A VIDA É BELA.... O FILME....

A Vida É Bela

La vita è bella

1997 • cor • 116[1] min

Direção Roberto Benigni

Produção Gianluigi Braschi

Elda Ferri

Coprodução Mario Cotone

Agnès Mentre

John Rogers

Roteiro Roberto Benigni

Vincenzo Cerami

Elenco Roberto Benigni

Nicoletta Braschi

Giorgio Cantarini

Giustino Durano

Sergio Bini Bustric

Marisa Paredes

Género comédia dramática

Música Nicola Piovani

Direção de fotografia Tonino Delli Colli

Figurino Danilo Donati

Edição Simona Paggi

Companhia(s) produtora(s) Melampo Cinematografica

Distribuição Itália Cecchi Gori Group

Brasil Paris Filmes

Lançamento Itália 20 de dezembro de 1997

Portugal 20 de janeiro de 1999

Brasil 5 de fevereiro de 1999

Idioma italiano

alemão

Orçamento US$ 20 milhões

Receita US$ 229.163.264

A Vida É Bela (em italiano: La vita è bella - [la ˈviːta ɛ ˈbɛlla]) é um filme italiano de 1997 do gênero comédia dramática dirigido e estrelado por Roberto Benigni, co-autor do longa juntamente com Vincenzo Cerami.

O filme se passa na Segunda Guerra Mundial onde Guido Orefice, um judeu dono de uma singela livraria judaica na Itália fascista, é capturado e mandado para um campo de concentração em Berlim, juntamente com seu filho, o pequeno Giosué; usando sua inteligência, espirituosidade e bom humor, Guido faz com que a criança acredite que ambos estão em um jogo, com o objetivo de protegê-lo do horror em que estão inseridos.

La vita è bella foi parcialmente inspirado no livro Ho Sconfito Hitler, de Rubino Romeo Salmonì, e por relatos verídicos vivido pelo próprio pai de Benigni, que passou dois anos em um campo de trabalho alemão durante a guerra.

Lançado em dezembro de 1997 na Itália, o longa se tornou um grande sucesso de crítica e público, apesar das críticas iniciais sobre a utilização da comédia para abordagem do enredo envolvendo os dramas da Segunda Guerra.

La vita è bella venceu o Grand Prix do Festival de Cannes em 1998, nove Prêmios David di Donatello na Itália, incluindo o de Melhor Filme, e três Oscars nas categorias de melhor filme estrangeiro, melhor ator (pela atuação de Roberto Benigni) e melhor trilha sonora para um filme dramático durante a cerimônia de 1999.

Enredo

Em 1939, na Reino da Itália, Guido Orefice é um jovem judeu que chega para trabalhar na cidade de Arezzo, na Toscana, onde seu tio Eliseo comanda um restaurante.

Guido é cômico e esperto e se apaixona por uma garota chamada Dora; mais tarde, ele a vê novamente na cidade e descobre que ela é professora e é comprometida com um homem rico, mas arrogante, funcionário do governo local com quem Guido tem problemas regulares; Guido planeja muitos encontros "acidentais" com Dora para demonstrar seu interesse à ela.

Finalmente, Dora corresponde o amor de Guido e demonstra interesse por ele também, apesar de estar noivada com seu supracitado companheiro.

Guido, então, decide invadir a festa de noivado do casal à cavalo e leva Dora dali, humilhando o soberbo noivo e desagradando a mãe de Dora.

Eles tornam-se casados anos mais tarde, tendo um filho chamado Giosué e passam a administrar uma pequena livraria juntos.

Quando a Segunda Guerra Mundial irrompe, Guido, seu tio Eliseo e Giosué são capturados na véspera de aniversário de Giosué.

Eles e muitos outros judeus são forçados a entrarem num trem e são levados para um campo de concentração. Depois de confrontar um guarda sobre o marido e o filho, Dora implora para que ela também seja levada pelos nazistas para estar perto de sua família, mesmo não sendo judia.

