No poema de Fernando Pessoa, a profundidade da existência é explorada de forma intensa. A obra mergulha no âmago da consciência, refletindo sobre a angústia que acompanha a compreensão do mistério do mundo.
Pessoa aborda o dilema entre a sabedoria e a ignorância, questionando se a felicidade reside na inocência da não compreensão. Essa reflexão complexa destaca a dualidade entre a alegria aparente e a amargura interior diante da vastidão do desconhecido.
A experiência descrita no poema evoca um paradoxo humano profundo: quanto mais se compreende, mais se sente a própria incompreensão.
A obra ilustra como a consciência do mistério do mundo pode gerar uma espécie de horror paradoxal, contrastando a aparente felicidade de quem não conhece com a angústia daquele que compreende a imensidão desse enigma.
Essa reflexão sobre a natureza da compreensão e da inconsciência nos leva a questionar se a verdadeira felicidade está na inocência ou na busca incessante pelo conhecimento.
Por fim, o poema de Pessoa ressoa ao mergulhar na dualidade entre a alegria superficial e a melancolia interior. Ele nos leva a contemplar como a aparente alegria das pessoas ao nosso redor pode contrastar com a desolação interna de quem vislumbra o mistério e compreende sua vastidão.
Essa obra nos convida a refletir sobre o impacto do conhecimento na percepção da realidade e na busca pela verdadeira felicidade.
O mistério do mundo,
O íntimo, horroroso, desolado,
Verdadeiro mistério da existência,
Consiste em haver esse mistério. ...
Não é a dor de já não poder crer
Que m’oprime, nem a de não saber,
Mas apenas completamente o horror
De ter visto o mistério frente a frente,
De tê-lo visto e compreendido em toda
A sua infinidade de mistério. ...
Quanto mais fundamente penso, mais Profundamente me descompreendo.
Os aber é a inconsciência de ignorar...
Só a inocência e a ignorância são
Felizes, mas não o sabem.
São-no ou não?
Que é ser sem o saber?
Ser, como a pedra,
Um lugar, nada mais. ...
Quanto mais claro
Vejo em mim, mais escuro é o que vejo.
Quanto mais compreendo
Menos me sinto compreendido.
Ó horror paradoxal deste pensar... ...
Alegres camponesas, raparigas alegres e ditosas, Como me amarga n’alma essa alegria!