ANÁLISE E RESENHA DA OBRA "EU SOU A JOANA" - DO ESCRITOR ANGOLANO MAURO CAMPOS

Às vezes perdemos aquele que considerávamos nosso porto seguro, aquela que nos apoiava e defendia-nos, nos dava mais prazer à vida e amenizava as coisas, todas para o rumo certo, embora a imperfeição. E, a vida simplesmente nos afasta, simplesmente tira-nos quando menos se espera, quando menos imaginava-se. Quanta gente receberam maltratos? Foram acusadas daquilo que nem sabiam, os erros de outrem postos em seus ombros, quantas vidas foram encaminhadas à amargura? Quantas adolescentes foram aruínadas pelos familiares? Oh! Valia-nos, Tata Nzambi, mentes corrompidas cercam-nos! Joana sou, tu e nós somos a Joana.

Hoje venho falar da obra "EU SOU A JOANA", um livro de contos do escritor angolano Mauro Campos, publicado com a Realiza Sonhos - Editora, é a obra de estreia do nosso amado, lançado em 03 de Abril de 2021, em Luanda. Composta de 4 capítulos, no total de 49 páginas.

O livro está carregado de emoções inusitadas, emoções desamparadas, referindo da crueldade que faz a sociedade, da má astúcia gerada nos coração... a província de Malanje é o espaço diégetico escolhido pelo autor, a história gira em torno da Joana, jovem-adolescente de 17 anos idades, que vivia com os seus avós desde os seus 9 anos, fora adoptada pela avô Milagre, tia de sua mãe Domingas. A menina tinha aquela vida que merecia, pois, a avô tinha um grande carinho por ela e sabia defende-la, sabia como colocar as ordens em casa, sabia como acalmar as situações tensas. Como num passe de mágica, a avô acabara de falecer, vítima de doença, que agonizava-a durante tempos. Tempos depois do ocorrido, o que era paz virou quase uma maldição, a jovem-adolescente sofria maltratos por parte de seu avó Mateus, que acusava-a de bruxa, dizia com firmeza que a menina queria acabar com a vida dele. Até esse ponto, há uma virada na história, somente tristezas, mesmo depois de uma reunião e voltar na casa da mãe, foi abondonada por estar concebida...

O que aprendemos com a história? Sabe, existem tantas circunstâncias que levam gentes tomar decisões precipitadas, por efeito das injustiças, maltratos, falta de amor, e outros casos, levam jovens ao mundo das drogas, prostituição, como forma de sobrevivência, como fonte de prazer, que na família já não encontra. Creio que tudo tem uma razão, nem sempre tem sido uma escolha, mas sim uma necessidade. Vamos lá reflectir nisso, tratando da nossa sociedade angolana, sobretudo a capital do país ... atentendo os tempos vividos, é complicado uma jovem-adolescente de 17 anos sofrer maltratos, ser acusada de feiticeira, e não pensar em um jeito de acabar com isso, buscar por soluções precipitadas, não apenas a prostituição ou o mundo das drogas, pois, até o suicido está na mesma recya, tudo é capaz de gerar uma depressão. Se tudo isso houver, qual será o caminho certo a escolher? Creio que haviam todos esses pensamentos em torno da mente da protagonista.

Mas também existem aquela gente fortes, apesar de tanto sofrer, aceitam a vida sem renunciar, acreditam que algum dia tudo poderá mudar, mesmo com os sonhos esturprados, mesmo com a vida fodida, ainda que a família desprezem ... acreditam numa luz de superação e vida, portanto, não se deixam levar pelas decisões inusitadas, antes pórem confiam. Foi assim que aconteceu com a Joana.

Emoções dessa história são capazes de fazer brotar lágrimas, acho ótimo para a sociedade reflectir, especialmente aos jovens. Para ti, meu caro jovem: Sei que a vida, às vezes dá motivos para desistir de viver, situações que levam a decisões deprimintes ... eu sei que dói, mas, acredite, nunca baixes a cabeça, levante e crê na superação, é possível, o primeiro passo sempre será suportar a dor, as mágoas, confiante daquilo que és, olhando para ao mais além.

Desde já, recomendo-te a obra, você precisa ler e reflectir, casos que muitas das vezes abalam jovens, em especial à nossa sociedade angolana.

A Joana somos nós, tu e eu, a sociedade, acho melhor descrever assim, depois de tudo apreciado.

Sandro Sebastião
Enviado por Sandro Sebastião em 06/04/2021
Código do texto: T7225038
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