A força do querer NOVELA

“A Força do Querer” chegou ao fim. O que dizer? Foi uma das novelas que me fez sentar no sofá da sala ou cama do meu quarto e por longas horas se hipnotizar pelo maravilhoso elenco.

Não era só o núcleo do Zeca com a Ritinha ou Zeca com Jeiza que me prendia. Tinha a bombástica família da Joice. As intrigas de Sr Abel com Ednalva que ironizavam o drama. Fora o excelente papel de Juliana Paes como a Bibi Perigosa.

É impossível falar desse sucesso sem citar todos núcleos. São tantos personagens e todos de peso. Personagens que já estão nos deixando saudade. Haverá de ser muito chato, no horário de há meses nessa rotina, saber que não os veremos mais. Era tudo fantástico! Até a implícita música de Caetano Veloso aprendi a gostar, sendo que até hoje não entendo do que a bombástica letra se trata. Culpado de Glória Perez!

Quem mandou rechear o drama de saborosas histórias? A novela começou ou a música da abertura tocou, Caetano Veloso que me desculpe... Eu respeito e muito sua trajetória em nossa Literatura. Posso estar fazendo mal para mim como um leitor ou até mesmo como um professor, mas Glória Perez leva a culpa no cartório. Eu sei que deveria prestar atenção nas letras e não só na melodia, mas como disse: “Glória Perez leva a culpa no cartório”. Quem mandou arrumar um enredo tão rico em cada núcleo dos personagens?

A personagem Silvana então, aquela dali não dá nem para pegar ranço das suas maldades a Eurico e Simone, fora da empregada, coitados, mas o show de Lilian Cabral na pele de Silvana nos tira fora do sério, arranca-nos riso, fora das surpresas que ela sempre têm em xeque mate para se esquivar de suas neuroses.

A chatinha das personagens ali, é a Irene. Glória Perez que me desculpe. Sei que me acovardei a culpando pelo deslize que cometi contra a música do Caetano Veloso, entretanto mais uma vez um equívoco vou cometer... A Irene foi a única personagem que não descia a graça... Talvez seja por lembrar eternamente da personagem Ritinha do grande sucesso Avenida Brasil, onde a saudosa Ritinha saía à vingança das suas feridas, algo que sem querer via e muito isso na pele da Irene, por coincidência enrustida na talentossíssima Débora Fallabella.

Atriz talentossíssima e com louvor, mas devido a recente reprise da Avenida Brasil e as atitudes de a personagem Irene “também” no foco de vingança, ficou uma imagem desgastadas. Palpite que mesmo eu não sendo expert na área, mas como fânzaço das obras de Glória Perez e conhecedor do grande talento de Débora Fallabella, está na hora de o próximo papel da atriz por última citada, a produção convidá-la a trabalhar num papel de uma poderosa repórter, delegada ou mega protagonista, pois a eterna Ritinha já está consagrada em nosso coração em Avenida Brasil.

Enfim, não quero desmerecer ninguém, como disse desde o início, A Força do Querer é um novelão da qual mesma na reprise de tão pouco tempo e no risco bruto de um horário nobre teve o importante desafio da qual conseguiu arrastar milhões de púbicos para o sofá da sala ou cama do quarto. Já está nos deixando saudade.

É uma novela contemporânea da qual com mérito, mesmo na era digital, cheio de pacotes de filmes, séries e atrações da tecnologia têm nos surpreendidos e muito com a saboroso e inumeráveis núcleos no drama.

Há tempo não tenho sentido algo por novelas como em A Força do Querer. Lembro das eras que não tínhamos a internet, onde o foco era somente as atrações globais, onde as chamadas das últimas semanas das novelas partiam nosso coração, deixando-nos tristes por saber que por tão pouco tempo, haveríamos de perder uma novela da qual tanto amamos. Lembro desse sentimento em Top model (1990), A Próxima vítima (1995), A gata comeu (1985), Sassaricando (1988), dentre outras.

Quem diria, em plena era digital onde hoje nós temos várias atrações, A Força do Querer, na sua reprise, em horário nobre conseguiu arrancar-nos isso!

