A Tempestade - William Shakespeare - sentido simbólico.
Esta pequena obra(peça teatral) de Shakespeare foi escrita entre 1610 e 1611, e é tida por muitos críticos como a última peça escrita pelo autor.
O obra começa com navios passando por uma tempestade, onde o navio do Rei tripulado também por seu filho e sua corte naufraga próximo de uma ilha quase deserta. Todos sobrevivem.
Na ilha, reside o personagem principal, Próspero, duque de Milão e também mago, responsável pelo naufrágio, pois buscava vingança por ter sido traído pela corte e jogado para morrer juntamente com a filha Miranda em um pequeno barco a deriva.
Contudo, treze anos se passaram na ilha, onde Prospero educou sua filha e se aprimorou na magia a ponto de dominar os elementos e espíritos da natureza.
Numa descrição sintética e literal da obra pode-se dizer que Próspero, duque de Milão por direito, planeja restaurar a sua filha, Miranda ao poder, casando-a com o filho do rei, utilizando-se de ilusão e manipulação. Próspero então invoca a tempestade, visando assim atrair seu irmão Antônio, que lhe usurpou a posição de duque, e seu cúmplice, o rei Alonso de Nápoles, para a ilha. Lá, suas maquinações acabam por revelar a natureza vil de Antônio, provocando a redenção do rei, e o casamento de Miranda com o filho de Alonso, Ferdinando.
Durante a estadia na ilha, o caráter dos náufragos se revelam, alguns com características perversas e irremediáveis, enquanto outros se mostram arrependidos por seus erros. Como exemplo de pureza temos Mirando, a filha de Prospero. Como exemplo de natureza vil e ignorante temos um nativo da ilha, um ser demoniaco e disforme, filho de uma bruxa já falecida.
A peça é considerada "fantástica" por conter cenas de magia e seres espirituais. No sentido literal da obra, ela pode ser rotulada como um drama que envolve vingança, romance, manipulação e perdão.
Vamos agora ao sentido simbólico da obra;
É recorrente em mitos e contos de fada o nosso inconsciente ser representado pela figura de uma caverna, floresta, bosques, ilhas. O naufrágio que nos leva a uma ilha representa um mergulho no inconsciente, uma jornada interior.
Assim, a obra nos convoca a fazer esse mergulho em nós mesmos para enxergarmos todas as polaridades que existem em nós. Aquelas sombras que escondemos e não queremos ver nem mostrar. Portanto é uma oportunidade de nomearmos nossos defeitos e aprendermos a integrar essas polaridades dentro de nós para nos tornamos inteiros e, portanto, melhores.
Conta-se que o sábio não é aquele que exclui e arranca as polaridades negativas de si, mas que harmoniza as polaridades(bem e mal, belo e feito, etc), pois ele se percebe como um microcosmo, que abrange a totalidade dos princípios. A consciencia expande no atrito dos constrastes, pois é do atrito que surge o fogo que queima vertical em direção ao celeste.
Portanto, a obra nos convoca a uma auto observação para nos olharmos com mais impessoalidade e brandura, trazendo luz as sombras, para conhece-las, nomea-las, guerrear com elas, não no intuito de reprimi-las, mas integra-las com coragem.
Primeiro Próspero naufraga com sua filha de 3 anos, filha esta que representa sua alma divina e triádica.
Depois vem o segundo naufrágio, trazendo mais elementos da personalidade.
Ao final da obra vem a integração pelo perdão e redenção purificadora.
Esse auto perdao sempre nasce de um processo com suas etapas.
Primeiro vem a coragem e humildade para conseguir ver a própria sombra.
Depois, um arrependimento sadio(diferente de culpa) por ter se entregado a sombra e ter rejeitado a plenitude celeste que nos habita.
Então, depois do arrependimento vem o entendimento de que tudo fazia parte da escola da vida.
Então vem o acolhimento do perdão, integrando sombra e virtude tudo dentro da totalidade do microcosmo. Um auto perdão que se estende a toda ancestralidade, a exemplo de tantos familiares que aparecem na obra, trazendo a certeza de que "somos todos um".
Na ilha, há o encontro de sombras, que se juntam por afinidade e se auto torturam e se retroalimentam.
Há o encontro da sombra com a luz, onde ocorre o perdão e também, na declaração apaixonada do casal, aparece a representação do casamento da melhor parte da personalidade com sua Alma divina(no caso a Miranda).
No final, ocorre a transmutação alquímica da prata em ouro, onde o personagem principal integra todos os elementos, sem excluir nada. Assim ele(Próspero) consagra a totalidade do microcosmo, fundindo as dualidades. Nesse caso, sendo sincero com ele mesmo ele passa a "nada exagerar e nada a excluir", a exemplo do que diz o poema de Fernando Pessoa:
" Para ser grande, sê inteiro. Nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive."
Em termos práticos, a obra nos convoca a dar nome as nossas sombras e a reconhecer nossa luz, integrando-as ao invez de o nega-las.
A ferramenta dessa busca para a integridade sempre começa pela auto observação, podendo utilizar-se da purificação pela boa arte, pela investigação da leis do universo, pela devoção ao divino e serviço a Unidade.
