Diversidade, de Lenine
A canção Diversidade, de Lenine, ratifica a própria postura musical do artista que é um músico da diversidade artística. Ele não é apenas um cantor, mas um artista eclético, bem como um instrumentista de vários instrumentos. Suas composições não se fixam em um único ritmo, mas transitam por vários gêneros, não só na sua identidade fônica, mas também na experimentação sonora. A música de Lenine é bem direta e clara, com poucas metáforas, privilegiando as antíteses como nestes versos: “Que seria do caos/ sem a paz/ que seria da dor/ sem o que lhe apraz/ que seria do não/ sem o talvez e o sim/ que seria de mim.../ o que seria de nós”. A preferência por uma linguagem simples é intencional, pois assim consegue atingir claramente os ouvintes de qualquer idade. A celebração da vida em sua diversidade, escolha divina da criação, o chamamento para a irmandade, para o reconhecimento dessa verdade e o respeito, isso é cantado pelo músico. A canção de Lenine prega a tolerância e, indiretamente, ataca o racismo e qualquer tipo de preconceito. “O que seria de nós” sem essa pluralidade, essa mistura que dá o tom colorido do ser humano. O encanto de se deslumbrar com o diferente é justamente o belo do mundo. Se o arco-íris fosse apenas azul, ele não se destacaria no céu, e por isso não seria arco-íris, somente céu.
Lenine. Diversidade. Ouvir álbum!