Prefácio da obra: Cartas de Deus: quem é ela e como tudo surgiu, de Cláudio Cunha*
Prefácio
“Cartas de Deus: quem é ela e como tudo surgiu ” é uma narrativa que impressiona pela agradável leitura que nos proporciona. Possui uma grandeza ímpar, pois nos conduz a caminhos que leva-nos a reflexões profundas sobre a existência e o comportamento humano. Cotidianamente são comuns questionamentos como: “De onde vim?”, “O que sou?” ou “Para onde irei?”, tão presentes nesta obra de ficção, numa linguagem acessível que desvenda as origens do universo e do próprio ser humano.
Vivemos num mundo que passa por transformações a todo instante. E o homem está no comando dessas ações, geralmente conflituosas, caóticas, devastadoras, tornando o futuro incerto, como percebemos na narrativa, a raça humana “é especial por um motivo: é a única capaz de destruir todas as demais”. Insensível, atormentada pela pressa, a humanidade não contempla o lhe é essencial. Não há tempo para a percepção de um amanhecer/entardecer, para escutar o barulho da chuva, encantar-se diante de um sorriso ou de um gesto de solidariedade...
Cada carta tem um teor relevante e uma voz que se faz presente em todos os espaços, transmitindo energia e conhecimentos que revelam a essência da origem do tudo a partir do nada. Há uma comunhão plena entre criador e criatura. Uma aproximação carinhosa, de afeto e de respeito da energia criadora pela amada humana Swan. Nesse diálogo constante a valorização da vida é o que mais interessa, como revela a Energia Criadora: “é que a existência é serena e boa (...) Apenas viva, de acordo com os seus ideais, seus recursos, procurando evoluir a cada dia, fazendo o bem, nutrindo bons sentimentos.”
Eu diria até que há toda uma poeticidade presente no texto, aliás, essa presença torna-se tão forte que nos é ofertada através de um expressivo poema, com sonoridade musical, no final da obra.
Confesso que li toda a narrativa num só fôlego, afinal foi tão bem escrita sem desrespeitar as religiões e o ser humano na sua essência.
Por fim, fica registrado os meus aplausos para o escritor Cláudio Cunha por esta relevante obra, a qual, sem dúvida, marca a literatura guarabirense, com a habilidade e a criatividade de seus escritos que não são de agora, mas desde os tempos em que o mesmo destacou-se nas redações de rádios locais, escrevendo matérias e crônicas jornalísticas. Conheço Cláudio desde a década de 80, como radialista brilhante que foi, passou por emissoras de Guarabira como a Cultura AM, Rural AM e Constelação FM. Na Constelação tive o prazer de escutar muitas de suas crônicas, sempre vivas, realistas e envolvidas num raciocínio lógico sobre o cotidiano. Além de suas crônicas também compartilhava textos de outros cronistas. Fui um deles. Agora chegou a vez de este conceituado escritor nos brindar com esta obra marcante que vale a pena ser lida e relida várias vezes.
Guarabira, PB, Setembro de 2019.
André Filho
Professor, escritor e poeta. Membro da Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina, Seccional Guarabira – Casa Alfeu Rabelo.
* CUNHA, C. G. Cartas de Deus: quem é ela e como tudo surgiu. Sapé (PB): Instituto Sou Assis, 2020. (Série Tessituras do amanhã, v. 1). p. 11