Pequeno comentário a respeita da série Round 6
Anteontem terminei a primeira temporada da famosa série coreana. Bem, estou escrevendo no dia de hoje por uma única razão: ver se ainda ficou alguma impressão que valha a pena memorizar (é um sábio conselho do sublime Machado de Assis). Resposta: Não. Não obtive nenhum proveito. Gosto de dar à arte o direito de se fazer arte(leia-se: acrescentar algo de relevente para a existência humana), entretanto nem sempre o que se diz arte é capaz de suprir essa minha exigência.
Talvez seja chatice da minha parte mas é o que temos. Vale lembrar que há vários níveis de entendimento para a famigerada round 6. Do mais simples (o sangue pelo sangue) ao mais complexo (fracasso da grande massa da espécie humana) nada há de novo, não há clímax genúino. Pois bem, por isso cito o eclesiastes - um dos livros bíblicos atribuídos ao Grande Rei Salomão - "não há nada novo debaixo do sol".
Vamos lá, todavia, não pude deixar de considerar algumas observações dos que compartilharam a experiência de assistir essa série.
"Achei legal"; "a série é boa"; "muito massa", em sua maioria, o grande público que viu a dita cuja, assim responde ao indagador que inquire àquele que lança o olhar ansioso para a telinha. Tendo isso em mente, impossível não lembrar do filme "Capitão Fantástico", onde a personagem Ben proíbe o filho de usar a palavra "interessante" para classificar alguma obra literária - o que pra mim é uma grande sacada, diria até que forte combatente a uma percepção ainda pouco hábil.
Tenho uma intensa tendência de crer que esse tipo de fenômeno humano (portador de expressões vazias e sedento de morte gratuita) não irá acordar nem tão cedo ao que a série expõe em sua totalidade. A superfície é tentadora demais. A síndrome de Rainha de Alice no país das maravilhas, ou seja, essa ânsia de querer ver cabeças cortadas, vai perdurar por um bom tempo.
Melhor que gostar é saber a razão de ter gostado. Cuidado com os gostos.
Cortem as cabeças, dizem eles - e eles se nutrem das cabeças cortadas.
E para não dizer que não falei de flores, as personagens fazem uma boa atuação.