DOIS PAPAS

Assisti, ao filme - não me surpreendeu a atuação de Anthony Hopkins, pois desde os tempos em que fui viciado em videolocadora esse sujeito já era um dos maiores atores do mundo . Então nada demais em ele ter desempenhado o papel com maestria .
 

A produção é magnífica e , sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes dos últimos anos, com muito conteúdo, com diversas vertentes e revelações que são pra lá de interessantes. Por exemplo, uma das revelações mais emblemáticas do filme é sobre a personalidade de Bento XVI - por trás do alemão carrancudo , do sacerdote ortodoxo e conservador, há um excepcional ser humano - o filme revela um sujeito dotado de brilhante inteligência e sensibilidade diferenciadas. Apresenta para o mundo e para a história uma versão muito diferente daquilo que transpareceu quando da renúncia de "Benedictus XVI" . O filme com um toque poético e filosofal nos apresenta o lado humano dos dois homens que concentraram o poder e a atenção do mundo , mostra seres humanos e seus limites, suas dores, suas apreensões, suas expectativas e até suas diferenças.
 

Incrivelmente, suas diferenças os aproximam - mais do que aproximar os homens ajudam a preservar a instituição - os choques de visão , ao contrário de colocar os dois homens em confronto os unem em uma direção. Um filme absolutamente sensacional numa época em que o mundo parece ter naturalizado o ódio entre pessoas que pensam diferente - em Dois Papas há uma lição de humildade - um chamamento para a reconciliação, um "case" de amor fraternal pelo semelhante, de carinho pela humanidade. A fé católica ganhou muito com a produção desse longa metragem , um filme que vem a corroborar algo que a religião católica tem de superior sobre as demais, qual seja, sua base intelectual e doutrinária , porque digam o que quiserem dizer dos católicos, mas é totalmente incomparável a formação e a cultura de um sacerdote católico com o de outras religiões. Homens estudados, letrados em sociologia, literatura, filosofia, teologia e poliglotas , constituem, aliás uma reserva no domínio da língua latina e adotam o latim como língua oficial do estado Vaticano.
 

Enfim, um filme sob todos os aspectos emblemático - que mata a pau também nos relatos sobre o regime militar na argentina - mostrando a realidade da época, bem como a clara e legítima inclinação de Francisco Bergóglio para o socialismo esquerdista. Todavia, um filmaço, num ano onde já tivemos O CORINGA, podemos acrescentar esse outro filme - DOIS PAPAS . Viva a sétima arte !!!!