DORALICE ( romance )
PREFÁCIO
O heroísmo, coragem e humanismo com que enfrentamos os reveses da vida, transpondo as barreiras que ela própria nos antepõe são formas de revelarmos sem sentir o que de bonito existe em cada um de nós.
Essas características também conseguem fazer com que os outros não se fixem somente em nossa aparência física. Quantas vezes sem perceber nos referimos a alguém como “uma bela pessoa” sem estar falando de sua figura, usando o belo como sinônimo de bom? Fazemos assim quando a vemos sob a ótica de nosso coração e do que há de bondade em nosso interior, perspectiva pela qual a protagonista dessa trama, inspirada em sua vida real, nem necessita ser analisada para merecer admiração.
Ao contar a história de Doralice, uma mulher linda, guerreira e bondosa como poucas, o autor mostra como o medo pode influenciar a formação de uma criança e suas futuras ações e reações na vida adulta.
Muitas vezes o mais, sublime e importante entre os sentimentos que nos são comuns, o amor pode não conseguir se manifestar em sua plenitude, bloqueado em nossa mente por experiências desagradáveis, vistas ou vivenciadas durante a infância. Quando o consegue pode ser também de modo extremo, fazendo com que nosso orgulho nos coloque acima do amor que sentimos atendendo ao nosso amor próprio e nos levando a perder a capacidade de perdoar e até ao desejo de vingança.
Este é um romance que convida à reflexão sobre o comportamento das pessoas no passado quando a falsa moral predominava, mas que nunca deixará de ser atual em sua essência, pois ainda que o ser humano consiga sobreviver por séculos, jamais se libertará de seu instinto e de seus temores.
Jogon Santos
(Meu último romance lançado na Bienal do Livro do Rio de janeiro 2019)