WHEN CALLS THE HEART


Assisti à temporada QUANDO O CORAÇÃO CHAMA até à sexta, e parei. Explicarei a seguir. Quem assistiu a série, haverá de concordar comigo ao menos, em ser ela, uma super produção cinematográfica e uma das poucas séries na categoria romântica, tão envolvente empolgante e atrativa, com um elenco de dar inveja a qualquer outra no contexto romântico sonhador. A foto cenografia, o elenco, as músicas, são esfuziantes. Até os problemas e adversidades ocorridas são típicas e normais da vida cotidiana de homens mulheres e crianças em um povoado emergente do século IXX.

A narrativa se dá na pequena, Hope Valley, cidade fronteiriça, e com duas histórias idênticas, em diferentes épocas. Direi apenas da primeira, que foi até aonde assistir. A dramaturgia é ambientada em 1910, quando a linda, rica, culta e sofisticada Elizabeth Thatcher – Erin Alisa Krakow – de uma família rica, se muda para a pequena cidade, para ser a nova professora. Sua família não quer que ela vá, porém, destemida e determinada, Elizabeth quer provar, a dura penas, que eles – especialmente, sua irmã – estão errados; e, assim, protagoniza a história ao conhecer o espirituoso carismático, servidor e herói; o serventuário da justiça Jack Thornton - Daniel Lissing – da polícia montada, por quem se apaixona, formando um casal saído de um conto de fadas. Um romance épico, cândido, envolto em tramas, problemas, ciúmes; e, ainda que exagerado, para não dizer piegas, lindo e arrebatador.

O restante dos personagens não é de menor importância. Isso faz com que a temporada prenda o telespectador no primeiro momento do primeiro episódio asssistido. A Abgail Stanton, interpretada por Lori Loughlin, a segunda melhor personagem. Mulher de uma elegância simples, altiva, amorosa, resoluta e resiliente, sai de um luto pelo marido soterrado na mina de carvão; de uma difícil complicada situação amorosa e financeira, para se tornar prefeita de Hope Valley. Não obstante, não deixa de ser mãe adotiva de dois adolescentes, servir há todo tempo aos citadinos de Hope Valley em suas menores dificuldades e, a gerir a única cafeteria da cidade.

O elenco mantem-se elevado com a efusiva espalhafatosa, exagerada, e não pouco divertida Rosimere LeVeaux-Coulter (Pascale Huntton) e suas peripécias, a quase deixar seu marido louco. Não posso deixar de mencionar o amigo amicíssimo de Jack, o respeitável dedicado e profícuo profissional-inspetor Bill Avery (Jack Wagner) sempre pronto a proteger defender e cuidar do amigo.

A temporada é toda maravilhosa, com ensinamentos judaico-cristãos, etiquetas e formalidades da época, principalmente, o serviço e o amor fraternal ao próximo e ao necessitado. A humildade e a humanidade caminham de mãos dadas pelas ruas britadas e cobertas de neve de Hope Valley. Tudo em Hope inspira e respira amor. Ele está no ar! Ele é a tônica e a batuta do tempo e está no tempo em todos os lugares; e todos, vibram dançam e tocam ao som que ele faz. Essa é a característica mais forte e marcante de Hope Valley. É o paraíso na terra. Dá vontade de voltar a 1940 e viver exatamente lá.

Mas, a temporada nos prega uma peça exatamente quando ela está no seu apogeu, logo após o casamento de Jack e Elizabeth. Tudo estava perfeito. Aí, não sei por que, ainda não pesquisei, a série dá uma guinada inesperada e violenta de 360º. Porque ali, exatamente em seu zênite, na sexta temporada, eles resolvem matar o Jack. Pronto! Sem mais nem menos, o Jack morre! Como assim, morre? É, é isso! Eles, mataram o Jack! Ora, para mim, o Jack, junto a Elizabeth, é protagonista. Ele é a temporada! Sem ele a temporada perdeu o viço. Perdeu o sabor. Tornou-se insípida, Acabou! Não assistir mais.

Eles não podiam matar o Jack! E não para por aí! A temporada vai piorar com a segunda história. A atriz que faz Abgail Stanton, a prefeita, será substituída; e, terá uma nova atriz para Elizabeth Thatcher e um novo romance para ela. Ah! Aí, enterrou de vez. Quem vai substituir o impecável, engomado e almofadinha do Jack? Ninguém! Aliás, entrará um novo ator; mas, muito aquém do insubstituível Jack.

Enfim, uma temporada que não foge muito à regra. Começa boa, se mantém no alto e, depois, a surpresa! Mas, nem por isso deixa de alcançar o seu propósito. Seu texto, sua dublagem. Os imbróglios que retratam a realidade da época, a cultura, a língua. A presença ainda tênue da colonização inglesa. Enfim, tudo perfeito, de uma perfeição irretocável. Viva a sétima arte!