Novelão intacta, onde o pouco tempo de reprise, não nos desgastou em nada.

E o personagem Rui, vivido pelo Fiuk? Gente, tem hora que quando pego para assistir o Big Brother Brasil, minha mente entra em choque. Não dá para acreditar que Fiuk é o Rui.

Como assim? O pacato Fiuk soltou todo o talento no cara, onde se superou e nos mostrou mais uma vez que a produção de “A Força do Querer” soube e bem dar uma bela acrescentada de pitada de talento na dramaturgia.

Novelão impecável. Novelão que ficará eternizado em nossa memória.

Num dia desses, vi um vídeo de fãs da saudosa novela “A gata comeu” onde se reuniram a conferiram de perto os lugares de gravação dessa extraordinária novela dos anos oitenta. Pensando nisso, deixo aqui o meu abusado convite, quando alguma galera for fazer isso para a extraordinária A Força de querer, me convide! Quero ter esse privilégio. Espero que até lá, Glória Perez me perdoe pela saia justa que a coloquei mediante a música de Caetano Veloso. Que o próprio Caetano Veloso também me perdoe pela simples opinião sobre a sua música, pois o cara tem história e muito o admiro pela geração da Tropicália.

À Débora Fallabella também, não me leve a mal pelas sinceridades aqui prestadas, afinal, quem mandou soltar o talento na saudosa Ritinha da Avenida Brasil?

Já falando em Ritinha da saudosa Avenida Brasil, também não dá para não falar da inesquecível Ritinha de “A força de Querer”. Gente, quem disse que daria para pegar ranço de Isis Valverde? Mais uma vez Isis Valverde esbanjou todo o seu talento, e para não deixar de lado mais uma das artimanhas de Glória Perez, sua produção acertou em cheio colocar Zezé Polessa como sua mãe. Com Isis Valverde o novelão já era um sucesso, mas com as duas em cena o circo pegava fogo e a gente morria de rir com suas conversas ou posturas de mãe e filha.

A major Jeiza com todo o talento mostrado em O Profeta (2006), mais uma vez mostrou-nos em cheio o cuidado de Glória Perez e produção a nós telespectadores e fãs da inesquecível A força do Querer.

É impossível não lembrar um por um dos personagens. É complicado parar de falar de “A Força do Querer” sem citar todos. Todos foram cúmplices da Glória Perez de invadirem e dominar o nosso coração dos quais ficarão para sempre guardados em sete chaves.

Que os responsáveis pelo “vale a pena ver de novo” em nome de todos os fãs de “A Força do Querer” não esqueçam de mais uma vez de acrescentar na lista da reprise esse novelão.

Se torna incansável de assistir toda a trajetória e carisma dos personagens aqui citados e até mesmo de Dona Aurora, mãe da Bibi, da qual representou e muito, todas as mães dos filhos envolvidos nas drogas ou no mundo dos crimes.

Do Caio, vivido por Rodrigo Lombardi, que não se vangloriou e na humildade soube interpretar muito bem o corno conformado do novelão. Um corno que caiu no gosto e coração do público e nos serviu de exemplo que nem tudo nesta vida pode nos abalar e que a vida continua, dependendo das circunstância nos pregada.

O exemplo legal a ser levado à risca do mundo do crime, onde tudo parece ser maravilhoso e eterno, mas que na verdade, é tudo fantasia e nem sempre o seu tempo de glória vale um minuto emprestado de nossa vida. A vida vale mais do que isso. A força do querer, a fé, a perseverança valem muito mais do que o mundo do crime ofertado à Bibi, Rubinho e Sabiá.

E o mundo transexual na pele de Ivan ou Ivana? Gente, o legal dessa novela é que nos mostrou o lado do sentimento da família. Tudo em quatro paredes. Olho no olho. Quando é que alguma novela soube abordar isso de uma maneira tão clara como esse novelão?

É de doer o coração, enfim, agora aguenta coração, já que viciou nesse novelão. Eu te falei que tinha medo, novelas de Glória Perez não é brinquedo.