TÍMON DE ATENAS

Tímon de Atenas ou Timão de Atenas é uma peça de teatro de 1606 do dramaturgo inglês William Shakespeare, escrita provavelmente com Thomas Middleton, em que é narrada a trajetória de um misantropo ateniense, Tímon de Atenas (personagem provavelmente inspirado no filósofo homônimo). Foi publicada pela primeira vez em 1623 no First Folio. É a última peça do "período trágico" de Shakespeare, mas alguns estudiosos a posicionam entre as peças shakespearianas de definição mais problemática, complexa ou ambígua.

Inicialmente, Tímon era um grande mecenas. Patrocinava políticos, artistas, filósofos, prostitutas e qualquer um que se dizia seu amigo. A peça transcorre entre banquetes pantagruélicos oferecidos por Tímon. Atenienses ilustres desfilam pelo salão nobre e gravitam em torno dele. O mecenas é cantado, pintado, esculpido, analisado, cultuado e louvado em discursos. A prodigalidade dos elogios ao grande personagem não conhece limites e a traição terá lugar de honra à mesa de Tímon.

A produção mais antiga da peça foi em 1674, quando Thomas Shadwell escreveu uma adaptação sob o título The History of Timon of Athens, The Man-hater.

A peça "Tímon de Atenas" conta a história de um rico aristocrata ateniense que é conhecido por sua generosidade e bondade. Ele gasta seu dinheiro livremente com seus amigos, dando presentes e realizando banquetes opulentos.

No entanto, quando Tímon perde toda a sua fortuna, seus amigos se voltam contra ele e se recusam a ajudá-lo. Desesperado e traído, Tímon abandona a cidade e vive sozinho em uma caverna. Ele se torna um amargo misantropo e rejeita a oferta de ajuda de um homem honesto que encontra em sua solidão.

Abaixo, diálogo dos personagens envolvidos na trama:

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TIMÓN: Que homem é um homem se não faz o mundo melhor?

FLAVIUS: O dinheiro é a maldição do homem.

APEMANTUS: O mundo é um grande hospital, onde todo paciente é louco.

LUCIUS: O homem é a criatura mais fraca que Deus fez!

VENTIDUS: A amizade é apenas uma palavra, até que alguém a dê significado.

ALCIBÍADES: Eu não sou um homem de muitas palavras, mas quando falo, minhas palavras são ouvidas.

FLAMÍNIUS: A arte de falar é a arte de mentir.

PHRYNIA: O amor é como um soldado em guerra. Sobrevive com coragem e morre com medo.

TÍMORA: O amor é a única riqueza que aumenta quando compartilhada.

JEWELLER: O valor de uma joia é determinado por quem a usa, não por quem a faz.

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Eventualmente, Tímon descobre uma mina de ouro na caverna em que vive e volta para Atenas como um homem rico novamente. Ele planeja se vingar de seus falsos amigos, mas sua raiva é interrompida quando encontra Alcibíades, um general ateniense, que está liderando um exército contra a cidade. Tímon oferece seu dinheiro para ajudar Alcibíades a derrotar Atenas.

No final, Tímon morre em batalha, mas sua generosidade e espírito nobre são lembrados por Alcibíades e outros personagens que sobreviveram à história. A peça é vista como uma crítica aos perigos da ganância, do egoísmo e da falsa amizade.

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Ronald Sá, é ator, dramaturgo, diretor e professor de teatro. Tem mais de 30 textos teatrais escritos, tanto infantil e adulto. Mora em São Luís do Maranhão. Começou a se interessar pelas letras desde criança. Formado em Artes Cênicas, tem um grupo de teatro na periferia da cidade maranhense, Anjo da Guarda. Bairro cultural, celeiro de vários artistas. Atuou, escreveu e dirigiu 26 espetáculos.

Ronald Sá
Enviado por Ronald Sá em 14/03/2023
Reeditado em 14/03/2023
Código do texto: T7740227
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