Resumo:A República,de Platão
A República: Platão
A obra A República, do filósofo grego Platão mostra de modo objetivo, princípios de organização da Pólis,afim de construir-se uma cidade ideal.Dentre os mais variados assuntos abordados na narrativa,está a justiça,sendo esta,o cerne da cidade-estado.Ademais,é notório a presença de indagações filosóficas,precedidas de metáforas para chegarem-se à determinadas premissas.
O contexto da obra é discorrido através do diálogo entre Sócrates, e cidadãos da Pólis, pelos quais destacam-se Polemarco,Transímaco,Lísias,Glauco e dentre outros. Sócrates é tido como o interlocutor, e consiste em uma narrativa-indireta,já que este não usava a escrita,apenas usava o diálogo,seus discípulos eram quem as escrevia.
No começo da obra é perceptível a narração em primeira pessoa quando é dita a sentença verbal de que o protagonista desceu ao pireu no dia anterior,e enquanto andava,foi convidado por um amigo a ir à casa de um outro amigo chamado Céfalo,sendo este,um ancião de experiências mútuas,e por ter vivido muitas experiências,,é tido como a melhor pessoa para falar de sua filosofia de vida, para assim saciar a curiosidade de Sócrates e os seus,afim de obter-se conclusões a respeito do que seria a vida e seus ideais,se era áspera e árdua ,ou tranquila e cômoda.Nesse contexto são usados argumentos,precedidos de interrogativas,dentre eles,a riqueza e o dinheiro,se esses componentes satisfaziam o homem, e a hipótese levantada pelo senhor foi a de que nada vale o dinheiro sem o caráter e a bondade,pois são estes que compensam o homem.Segundo o interrogado,do mesmo modo que o poeta fazia suas poesias e se alegraria pela boa obra escrita,assim devia ser obtida a riqueza.Para ele,a dignidade deveria ser útil em todos os aspectos,sobretudo,nesse aspecto,e assim como ele adquirira suas riquezas,por parte de heranças e em grande maioria vinda através de sua profissão de comerciante,todos os homens deveriam do mesmo modo adquirir.Além disso,não teria nenhuma serventia se estes bens fossem usados sem cautela,principalmente se for , devedor, aos deuses,ou aos homens.
A justiça é uma das virtudes mais importante na vida humana. A partir dessa afirmativa, é notório os diversos significados atribuídos ao campo semântico dessa palavra,cada um dos cidadãos aponta um novo significado.O contexto apresentado por Polemarco é o de que o homem justo é mais útil que o injusto e ainda,que,o conceito de justiça seria fazer o bem aos amigos,e o mal aos inimigos. O conceito é aceito,porem,esse fator dependeria das circunstâncias,segundo Sócrates.Diante disso,uma outra hipótese permeia entre o diálogo,a de que os honestos são bons e justos e não tem capacidade de cometer injustiça,e uma outra de que a justiça consiste em fazer o bem aos amigos e prejudicar os inimigos,e Sócrates mais uma vez usa paradigmas,a de que se fizer mal aos cavalos ruins eles tornarão ainda mais piores que antes,de igual modo acontece com os cães.Aos ruins deve-se agir com bondade,afim de fortalecer vínculos de amizade.Logo, a bondade e a justiça estão intrissecamente ligadas.A conversação é interrompida por Transímaco,que não concorda com a premissa fundamentada anteriormente,pelo fato da justiça ser sempre do mais forte. Deste modo,independentemente das cidades serem tirânicas,democráticas ou aristocráticas,o setor mais forte dentro dela seria sempre o governo,pois,as leis são criadas para seu próprio proveito:a democracia,leis democráticas,a tirania,leis tirânicas e as outras a mesma coisa,estabelecidas estas leis,se declaram justas para os governados, e castigam a quem transgride ,culpando-o de justiça.
Glauco dialoga com Sócrates com relação aos bens e suas consequências. Os bens estariam intrinsecamente ligados à virtude da justiça,e que esta útima dependeria da lei.Para ilustrar esse fato,Glauco conta a lenda de que um homem chamado Giges,da Lídia era pastor e ovelhas servia o rei.Depois de uma tremenda tempestade,a parte do solo em que o rebanho estava abriu-se.Giges desceu até o abismo e avistou um cavalo de bronze oco,e ao olhar assustadamente,viu um cadáver que tinha nas mãos um anel de ouro que se apoderou.Então,conspirou contra a rainha e matou o rei,tomando assim o poder. Deste modo, o autor faz uma breve do que é ser justo em meio às riquezas, podendo levar a injustiça. Todos os discursos apresentam fatos sobre a virtude, o vício e a estima que dedicam aos homens e aos deuses,que tal efeito produzem na alma do jovem dotado de bom caráter que os ouve e é capaz, saltando de uma opinião para outra para extrair respostas acerca de algumas perguntas, a respeito do caminho à seguir,para atravessar a vida de melhor maneira possível.A justiça é sugerida como esse melhor caminho,não deve-se viver de aparências,pois deste modo não conquistará completa felicidade,nem tampouco a verdade
.As principais necessidades de uma cidade consiste em três camadas necessárias.A primeira delas seria a alimentação,a segunda,o direito à moradia,por fim,o vestuário e tudo que lhe diz respeito.Para base dessas precisões a Pólis seria composta essencialmente de quatro a cinco homens e cada um deve desempenhar a sua função para toda a comunidade,por exemplo, o lavrador sozinho garantiria a alimentação.
