Suzuka diante de si mesma: por que sofrer tanto afinal?

SUZUKA episódio 26: o grande final

Miguel Carqueija

O capítulo final de “Suzuka” — seriado de relações humanas e de esporte (atletismo) — é comovente e significativo, reunindo, mesmo em rápidas aparições, a maioria dos personagens que aparecem ao longo da trama, até o gato do pensionato de estudantes. O defeito, que podemos apontar, são as ruas vazias, percorridas apenas pelos personagens; sabemos que a presença de figurantes complica o trabalho dos animadores, mas torna muitas cenas inverossímeis, ainda mais em cidades grandes.

Hattori, Honoka, Saotome, Megumi, Ayano, Miho, Hashiba, aparecem, mas o realmente importante é que, após o anticlímax do episódio 25, finalmente Suzuka resolve abrir o seu coração para Yamato. O problema que acontecia, e que é a base do argumento, é o perdido amor de Suzuka por Tsuda, o atleta que morreu num desastre de trem e que Yamato não chegou a conhecer. O trauma da perda levou Suzuka a uma síndrome, uma barreira psicológica: não querer amar mais ninguém por medo de outra perda — aliás improvável, ou seja, ocorrer outra tragédia na vida amorosa de Suzuka.

A fotografia em seu quarto: o que poderia ter sido um grande amor e que uma fatalidade destruiu.

Resenha do seriado de animação “Suzuka”, episódio 26, “Vento frio”. Estúdio Comet, Japão, 2005. Com base no mangá de Kouji Seo (Editora Kodansha, 2004-2007). Produção: Tsukuru Maruyama, Gou Shukur, Minoru Yoshida e Kazunari Ueda. Direção: Hiroshi Fukutom. Roteiro: Hiroko Tokita. Música: Masanori Takumi. Desenho de personagens: Tadashi Shida.

Elenco de dublagem:

Suzuka Asahina......................Kanako Mitsuhashi

Yamato Akitsuki.....................Daisuke Nakamura

Yuuka Saotome......................Masami Suziki

Megumi Matsumoto..............Hatsumi Miura

Yasunobu Hattori...................Takanori Ohyama

Ayano Fujikawa......................Yuki Kaida

Sakurai Honoka......................Yumiko Hosono

Miki Hashiba.......................... Seika Hosoka

Kazuki Tsuda.......................... Mamoru Miyano

Arima Emerson...................... Takahiro Hirano

Miho Fujikawa........................ Satomi Akesaka

Soichi Miyamoto..................... Takeshi Maeda

Hattori e seus conselhos a Yamato.

“Pare. Se você for mais legal comigo, eu vou acabar gostando.”

(Suzuka Asahina)

“As pessoas estão ficando com raiva de mim a noite toda.”

(Yamato Akitsuki)

“Eu gosto do Akitsuki-kun apesar de tudo, mas ele só tem olhos para você.”

(Sakurai Honoka para Suzuka Asahina)

“Senpai... Eu gosto de alguém. Ele é desajeitado, irresponsável, gosta de se meter no assunto dos outros, é controlador, e mesmo pensando que sempre, sempre brigamos, ainda assim, eu gosto muito dessa pessoa. É por isso que... eu sinto muito, senpai.”

(Suzuka Asahina diante do túmulo de Tsuda)

Honoka volta a conversar com Suzuka, desta vez mais tranquilamente.

É excelente a cena do cemitério, quando Suzuka chama Yamato para acompanhá-la desta vez na visita ao túmulo de Tsuda, onde ela ajoelha, reza e queima incenso. E então ela dirige ao falecido, que ela chama “senpai” (veterano) as palavras acima referidas, e que na verdade significavam uma declaração de amor a Yamato, que de pé e atrás dela, a tudo ouvia.

É linda a cena em que Suzuka sorri para Yamato, finalmente se descontraindo, bem como a cena final em que eles se dirigem de mãos dadas para o colégio.

Parece que recentemente fizeram um novo seriado, focalizando a filha do casal.

Rio de Janeiro, 10 de março de 2024.

O desfecho: rezando diante do túmulo de Kazuki Tsuda, Suzuka explica a seu amor perdido que agora gosta de Yamato.