ARIANO SUASSUNA e VICTOR HUGO
Transcrevo abaixo (na íntegra) EXCERTO da obra AUTO DA COMPADECIDA:
"É VERDADE, O CACHORRO MORREU. CUMPRIU SUA SENTENÇA E ENCONTROU-SE COM O ÚNICO MAL IRREMEDIÁVEL, AQUILO QUE É A MARCA DE NOSSO ESTRANHO DESTINO SOBRE A TERRA, AQUELE FATO SEM EXPLICAÇÃO QUE IGUALA TUDO O QUE É VIVO NUM SÓ REBANHO DE CONDENADOS PORQUE TUDO QUE É VIVO MORRE".
Transcrevo abaixo (na íntegra) versos do poema QUAL É O FIM DE TUDO?
"QUAL É O FIM DE TUDO? A VIDA OU A TUMBA?
A ONDA QUE NOS SUSTÉM? OU A QUE NOS AFUNDA?
QUAL A LONGÍNQUA META DE TANTO PASSO CRUZADO?
É O BERÇO QUE EMBALA O HOMEM OU É O SEU FADO?
SEREMOS AQUI NA TERRA, NAS ALEGRIAS, NOS AIS,
REIS PREDESTINADOS OU SIMPLES PRESAS FATAIS?
ÓH SENHOR, RESPONDE, RESPONDE-NOS, ÓH DEUS FORTE,
SE CONDENASTE O HOMEM APENAS À SUA SORTE,
SE JÁ NO PRESÉPIO O CALVÁRIO SE ANUNCIA
E SE OS NINHOS SEDOSOS, DOURADOS PELA MANHÃ FRIA,
ONDE AS CRIAS VÊM AO MUNDO POR ENTRE FLORES,
SÃO FEITOS PARA AS AVES OU PARA PREDADORES"...