A ALMA BOA DE SETSUAN
"A Alma Boa de Setsuan" é uma peça de teatro escrita por Bertolt Brecht em 1940. A história se passa na cidade fictícia de Setsuan, onde os habitantes são caracterizados como egoístas e desonestos. Quando a prostituta Shen Te é agraciada com uma grande quantia de dinheiro, ela decide mudar sua vida e ajudar os necessitados ao seu redor.
No entanto, ela se vê confrontada com a dificuldade de manter sua bondade e generosidade enquanto tenta sobreviver em uma sociedade corrupta e capitalista. Para lidar com essa situação, ela cria um alter ego masculino chamado Shui Ta, que se apresenta como um homem implacável e ganancioso, a fim de manter a sobrevivência de Shen Te.
A peça aborda temas como a moralidade, a desigualdade social, a luta entre o bem e o mal e a natureza humana. Ela é conhecida por apresentar uma abordagem distanciada e crítica sobre os personagens e situações, levando o público a refletir sobre a sociedade em que vivemos.
Abaixo, estão alguns diálogos importantes na trama:
"O mundo é mau, mas não por culpa dos homens bons." - Wang, no início da peça, explica que a cidade de Setsuan é cheia de gente boa, mas a bondade delas é frequentemente explorada pelos outros.
"O dinheiro é o nervo de todas as coisas." - Wang, falando sobre a importância do dinheiro na cidade de Setsuan e como isso afeta as pessoas.
"Será que não é possível ser bom e ainda assim sobreviver?" - Shen Te, a protagonista, questionando como ser bom em um mundo que a recompensa por ser má.
"Você não pode deixar que as pessoas abusem da sua bondade." - Yang Sun, um personagem que se envolve com Shen Te, alertando-a sobre como sua bondade pode ser usada contra ela.
"Eu sou a sua irmã gêmea, a irmã má." - Shui Ta, a persona masculina que Shen Te cria para lidar com a pressão financeira e a exploração que sofre por ser boa demais.
"A verdadeira bondade consiste em lutar contra o mundo inteiro pelo bem dos outros." - um personagem não identificado, expressando a mensagem central da peça, que ser verdadeiramente bom não é apenas ser gentil e generoso, mas também lutar contra as forças que impedem a bondade de prosperar.
Na peça "A Boa Alma de Setsuan" (título original em alemão "Der gute Mensch von Sezuan"), o ápice da trama ocorre quando Shen Te, é confrontada por um grupo de empresários que querem explorá-la e abusar de sua bondade. Ela se vê em um dilema moral, pois seu comportamento altruísta a deixou sem dinheiro e incapaz de sobreviver sozinha. Desesperada, ela inventa uma persona fictícia, seu primo Shui Ta, para assumir o controle de seus negócios e tomar decisões difíceis em seu lugar.
No ápice da peça, Shen Te/Shui Ta é levada a julgamento e confrontada com a acusação de ter duas personalidades diferentes, sendo então obrigada a provar que é uma boa pessoa, apesar das circunstâncias difíceis. A cena culmina com a emocionante canção "Cantiga do Fim do Mundo", na qual Shen Te/Shui Ta implora por uma solução para o conflito entre a bondade e a sobrevivência em um mundo capitalista e egoísta.
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Ronald Sá, é ator, dramaturgo, diretor e professor de teatro. Tem mais de 30 textos teatrais escritos, tanto infantil e adulto. Mora em São Luís do Maranhão. Começou a se interessar pelas letras desde criança. Formado em Artes Cênicas, tem um grupo de teatro na periferia da cidade maranhense, Anjo da Guarda. Bairro cultural, celeiro de vários artistas. Atuou, escreveu e dirigiu 26 espetáculos.