Mal nenhum (Cazuza)
"Eu não posso causar mal nenhum
A não ser a mim nesmo
A não ser a mim mesmo
A não ser a mim"
Isso é muito bonito e poético.
E é também, só para aqueles que ainda se importam com o sofrimento alheio, consolador.
Mas, refletindo sobre a veracidade por detrás da poesia, chego à infeliz conclusão de que isso seria impossível.
O máximo que se conseguiria, seria causar a si mesmo apenas a maior parte do mal.
E os que obtêm êxito nesta empreitada, me parecem, ainda que em suas misérias, afortunados, comparados é claro, aos que fracassam.