Monja Coen - "Tempo de cura - como podemos nos tornar seres completos, firmes e fortes"

O primeiro livro que li em 2023 foi “Tempo de cura – Como podemos nos tornar seres completos, firmes e fortes”, o mesmo foi adquirido nas Lojas Americanas, por uns R$ 20, se bem me recordo. Coincidência ou não, este livro foi escrito em um momento de crise, em 2020, durante a pandemia, entre a primeira e a segunda grande onda, e foi comprado nas Americanas, cuja crise foi revelada dias após a compra deste exemplar, por novos contadores e diretores que detectaram rombos nas contas da mesma... daí eu cheguei à conclusão que o termo crise tem várias faces: econômica, de saúde, de valores, de política, enfim... e cá estamos, testemunhando-as.

A Monja Coen, que logicamente não nasceu monja e viveu como outra mulher qualquer até seu despertar para a filosofia budista, usa este livro (cuja capa traz uma escultura de um rosto em moldes gregos com uma máscara vermelha iguais às usadas na pandemia) para traçar um panorama lúcido e crítico da sociedade e como nos comportamos como grupo durante essa crise sanitária do Covid que atingiu a todos.

Entre os trechos nos quais conta sua história pessoal estão pequenos trechos com maior licença poética, com análises pessoais, rimas, metáforas em que são discutidos temas atuais e também reflexões sobre passagens antigas de sua vida e outras experiências.

Algumas questões julguei chatas, como alguns devaneios que foram muito subjetivos nestes trechos de maior licença poética. Outra coisa é o próprio tema da Covid, sobre o qual já estamos saturados e, lendo agora, em janeiro de 2023, já se torna um pouco obsoleto e ultrapassado, mas as reflexões são atemporais, o que é um gás pra que não se desista da leitura nestes trechos mais chatos, pois mais a frente sempre nos encontramos com bons trechos.

Durante a leitura, bastante pausada por vírgulas e curtas orações, é possível ter como pano de fundo, praqueles acostumados a assistir ou ouvir a Monja em vídeo ou áudio, a voz dela mesma. Também aprendemos que além de Monja, Cláudia, seu nome de batismo, é mãe, vó, bisavó, que morou no Japão, que visitou diversos países e também viveu diversas crises enquanto esposa, consigo mesma, flertou com o suicídio, o álcool, dentre outras turbulências.

Após o despertar, como a mesma escreve, a rotina de meditação e leitura de textos sagrados a faz mudar de vida e panorama mental e espiritual. Agora, as crises são vistas como algo que passou e fez sentido em seu caminho de mudança pessoal. Vale a pena a leitura. São 158 páginas. Quando havia oportunidade, colocava como pano de fundo algum som neutro para concentração, que não atrapalhava a leitura, e pode ser uma indicação para quem for ler este texto tão reflexivo em algum local com bastante ruído ou barulhos que possam nos distrair.

Sopro Mato
Enviado por Sopro Mato em 26/01/2023
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