveram culpa: em nenhum momento Zagato quisera dialogar com elas, apenas procurara matá-las. A fatalidade de tudo envolve as meninas guerreiras, agora motivadas em salvar aquele mundo da destruição ou da queda sob uma potência estrangeira.
E o caráter messiânico de Hikaru vai se tornando cada vez mais evidente.
Rio de Janeiro, 9 a 11 de maio de 2014.
Hikaru (centralizada), mais baixa e mais ingênua que as outras duas, é a mais especial e a chave para solucionar os problemas de Cefiro.