CAPITULO FINAL DE NADA MAIS DO QUE TUDO...

" - Para quem, ainda assim, acredita que a Procuradoria-Geral

foi excessiva, eu pergunto: “Por acaso eu trouxe à ribalta

crimes que não existiram e que inventei?”. Claro que não. Eu

também nunca tive receio de pecar por excesso numa

investigação.

Excessos podem ser devidamente corrigidos pela

Justiça. Minha maior preocupação era errar por omissão,

deixar de investigar algum crime grave, porque, nesse caso,

fica mais difícil uma correção. E, acredito, não houve omissão

da nossa parte.

Uma outra corrente de analistas costuma

perguntar se a Lava Jato teve mesmo efeitos concretos de

longo prazo. Isto porque, em 2017, três anos depois do início

das devastadoras investigações, flagramos o presidente da

República numa conversa um tanto comprometedora com um

dos maiores empresários do país no Palácio do Jaburu. Ora, se

o presidente da República estava com toda aquela

desenvoltura, era sinal de que velhas práticas persistiam no

coração do poder. “Tudo mudou para permanecer como

estava antes”

, diria Giuseppe Tomasi di Lampedusa, se

pudesse contemplar nossa realidade. No entanto, acho que

não é bem assim.

A Lava Jato não acabou com a corrupção, mas mexeu

significativamente em feudos políticos e econômicos. Os

donos do poder foram tirados da eterna zona de conforto em

que se encontravam.

Não há, é verdade, a certeza de que todo

poderoso que cometa um crime sofrerá algum tipo de punição.

Mas também não há mais a certeza de que não terá nenhum

incômodo.

O próprio Temer passou dois anos se escudando na

Presidência da República, mas, tão logo deixou o cargo, foi

preso duas vezes. Isso, para mim, é uma mudança clara de

paradigma. Uma mudança que, no futuro, será vista como um

salto histórico.

É perceptível também que o discurso da

moralidade no serviço público foi incorporado por parte

expressiva da população. Não existe mais espaço para velhos

bordões do tipo “rouba, mas faz”

, a expressão máxima do

cinismo que predominava na velha política.

O “roubo” pode

até acontecer, mas ninguém teria mais a coragem de se

vangloriar publicamente de uma desonestidade operativa. O

lema agora poderia ser outro. “Faça e não roube.” Ou, se não

puder fazer licitamente, não faça. Mas não “roube”

, porque

ninguém poderá alegar inocência. Ninguém poderá dizer que

foi seduzido ou constrangido.

O empresário não poderá culpar

o político. O político não poderá culpar o financiador de

campanha.

Se uma empresa não puder ganhar uma

concorrência, que mude de ramo.

Se um político não consegue

dinheiro legalmente para sua campanha, que não se

candidate.

Caso contrário, que admita o risco permanente da

virada de jogo. Porque, depois de tudo que foi feito nos

últimos cinco anos, nada será como antes .

Nota do leitor:- Parabéns Rodrigo Janot!!! O Brasil agradece suas informações e acredita que NADA SERÁ COMO ANTES e esperamos de que sua obra prima possa abrir os olhos de todos nós brasileiros ainda HONESTOS, PROBOS E PATRIOTAS.... COMO TU!!!!