No entanto, como homens e mulheres são separados no campo, Dora e Guido nunca se vêem durante o internamento; durante a reclusão, Guido faz várias artimanhas para tentar se comunicar com Dora, como usar o alto-falante do local para enviar mensagens, simbólicas ou literais, à Dora para garantir que ele e seu filho estão bem.

Eliseo é executado em uma câmara de gás logo após a sua chegada; Giosué evita por pouco que ele também seja morto na câmara ao recusar "tomar banho", uma vez que assim era conhecido quando as vítimas iam para a câmara, ao contrário das outras crianças que obedeceram as ordens dos oficiais nazistas e foram sacrificadas sendo enganadas.

Guido, Dora e seu filho Giosué descendo as ruas de Arezzo de bicicleta em uma cena do filme.

Durante todo o confinamento, Guido esconde a verdadeira situação que eles se encontram do seu filho; Guido explica a Giosué que eles estão participando de um jogo difícil em que seu filho deve realizar as tarefas que seu pai lhe ordenar.

Cada uma dessas "tarefas" valerá pontos e quem chegar a mil pontos primeiro ganhará um tanque de verdade.

Guido diz ao seu filho que se ele chorar, reclamar ou procurar por sua mãe ou até mesmo dizer que está com fome aos guardas, perderá pontos; ele estimula Giosué a se esconder dos nazistas dizendo que, cada vez que fizer isso, ganhará "pontos extras".

Giosué às vezes reluta em acreditar na história do pai, mas Guido o convence cada vez mais à "continuar no jogo".

Em um determinado momento, Guido aproveita a aparição de famílias visitantes dos oficiais alemães para mostrar a Giosué que outras crianças estão escondidas como parte do jogo; ele também se aproveita de uma babá nazista e consegue fazê-la pensar que Giosué é uma das crianças visitantes e passa alimentá-lo junto com os outros meninos alemães; Guido vê de perto seu filho sendo bem servido enquanto trabalha como empregado para os oficiais alemães, certificando sempre de que ele está seguro.

Guido e Giosué são quase descobertos como prisioneiros por outro empregado até que Guido é flagrado ensinando todas as crianças alemãs a dizer "obrigado" em italiano.

Guido mantém a assombrosa verdade escondida de seu filho até o fim quando, durante o abandono do local pelos oficiais nazistas devido a aproximação das tropas aliadas, ele diz a Giosué para ficar em uma caixa metálica no campo interno até que todos tenham saído dali, sendo esta a "tarefa final" do jogo antes do prêmio prometido; Guido também diz ao garoto que ele está quase chegando aos mil pontos.

Após deixar Giosué escondido na caixa metálica, Guido procura por Dora, mas ele é pego por um soldado alemão. Um oficial toma a decisão de executar Guido em um local isolado e Guido é levado por um soldado; durante sua caminhada para a morte, Guido passa pela caixa onde Giosué está escondido uma última vez e pisca para o seu filho, fazendo-se parecer alegre e tranquilo como se estivesse jogando o jogo; Guido é posteriormente metralhado e morto em um canto da prisão.

Na manhã seguinte, Giosué sai da caixa em meio ao silêncio do local, agora abandonado pelos nazistas; Giosué avista um tanque M4 Sherman do Exército dos Estados Unidos chegando e é convidado para um passeio no veículo por um soldado americano; Giosué conclui que ele finalmente venceu "o jogo" e fica muito feliz por isso (sem saber que seu pai está morto).

Enquanto viaja em segurança com os americanos, Giosué avista Dora em meio à multidão deixando o acampamento e finalmente se reúne com sua mãe.

Enquanto o jovem e inocente Giosué diz entusiasmado à sua mãe sobre como ele "ganhou um tanque", como seu pai havia prometido, o adulto Giosué, em um monólogo ouvido, relembra os sacrifícios que seu pai fez por ele.

