A ARTE ESPETACULAR DE DILSON POETA
PREFÁCIO
No calor, à brisa quieta,
busco a preguiçosa rede.
Empurro o pé na parede
e vou ler Dilson Poeta...
(SQ)
Orgulho "danado", como costumamos dizer por aqui, do convite para prefaciar esta ARTespetacular do querido poeta Dilson Ferreira da Silva. Orgulho que, devo asseverar, vem acompanhado de proporcional responsabilidade. Afinal, incumbo-me de antecipar aqui o que o leitor encontrará adiante na arte espetacular de Dilson Poeta.
Entendendo a poesia como algo vivo e inacabado, creio que um poema somente se completa a partir da recepção do leitor. Dito isto, fica claro que a magia e o encantamento que vivenciei em minha leitura, são únicos e somente meus. Magia que cada um vai experimentar a partir de sua própria experimentação, ou degustação, melhor dizendo.
E o que encontrei por aqui? Principalmente o amor! Diria que a pena de Dilson fala do que o coração é pleno. Amor em suas várias formas, não somente o amor romântico(eros) sempre presente nos muitos versos à sua musa inspiradora; mas também, e em boas doses, o amor fraterno, que exercita e demonstra nos muitos sonetos em que retrata o dia-a-dia e o valor da família; ostenta e esbanja o amor amizade(philia) pela legião de amigos que o cercam e inspiram; mas aprofunda-se no mergulho rumo ao amor incondicional(àgape), divinal e puro, reiterado em sua repetida profissão de fé no Criador.
Em sonetos, quadras ou em versos livres, encontraremos na obra de Dilson um verdadeiro desfile de amigos e colegas. Apresentando, inspirando, ou encimando os versos, nos depararemos com alguns nobres e famosos, a exemplo de Mahatma Gandhi, De Gaulle ou Winston Churchill.
Acompanhe o papo literário com outros mais próximos, nem por isso menos nobres, conterrâneos papa-girimun, como: Emecê Garcia, Eri Paiva, Jânia Souza, Janilson Dias de Oliveira, José Acaci, Renato Rodrigues e Rita Macêdo.
Motes variados sugeridos, talvez nos sonhos deste Poeta, por seus colegas: Affonso Romano de Sant'anna, Ariano Suassuna, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Érico Veríssimo, Ferreira Gullar, Manuel Bandeira, Machado de Assis, Millôr Fernandes e Paulo Leminski.
Recupere bem o fôlego para entrar no bate-papo do nosso Dilson com seus confrades: Balzac, Bukowski, Camões, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Neruda, Shakespeare, Umberto Eco e Victor Hugo, entre outros.
Nao deixe passar a oportunidade de viajar com Dilson pelo Gênesis, pelos Salmos, pelos evangelhos sinóticos(Lucas, Marcos e Mateus), e participe também dos diálogos com João e Paulo.
Participe das parcerias musicais que acontecem com Roberto Carlos, João Gilberto, Jobim, Vinícius e outros tantos, passando por Bob Marley e Lennon.
Experimente caminhar peripatético com Aristóteles e nosso Dilson, mas não deixe de notar outros ilustres, como Platão, Sócrates, Jung, Proust, Erasmo, Tolstói, Sêneca... ufa! E ainda tem conversa com o pensamento de Nietzsche, Epicuro, Bacon, confusão com Confúcio e explicação de Freud.
Intertextualidades e citações várias à nossa espreita em cada virada de página. Um verdadeiro deleite!
Conheci Dilson Poeta na comunidade virtual Recanto das Letras e encerro repetindo uns versinhos que lhe fiz por lá dia desses.
Palavras quando saídas
da pena do grande esteta.
É feito a prece exprimida
do coração de um profeta.
Se mudam em rico tesouro,
valem muito mais que ouro,
como as de Dilson Poeta...
(SQ)
Stelo Queiroga
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