Minha análise do livro QUANDO NIETZSCHE CHOROU!"

 

Faz tempo que deixei de ler livros no estilo “romance biográfico”. Isso porque me incomodava muito, não conseguir diferenciar onde terminava a realidade e onde começava a ficção. 

 

Quando fazia meu bacharelado em teologia, na matéria metodologia da pesquisa, do professor, João Batista de Aguiar, foi nos indicado três filmes: "DOM RUAN DE MARCO"; "FREUD ALÉM DA ALMA" e, “QUANDO NIETZSCHE CHOROU”. Eu  assistir aos três, para cumprir as exigências da matéria; para logo depois num placebo encontrá-lo, comprá-lo  e, tê-lo, em minha estante – um vício meu – mas, nunca o peguei para ler apesar de tê-lo em minhas mãos por várias vezes, o resistir, principalmente, por estar na lista dos “mais vendidos”. É uma condição a que me imponho. 

 

Nietzsche foi um dos ídolos da minha juventude, comprava, nos sebos, tudo que encontrava sobre ele, até em idiomas que eu não sabia ler. Essa semana, por acaso, peguei o livro da estante e lembrei-me do filme, e resolvi lê-lo. Apesar de ter apenas dois personagens centrais, que dialogam a maior parte do tempo, Yalom conseguiu inserir alguns tramas no texto, sendo as principais delas a crise da metanoia (Termo formulado por Carl Gustav Jung, para designar a “crise de meia idade”) do doutor Josef Breuer e os dramas existenciais de Nietzsche. Esses diálogos tornam-se um verdadeiro “xadrez psíquico”, no qual os dois gênios primeiro se confrontam e depois se ajudam em suas dificuldades.

 

Mérito para o Dr. Yalom, também, por colocar, ao final do livro, um posfácio, onde estabelece os limites entre a ficção e a realidade, diferenciando as bases concretas da sua obra do seu exercício de imaginação. Enfim, uma obra provocativa, que pode, ainda, trazer um questionamento íntimo ao leitor, a partir das suas abordagens filosóficas e psicológicas. Longe de poder retratar com profundidade os conceitos apresentados no livro, o filme também conseguiu filtrar seus principais momentos, tornando-se um “resumo” para quem não tiver “fôlego” pra a leitura das 400 páginas. Mas, vale a pena o esforço, de ver o filme e de ler o livro. Mesmo que você demore, como eu. E, depois, conhecer um pouco mais das ideias de Friedrich Nietzsche.