Kagura: ingênua, inocente e bondosa, não obstante confrontada com um terrível dilema.

 

 

GA-REI ZERO episódio 11: o destino inevitável de Kagura e Yomi

 

GA-REI ZERO episódio 11: o destino inevitável de Kagura e Yomi

Miguel Carqueija

 

Extraordinário o ato onze – o penúltimo – da mini-série “Ga-Rei Zero”. Quando os destinos de Kagura e Yomi convergem para o apoteótico desfecho!

Garaku Tsuchimiya, pai de Kagura, surge a tempo de salvar a filha quando esta, presa pela mão na fauce do Ga-Rei Ranguren, está prestes a ser morta por Yomi. O patriarca Tsuchimiya bem que tenta eliminar Yomi, lançando contra ela o Ga-Rei Byakuei; mas Yomi defende-se com o Ranguren e, em meio ao combate das bestas espirituais, ela enfrenta Garaku num combate encarniçado a espada.

Kagura, coitada, não sabe o que fazer e implora ao pai e à irmã de criação que não lutem, mas ninguém a escuta. E quando ela pode ajudar o pai, hesita — o que determina a vitória de Yomi, que vai embora depois de abater o adversário, a quem deixa moribundo.

O entrecho profundamente dramático apresenta duas narrativas paralelas e contrastantes: enquanto numa das unidades de rastreamento do Ministério do Meio Ambiente o que restou da equipe — a Diretora Jinguji, Kirito, Kouji Hiwahata e os irmãos Nabu lutam contra Yomi e o Ranguren, num confronto terrível, no hospital trava-se uma conversa singela entre Kagura e seu pai.

Ranguren e Byakuei: dois monstros se enfrentam.

 

Resenha do seriado de animação “Ga-Rei Zero”, episódio 11, “Perturbação do destino”. Estúdio A/C Spirits, Japão, 2008. Direção: Ei Aoki. Trilha sonora: Noriyasu Agematsu. Baseado no mangá de Hajime Segawa.

Elenco de dublagem original:

Kagura Tsuchimiya..............................Minori Chihara

Yomi Isayama......................................Kaoru Mizuhara

Noriyuki Izuna.....................................Shinya Takahashi

Kazuki Sakuraba..................................Minoru Shiraishi

Garaku Tsuchimiya..............................Tetsuo Komura

Naraku Isayama...................................Mugi Hito

Mei Isayama........................................Ryoko Tanaka

Irmãos Nabuu......................................Norio Wakamoto

Chizuru Yanase (Yacchi).......................Chika Horikawa

Kazuhiro Mitogawa............................. Megumi Matsumoto

Ayame Jinguji.......................................Mai Aizawa

Yuu Isayama.........................................Takko Ishimore

Miku Manabe.......................................Nozomi Masu

Kohara Michael....................................Hirozaku Hiramatsu

Masaki Shindo......................................Tetsuya Kakihara

Kiri Nikaidou (Kirito)..............................Tsuchiya Maki

Kouji Iwahata........................................Tetsu Inada

Kensuke Nimura....................................Minoru Shiraishi

 

A hora da verdade entre Kagura e seu pai, Garaku Tsuchimiya.

 

“A mais poderosa besta sagrada, Garei Byakuei, e os Tsuchimiya que a herdam são uma monstruosidade. Mas eu costumava ser fascinada por eles. Mas hoje será o fim disto.”

(Isayama Yomi)

 

“Eu matei o Kazuki. Ela o matou porque eu não consegui matá-la.”

(Noriyuki Izuna)

 

“A Isayama Yomi se tornou um espectro por causa da sesshoseki.”

(Kirito Nikaidou)

 

“A pedra da morte (sesshoseki): um fragmento do espírito da Kyuubi (Raposa de Nove Caudas). Um cristal com um poder monstruoso. Seu possuidor adquire poder espiritual ilimitado, mas sua alma é engolida, o transformando num espectro.”

(Ayame Jinguji)

 

“Assim, com seu desejo transformado na maldade da Kyuubi, ela destruirá tudo na Terra.”

(Ayame Jinguji)

 

“Não importa o motivo, obter aquela coisa é imperdoável. Ela cometeu tal pecado.”

(Ayame Jinguji)

 

“Eu sequer posso morrer?”

(Isayama Yomi, num momento de lucidez, quando tenta o suicídio e descobre que não consegue se ferir com a própria espada; em seguida a pedra da morte incorporada em sua testa volta a dominar seu espírito, com a potencialização de tudo que havia de mal enrustido nela)

 

“Cedo ou tarde farei os humanos desaparecerem da face da Terra.”

