Análise sobre o filme “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo.

Sem dúvidas o filme que trás consigo a história de um romance naturalista mostra muito mais do que apenas pessoas em suas vidas cotidianas. É possível registrar em pequenos detalhes – às vezes e por muitos despercebidos – similaridades do tempo registrado no século XIX com o momento atual de nossa história. Longos anos foram passados e as realidades entre a ficção e a vida do pobre permanecem iguais. A desigualdade social é o fator mais chamativo da obra-prima de Aluísio, onde fica-se evidente a precariedade das instalações do povo pobre na pequena vila fundada por João Romão – o português – capitalista que não longe se assemelha dos políticos na busca da exploração de seu povo na garantia de riqueza. No mais tardar, ele acaba por perceber que o status seria engrandecedor, o que me recorda dos momentos de eleições onde o povo é dilubriado por falsas esperanças naqueles que ganham nome em cima dos ombros dos servos, esses mais conhecidos atualmente como eleitores.

Nota-se a simplicidade dos habitantes do pequeno cortiço, que vivem em pequenos cômodos, por vezes, com uma família muito maior do que o considerável para a locação. Basicamente, é a descrição da vida na favela. Com uma aglomeração preocupante e já carente de saneamento básico, infraestrutura e abastecimento de água, a situação atual da pandemia Covid-19 além de evidenciar o local como maior área de risco, destaca também o quanto os bairros de favelas estão excluídos, se tornando no momento de caos, um local de perigo extremo para aqueles que ali vivem. Por fim, eu diria que, “O Cortiço” nada mais é do que o espelho da sociedade atual. Uma escada sem fim onde o pobre serve de degrau para todos os João’s Romães de seu dia a dia e sem perceber, nunca sai do lugar.

LollaHJensen
Enviado por LollaHJensen em 17/04/2020
Código do texto: T6920298
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.