Esta pequena obra(peça teatral) de Shakespeare foi escrita entre 1610 e 1611, e é tida por muitos críticos como a última peça escrita pelo autor.
O obra começa com navios passando por uma tempestade, onde o navio do Rei tripulado também por seu filho e sua corte naufraga próximo de uma ilha quase deserta. Todos sobrevivem.
Na ilha, reside o personagem principal, Próspero, duque de Milão e também mago, responsável pelo naufrágio, pois buscava vingança por ter sido traído pela corte e jogado para morrer juntamente com a filha Miranda em um pequeno barco a deriva.
Contudo, treze anos se passaram na ilha, onde Prospero educou sua filha e se aprimorou na magia a ponto de dominar os elementos e espíritos da natureza.
Numa descrição sintética e literal da obra pode-se dizer que Próspero, duque de Milão por direito, planeja restaurar a sua filha, Miranda ao poder, casando-a com o filho do rei, utilizando-se de ilusão e manipulação. Próspero então invoca a tempestade, visando assim atrair seu irmão Antônio, que lhe usurpou a posição de duque, e seu cúmplice, o rei Alonso de Nápoles, para a ilha. Lá, suas maquinações acabam por revelar a natureza vil de Antônio, provocando a redenção do rei, e o casamento de Miranda com o filho de Alonso, Ferdinando.
Durante a estadia na ilha, o caráter dos náufragos se revelam, alguns com características perversas e irremediáveis, enquanto outros se mostram arrependidos por seus erros. Como exemplo de pureza temos Mirando, a filha de Prospero. Como exemplo de natureza vil e ignorante temos um nativo da ilha, um ser demoniaco e disforme, filho de uma bruxa já falecida.
A peça é considerada "fantástica" por conter cenas de magia e seres espirituais. No sentido literal da obra, ela pode ser rotulada como um drama que envolve vingança, romance, manipulação e perdão.
Vamos agora ao sentido simbólico da obra;
É recorrente em mitos e contos de fada o nosso inconsciente ser representado pela figura de uma caverna, floresta, bosques, ilhas. O naufrágio que nos leva a uma ilha representa um mergulho no inconsciente, uma jornada interior.
Assim, a obra nos convoca a fazer esse mergulho em nós mesmos para enxergarmos todas as polaridades que existem em nós. Aquelas sombras que escondemos e não queremos ver nem mostrar. Portanto é uma oportunidade de nomearmos nossos defeitos e aprendermos a integrar essas polaridades dentro de nós para nos tornamos inteiros e, portanto, melhores.
Conta-se que o sábio não é aquele que exclui e arranca as polaridades negativas de si, mas que harmoniza as polaridades(bem e mal, belo e feito, etc), pois ele se percebe como um microcosmo, que abrange a totalidade dos princípios. A consciencia expande no atrito dos constrastes, pois é do atrito que surge o fogo que queima vertical em direção ao celeste.
Portanto, a obra nos convoca a uma auto observação para nos olharmos com mais impessoalidade e brandura, trazendo luz as sombras, para conhece-las, nomea-las, guerrear com elas, não no intuito de reprimi-las, mas integra-las com coragem.
Primeiro Próspero naufraga com sua filha de 3 anos, filha esta que representa sua alma divina e triádica.
Depois vem o segundo naufrágio, trazendo mais elementos da personalidade.
Ao final da obra vem a integração pelo perdão e redenção purificadora.
Esse auto perdao sempre nasce de um processo com suas etapas.
Primeiro vem a coragem e humildade para conseguir ver a própria sombra.
Depois, um arrependimento sadio(diferente de culpa) por ter se entregado a sombra e ter rejeitado a plenitude celeste que nos habita.
Então, depois do arrependimento vem o entendimento de que tudo fazia parte da escola da vida.
Então vem o acolhimento do perdão, integrando sombra e virtude tudo dentro da totalidade do microcosmo. Um auto perdão que se estende a toda ancestralidade, a exemplo de tantos familiares que aparecem na obra, trazendo a certeza de que "somos todos um".
Na ilha, há o encontro de sombras, que se juntam por afinidade e se auto torturam e se retroalimentam.
Há o encontro da sombra com a luz, onde ocorre o perdão e também, na declaração apaixonada do casal, aparece a representação do casamento da melhor parte da personalidade com sua Alma divina(no caso a Miranda).
No final, ocorre a transmutação alquímica da prata em ouro, onde o personagem principal integra todos os elementos, sem excluir nada. Assim ele(Próspero) consagra a totalidade do microcosmo, fundindo as dualidades. Nesse caso, sendo sincero com ele mesmo ele passa a "nada exagerar e nada a excluir", a exemplo do que diz o poema de Fernando Pessoa:
" Para ser grande, sê inteiro. Nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive."
Em termos práticos, a obra nos convoca a dar nome as nossas sombras e a reconhecer nossa luz, integrando-as ao invez de o nega-las.
A ferramenta dessa busca para a integridade sempre começa pela auto observação, podendo utilizar-se da purificação pela boa arte, pela investigação da leis do universo, pela devoção ao divino e serviço a Unidade.