(Isayama Yomi)

 

“Esta é a primeira vez que você abre seu coração para mim, Pai.”

(Tsuchimiya Kagura, acompanhando os últimos momentos de seu pai no hospital e recebendo dele o poder ancestral da família Tsuchimiya)

 

Kiri Nikaidou é extremamente leal e dará a sua vida em cumprimento do dever.

 

Pela primeira vez o patriarca da família Tsuchimiya — e não se sabe que fim levou o resto da família — trata Kagura docemente e até pede perdão a ela por ter sido tão duro e desde cedo tê-la forçado a treinar: por querer que ela ficasse logo forte, porque quem controlasse o Byakuei não viveria muito. A lembrar que quando enviuvou o patriarca não quis cuidar de sua filha única e a deixou aos cuidados do amigo Naraku Isayama, também exorcista, pai adotivo de Yomi. E Yomi tornou-se a irmã de criação de Kagura e elas foram as melhores amigas até Yomi possuir a pedra da morte e se perverter, tornando-se um monstro assassino.

Naquelas poucas horas em que passaram juntos, os dois se entenderam. Garaku chegou a comentar o quão pouco falara com ela na vida, pois achou que não teriam o que conversar. Kagura ri discretamente, achando graça naquilo, e responde: “Afinal, somos pai e filha”. Garaku se enternece, arrependido pelos anos de convivência com a filha, que ele poderia ter tido e desperdiçou.

Garaku não tem mais força para manter o Byakuei, o dragão-serpente, sob controle; retirando a pequena pedra da morte (esta, diferente da que Mitogawa deu a Yomi, é selada, exorcizada e domesticada; apenas controla o Ga-Rei ou fera espiritual chamada do mundo paralelo para os combates) de sua mão, ele a entrega à Kagura.

Colocando a pedra como um brinco na orelha, Kagura agora possui um poder semelhante ao de Yomi. Kagura, que tem apenas 13 anos.

As duas jovens que “carregam o fardo do destino”.

Quanto à luta, dela não participa Izuna, que permanece no escritório, morto de vergonha por ter deixado Kazuki morrer. Yomi, descontroladamente, continua matando e as novas vítimas são a diretora (que embora em cadeira de rodas lutou bravamente), sua assistente Kirito e um dos gêmeos Nabu.

Kagura é a imagem da inocência, da singeleza, da alma pura. Por isso, no mangá de Hagime Segawa ela é chamada a Sacerdotisa Branca, e Yomi a Sacerdotisa Negra (luz e trevas). Mas é significativo que, após a morte do pai e depois de colocar na orelha a “pedra da morte” domesticada e selada que controla o Biakuei, ao sair do hospital ela seja abordada pelo estranho Mestre Michael, que lhe entrega a espada recém-forjada, a Michael 13.

Não se deve subestimar a inocência.

Kagura, apesar de sua inocência, acaba de herdar o poder ancestral dos Tsuchimiya. E somente ela conhece profundamente as técnicas de luta de Yomi.

E agora, ambas estão na curva do destino.

A irmã mais velha, Isayama Yomi, se corrompeu e tornou-se um ser das trevas.

Tsuchimiya Kagura, porém, permanece íntegra — e somente ela é capaz de derrotar Yomi. Mas poderá Kagura lutar contra a pessoa a quem ela mais ama no mundo?

 

Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2024.

A Diretora Ayame, do departamento de combate a desastres sobrenaturais do Ministério do Meio Ambiente, comenta o mal trazido pela "sesshoseki" ou pedra da morte.

 

NOTAS: segundo crenças japonesas, chinesas e coreanas, a Raposa de Nove Caudas (Kyuubi) é uma espécie de ser sobrenatural de imenso poder, em uma das versões considerada maligna e demoníaca; a sesshoseki ou pedra da morte é um fragmento cristalizado de seu espírito. Os próprios ga-reis ou bestas espirituais seriam fragmentos da Raposa, mas que podem ser domesticados por exorcistas. Na história do mangá Ga-Rei, a Kyuubi estaria selada após uma guerra mística ocorrida há séculos.

 

 

Abaixo: o logotipo da série, que já revela o que vai acontecer no final.

Acompanhadas pelos seus ga-reis ou feras espirituais guardiães, a Sacerdotisa Negra e a Sacerdotisa Branca se enfrentam no duelo decisivo.

Reparem nesse detalhe: a espada mistica que Kagura está segurando - a Michael 13, que substitui a Michael 12 que ela usava - tem a forma de uma cruz, o símbolo da redenção.