Wendy Carlos (que nasceu e viveu muitos anos, sendo Walter Carlos, passando por uma cirurgia de mudança de sexo depois) foi uma das pioneiras no uso de sintetizadores na música. Compondo álbuns que misturavam música erudita com o uso desta nova tecnologia (muito utilizada no rock psicodélico, trilhas sonoras e chillout). Obviamente vou enfatizar aqui apenas DUAS das trilhas que ela fez para grandes filmes de horror e “suspense” que foram: O ILUMINADO (“The Shining” - de 1980) e LARANJA MECÂNICA (“A Clockwork Orange” - de 1972). 

Não que isto seja a parte mais importante de sua jornada, marcada por um talento e vanguardismo tão gritantes e revolucionários, mas vale ressaltar - ainda nos tempos de hoje em que o assunto é tão corriqueiro e “mal resolvido” - que Wendy Carlos talvez seja um dos casos mais antigos em que uma transsexual assumida recebe tamanha notoriedade e obtém tamanho sucesso (disco de Platina pelo álbum “Switched-On Bach”, o primeiro álbum erudito a vender tanto, além de trabalhar DUAS vezes com o magnífico Stanley Kubrick) no mundo da música moderna. 

É um grande exemplo de como nós ficamos muito mais FELIZES E GRATOS se pusermos a vida pessoal dos artistas ATRÁS de sua obra, que é o que merece - e necessita - de evidencia e contemplação… de coração aberto; para poder ser entendida e apreciada da melhor forma possível.