Elenco

Roberto Benigni como Guido Orefice

Nicoletta Braschi como Dora Orefice

Giorgio Cantarini como Giosué Orefice

Giustino Durano como Tio Eliseo

Horst Buchholz como Dr. Lessing

Marisa Paredes como a mãe de Dora

Sergio Bustric como Ferruccio

Amerigo Fontani como Rodolfo

Lydia Alfonsi como Guicciardini

Giuliana Lojodice como a diretora da escola

Pietro Desilva como Bartolomeo

Francesco Guzzo como Vittorino

Raffaella Lebboroni como Elena

Claudio Alfonsi como Amico Rodolfo

Gil Baroni como o prefeito de Arezzo

Ennio Consalvi como general Graziosi

Aaron Craig como o combatente americano do tanque

Produção

O filme teve como uma de suas locações a cidade de Arezzo, na região italiana da Toscana, sendo rodado inclusive em frente da Badia delle Sante Flora e Lucilla.

O diretor Roberto Benigni, que escreveu o roteiro com Vincenzo Cerami, inspirou-se na história de Rubino Romeo Salmonì e em seu livro In the End, I Beat Hitler, que incorpora elementos de ironia e humor negro.

Salmoni era um judeu italiano que foi deportado para Auschwitz, sobreviveu e se reuniu com seus pais, mas posteriormente descobriu que seus irmãos foram assassinados.

Benigni afirmou que desejava retratar Salmoni como um homem que desejava viver da maneira certa; ele também se baseou na história real de seu pai Luigi Benigni, que se tornou um membro do exército italiano depois que a Itália mudou para o lado dos Aliados em 1943.

Luigi Benigni passou dois anos em um campo de concentração nazista e, para evitar assustar seus filhos, contou sobre suas experiências com humor, o que lhe ajudava a lidar com a situação.

Roberto Benigni explicou sua filosofia: "rir e chorar vem do mesmo ponto da alma, não? Sou um contador de histórias: o cerne da questão é alcançar a beleza, a poesia, não importa se isso é comédia ou tragédia. Eles são os mesmos se você alcançar a beleza".

Amigos e pessoas próximas de Benigni desaconselharam-lhe a realização do filme, já que ele é um comediante, e não judeu, e que o Holocausto não interessava ao público estabelecido.

Por ser gentio, Benigni consultou o Centro de Documentação do Judaísmo Contemporâneo, sediado em Milão, durante toda a produção.

Benigni incorporou imprecisões históricas para distinguir sua história do verdadeiro Holocausto, sobre o qual ele disse que apenas documentários mostrando sobreviventes poderiam fornecer "a verdade".

O filme foi rodado no centro histórico de Arezzo, na região da Toscana. A cena em que Guido cai da bicicleta e pousa em Dora foi rodada em frente a Badia delle Sante Flora e Lucilla.

Lançamento

O filme foi lançado em 1997 na Itália pela Cecchi Gori Group.

La vita è bella foi exibido no Festival de Cinema de Cannes em maio de 1998.

Nos Estados Unidos, o filme estreou em 23 de outubro de 1998 sob distribuição da Miramax Films; no Reino Unido foi lançado em 12 de fevereiro de 1999.

Depois que a versão legendada em inglês se tornou um sucesso em territórios que falam esse idioma, a Miramax relançou o filme nesses países em uma versão dublada em inglês, mas teve menos sucesso que a versão com legendas.

O filme chegou nos cinemas do Brasil em 5 de fevereiro de 1999 sob distribuição do Grupo Paris Filmes, sendo posteriormente lançado em DVD pela Imagem Filmes no país.

O filme foi exibido pela TV italiana pela primeira vez em 22 de outubro de 2001 pelo canal de televisão RAI e foi assistido por dezesseis milhões de pessoas, tornando-se o filme italiano mais visto na TV do país.

Recepção

Comercial

A Vida É Bela foi comercialmente bem-sucedido, faturando US$ 48,7 milhões na Itália.[20] Foi a maior bilheteria do cinema italiano em seu país natal até 2011, quando foi ultrapassado por Che bella giornata.

O filme arrecadou US$ 57.763.264 na América do Norte e US$ 171.600.000 em outros territórios, totalizando um faturamento mundial de US$ 229.163.264.

