NOSSOS FILHOS SÃO ESPÍRITOS

NOSSOS FILHOS SÃO ESPÍRITOS

Como diz a máxima de sabedoria espiritual:

“Nossos filhos não são nossos filhos.”

São apenas espíritos parceiros, irmãos espirituais numa mesma jornada de evolução.

Vamos entender de uma vez por todas que não existem pais e filhos.

Do ponto de vista espiritual, não há pai, mãe, filho ou qualquer outro papel biológico.

Existem apenas espíritos que se ajudam numa mesma caminhada espiritual.

Entenda que seus filhos não são seus filhos… são filhos de Deus.

Deus é o único Pai de todos nós.

Um Pai eterno, que tudo vê, tudo sabe e está presente em todos os lugares.

Um Pai eternamente vigilante, que não dorme e sempre cuida dos seus filhos.

Somos todos filhos de Deus, filhos e filhas de um mesmo Pai celestial.

Por acaso os filhos vêm ao mundo pela nossa inteligência e habilidade de geração?

Ou eles são gerados a partir de nós pela sabedoria infinita da criação divina?

Permitimos que eles sejam gerados, mas não somos nós a causa da geração.

Também não somos nós que lhes doamos o influxo vital e menos ainda seu espírito eterno. Tudo… absolutamente tudo é dado por Deus.

Como filhos de Deus, nós temos o sagrado direito a maior herança que existe em todos os tempos.

Essa herança é o cosmos infinito… que nos pertence e no qual viveremos pela eternidade.

Dessa forma, por que se preocupar com o destino dos nossos filhos?

Acaso esse Pai eterno e infinito, onipresente, onipotente e onisciente, deixaria seus filhos abandonados a sua própria sorte?

Ou Deus, sendo soberanamente justo, bom e perfeito, sabe melhor do que nós como cuidar de seus filhos?

Julgamos saber melhor do que a perfeição divina o que é melhor para os espíritos que chamamos filhos?

O pai terreno pode abandonar, pode morrer, pode se magoar, pode falhar, pode duvidar, pode errar de inúmeras formas com seus filhos.

Mas o Pai eterno jamais erra, jamais abandona, jamais duvida, jamais morre e está eternamente presente.

A mãe e o pai terrenos desejam obter a posse do filho. Proclamam aos quatro ventos: “É MEU FILHO”.

Há duas grandes ilusões nessa frase.

A primeira é “meu”. Ele não é seu, pois não há qualquer condição de posse em relação a ele e tampouco a nenhum espírito em todo o universo.

A segunda grande ilusão é dizer “filho”. Ele não é seu filho… é filho de Deus, filho no universo, filho do cosmos. Não é seu fruto… é fruto do infinito, da essência e fonte de toda a existência universal.

Os chamados “filhos” são espíritos livres e independentes; são almas que têm seu passado, sua história, suas experiências e seu próprio destino.

Os pais que desejam ter a posse dos filhos e desejam controlar seu destino deverão prestar contas diante de Deus, o verdadeiro Pai.

Não tem problema o filho do outro ser lixeiro… contanto que meu filho seja doutor.

Os pais declaram sempre que precisam orientar seus filhos nas veredas da existência.

Isso é verdade. A orientação, o ensino de valores e virtudes é importante, mas o exemplo de vida e a prática do que se ensina é muito mais importante.

Além disso, é certo que muitas vezes os filhos ensinam muito mais aos pais do que os pais aos filhos.

Há muitos espíritos de filhos que vêm com a missão de ensinar e orientar o espírito de seus pais. Mesmo crianças podem ensinar, orientar e ser um exemplo de conduta e sabedoria muito melhor do que seus pais.

Se tanto pais como filhos podem ensinar-se mutuamente, fica a pergunta: quem educa quem?

Um aprende com o outro e não há hierarquia educativa dos pais em relação aos filhos.

Por que nos arrogamos o direito de dizer-lhes o que fazer, o que pensar e como devem ser?

Aquele que acredita saber o que é melhor para os filhos se engana imensamente, está mergulhado numa perigosa ilusão.

Os seres humanos aprendem mais com a falta do que com o ganho, mais com a perda do que com a conquista.

Por isso, não se comprometa com o auxílio de tudo lhes dar e nada deixar faltar. Nem tente preserva-los das adversidades da vida.

Muitas vezes acreditamos estar colaborando e os estamos prejudicando.

Deixe que eles façam sua jornada naturalmente, pois suas experiências são inexoráveis. O que eles precisam e merecem viver, eles vão viver, independente de nossa vontade e proteção.

Não temos o direito de decidir por eles, de controla-los e menos ainda de fazer deles nossa imagem e semelhança.

Alguns afirmam que devemos guia-los em sua evolução. Mas sabemos mesmo como ajudar um espírito a evoluir? Esse “guiar” pode ser na verdade um “moldar” o outro, segundo o que acreditamos ser o certo.

O que julgamos ser o certo para ele, pode ser apenas uma projeção de nossas crenças.

A maioria não sabe nem mesmo o que é melhor para si mesmo. Não ajuda nem a si mesmo. Não resolve nem sua própria vida.

Muitos sequer praticam aquilo que deveriam ensinar aos filhos.

Por isso, os filhos devem ser livres para ser, fazer e pensar o que desejarem. Eles devem semear e colher aquilo que plantaram, pois é assim que os espíritos ascendem e se purificam.

E lembre-se: não há o que se preocupar, pois há um Pai perfeito cuidando deles.

Na hora da prova, o Pai acompanha seus filhos… Deus permite que eles errem para que aprendam com as consequências dos seus atos.

Como disse Jesus: “Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem”.

Nossos filhos são espíritos, eles trazem toda uma bagagem espiritual que estamos muito longe de compreender.

Entenda isso e entregue esses espíritos nas mãos de Deus.

O Pai celestial não falha. Quem erra somos nós mesmos.

HUGO LAPA
Enviado por IVANHOÉ em 15/08/2023
Código do texto: T7861778
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