O MILAGRE NA CELA 7
Nunca me imaginei assistindo a um filme turco, ainda assim acabei vendo esses dias o já tão badalado Milagre na Cela 7. E, como sempre faço acerca de tudo o que vejo, escuto ou leio, quero compartilhar aqui uma breve reflexão sobre esta obra, da perspectiva da fé cristã. Para aqueles que ainda não viram, mas pretendem, e portanto, não desejam saber com antecedência detalhes importantes da trama (os famosos spoilers), recomendo a parar esta leitura por aqui e retornar somente depois que assistir. Se você não pretende ver ou não se importa com os tais spoilers, pode prosseguir.
O Milagre na Cela 7 apresenta em seu enredo, entre outras coisas, um dos elementos mais importantes da narrativa dos evangelhos: a morte substitutiva, ou seja, alguém que se entrega para morrer no lugar de outro. Mas, as semelhanças param por aí. Pois enquanto no filme um culpado entrega a sua vida para livrar um inocente, aquilo que Cristo fez foi exatamente o contrário, sendo Ele inocente e sem culpa alguma, entregou sua vida para salvar da morte (eterna) os que são de fato culpados.
Na carta de Paulo aos Romanos, ele considera como possível, embora difícil, aquilo que o personagem Yusuf fez em favor de Memo, ao escrever: “Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer”. (Rm. 5.7). Logo depois, ele pondera o contrário, o justo dar a vida pelo injusto e conclui que somente Cristo o fez, o que só pode ser explicado pelo imensurável amor de Deus: “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5.8).
Você se emocionou com o Milagre da Cela 7, mesmo sabendo que se trata de uma ficção? Não me admiro, esta é mesmo a proposta do filme. Porém, convido-o(a) a meditar (e se emocionar ainda mais) com o verdadeiro e incomparavelmente maior milagre da redenção, onde Cristo, o Justo, entregou sua própria vida, por mim e por você, culpados, para livrar-nos da legítima e irremediável condenação eterna. Eis o maior de todos os milagres!