Quando o discípulo está pronto, a OBRA aparece.
"Quem não leu este livro NÃO SE HUMANIZOU AINDA.!!"
Assim falou-me um professor há 15 anos sobre a Obra – Crime e Castigo de Dostoievski.
Embora à época eu não tivesse um entendimento firme sobre o que era “humanizar-me”, rapidamente comprei a obra e a consumi com vigor.
Lembro-me que, na obra, me impressionou bastante a ideia de que o homem “ordinariamente bom” jamais consegue agir contra sua própria consciência, sem instalar em si mesmo um perseguidor e algoz indelegável até que construa a própria redenção. A obra é um convite a coerência entre pensamento e ação.
Para Sêneca, uma boa literatura deve responder positivamente as seguintes perguntas: essas histórias diminuirão os erros de quem? De quem refrearão os desejos? Quem farão mais corajoso, quem, mais justo, quem, mais generoso?"
Crime e Castigo me humanizou?
De forma alguma. Mas não culpo a obra.
Penso que “Crime e Castigo” me deu aquilo que eu podia digerir na época.
Hoje, no lugar do meu professor eu teria dito:
Quem não leu a Obra –Cartas de um Estoico(um guia para a vida feliz – Filósofo Sêneca), não se humanizou ainda.
Ainda que desgoste da obra, não a culpe.
Afinal, quando o discípulo está pronto, a “obra” aparece.