Foi o filme de língua estrangeira de maior bilheteria nos Estados Unidos até O Tigre e o Dragão, lançado em 2000.[22]

Resposta crítica

Roberto Benigni recebeu críticas positivas tanto pela realização do filme quanto pela sua performance como Guido juntamente com sua esposa Nicoletta Braschi, que interpretou Dora.

O filme foi aclamado pela imprensa italiana, com Benigni sendo tratado como um "herói nacional".

O Papa João Paulo II, que assistiu a uma exibição privada do filme com o próprio Benigni, nomeou A Vida É Bela como um dos seus cinco filmes favoritos.

O crítico cinematográfico Roger Ebert deu ao filme três estrelas e meia de cindo, afirmando: "Em Cannes, o filme ofendeu alguns críticos de esquerda com o uso do seu humor em conexão com o Holocausto.

O que pode ser mais ofensivo para ambas as alas é o desvio de política em favor da engenhosidade humana simples.

O filme encontra as notas certas para negociar seu assunto delicado"; Michael O'Sullivan, escrevendo para o The Washington Post, chamou o filme de "triste, engraçado e assombroso"; Janet Maslin escreveu para o The New York Times dizendo que o filme tirou "uma colossal quantidade de fidelidade sobre a guerra"; No Los Angeles Times, Kenneth Turan observou que o filme tinha "alguma oposição furiosa" em Cannes, mas disse que "o filme, de maneira inimaginável, consegue surpreender a todos"; David Rooney, da revista Variety, disse que o filme teve "resultados mistos", com "profundidade e pungência surpreendentes" no desempenho de Benigni, mas "visualmente bastante plano" pelo seu trabalho de câmera por Tonino Delli Colli.

Em 2002, o crítico da BBC Tom Dawson escreveu que "o filme supostamente pretende ser uma homenagem aos poderes da imaginação, da inocência e do amor nas circunstâncias mais angustiantes", mas "a fantasia sentimental de Benigni diminui o sofrimento das vítimas do Holocausto".

Em 2006, o cineasta de comédia judaico americano Mel Brooks falou negativamente sobre o filme em uma entrevista na revista alemã Der Spiegel, dizendo que Benigni é um gentio e que ninguém da família dele morreu em campos de concentração.

Em contraste, Imre Kertész, vencedor do Nobel de Literatura, argumenta que aqueles que consideram o filme uma comédia, e não uma tragédia, perderam o objetivo do filme; Kertész chama a atenção para o que ele chama de "conformismo do Holocausto" no cinema para rejeitar as tragédias retratadas em A Vida É Bela.

O site agregador de críticas Rotten Tomatoes dá ao filme uma classificação de 80% de aprovação com base em 86 críticas sob o seguinte consenso: "Encanto sincero de Benigni, quando não ultrapassando seus limites doces desnecessariamente, oferece a possibilidade de esperança em face do horror inabalável".

Prêmios e indicações

A Vida É Bela foi exibido no Festival de Cannes de 1998 e ganhou o Grand Prix, ao receber o prêmio, Roberto Benigni beijou os pés do presidente do júri, Martin Scorsese.

Durante a septuagésima primeira cerimônia do Óscar em 1999, Benigni venceu o prêmio de melhor ator por seu papel, com o filme ganhando mais dois prêmios de melhor trilha sonora para um filme dramático e melhor filme estrangeiro; o comportamento de Benigni na cerimônia foi considerado um dos momentos mais marcantes da história do Óscar pois ele pulou em cima dos assentos enquanto caminhava para o palco para aceitar seu primeiro prêmio e, ao aceitar seu segundo, disse: "Vocês cometeram um erro terrível ao me dar mais um prêmio pois eu já usei todo o meu inglês ao receber a primeira estatueta".

Nota do divulgador:- Com certeza quem não é cinéfilo como eu não vai gostar de assistir um filme em preto e branco, muito menos de uma comédia dramática!!! Mas com certeza o Oscar foi merecido!!! De um filme estrangeiro mostrar seu valor sem tantos recursos financeiros!!!!