No meio do diálogo um dos integrantes da dialética põe em pauta a questão da guerra na cidade,pois com o aumento dela,teria que haver guerreiros,sendo estes,possuidores de forças por natureza,e ainda se possível,filósofos,pois não se podia guerrear em favor da cidade sem a melhor arma,a Filosofia.
Sócrates aponta a questão das crianças, sobre o que deviam e o que não deviam ouvir. Os pais deviam ensinar seus filhos a honrar as divindades, e a eles mesmos, e a terem em grande conta, a amizade entre as pessoas.Nesse contexto é abordado pelo autor os discursos,tanto os verdadeiros quanto os falsos.Ele exemplifica essas afirmações com Fábulas,que não deviam serem ensinadas nas escolas,apenas antes,no ginásio.Além disso,devia se convencer as mães e amas à contar apenas coisas enaltecedoras à essas crianças,como por exemplo,as fábulas de Hesíodo,Homero,dentre outros.Ainda é especificado o modelo ideal dos poemas à serem lidos.Devia ser excluídas aquelas que a mentira não possuíam beleza,quando os deuses e os heróis eram mal representados,além disso,devia-se ainda evitar contar que os deuses faziam guerra entre si e armavam recíprocas ciladas.Esse seria apenas um dos fatores que contribuiria para que,os futuros guardiães da Pólis considerassem o cúmulo da vergonha,discutir levianamente. Elas deviam aprender dos pais, uma boa educação fundamentada em bons princípios pois contribuiria para a boa administração da Pólis, a formação cidadã começaria em casa,e esse aprendizado logo mais fortaleceria o vínculo do conhecimento, objetivando deste modo o governo da cidade. Esse seria apenas um dos variados fatores que contribuiria para que os futuros guardiães da Pólis considerassem o cúmulo da vergonha,discutir levianamente.
Em determinado momento, Adimanto questiona-se a respeito de quem era Deus.Para ele Deus seria um ser bom e justo,e por isso não deveria ser excluído das fábulas que seriam escritas,e por sua grande perfeição,tudo deveria ser perfeito em todos os aspectos.Os cidadãos deveriam ser também verdadeiros assim como Ele,e os jovens por sua vez, deveriam buscar a temperança e a justiça em tudo o que fizessem.
Apenas os líderes da cidade podiam mentir, mas somente em caso de busca do bem e interesses para ela.Em virtude dos inimigos
e cidadãos,a todas as demais não se pode mentir,pelo contrário,buscar sempre ser verdadeiro,pois a mentira comentida será considerada o mesmo erro comparado à um doente que não conta o que realmente sente,ao médico.No decorrer da obra são usadas metáforas para explicar fatos,tais como essa apresentada, afim de possibilitar rápido raciocínio e ideais imposta pela cidade-estado.
Diante das perspectivas apontadas na dialética, não há uma boa cidade sem que haja boas leis, estas se mostram proveitosa mais para os governos do que para os governados. Uma boa constituição garante igualdade para as pessoas. Glauco,em conversa com Sócrates acrescenta o uso da medicina na cidade-estado.Caso qualquer um que desempenhasse determinada função ficasse doente,deveria dá um remédio para que a doença evacuasse,ou então, fazer uma cauterização ou incisão para que se libertasse dela.Mas se alguém prescrevesse um longo regime com ligadores em volta da cabeça,era pra dizer que não tem tempo para estar doente.O trabalho está em primeiro lugar no Estado republicano.Assim os guerreiros,os médicos deviam aprender desde cedo técnicas para cuidar da saúde,e que ainda não se deve curar o corpo pelo corpo,mas o corpo pela alma.O juiz exercia um cargo muito importante na cidade ideal,por isso,deveria ter uma alma boa e justa.Deveria ser dotado de conhecimento,rodeado de filosofias.A perversidade e a virtude são contraditórias ao ponto de vista do juiz.
A música era tida, como algo especial. A juventude deveria desenvolver desde cedo,esse talento.A ginástica também era de suma importância,só que ela fortalecia o corpo,e os sons encantava a alma.Segundo Sócrates,na cidade todos eram irmãos,mas o deus que os formou,misturou muitas substâncias,esse é um dos motivos pelo qual há diversas opiniões.Os bens materiais é tido na obra como algo sem importância,apesar de ser útil aos moradores.Além disso,a riqueza e a pobreza se contradizem,se não houvessem riqueza,não haveriam possibilidades de haverem guerras. Na cidade deve prevalecer o princípio de liberdade, o livre arbítrio conduz os cidadãos a refletirem o que são de fato as leis. Deve-se haver dentro desse princípio normas aprendidas até então quando crianças.
As relações entre o homem e o Estado mostram-se confrontantes ao longo da narrativa platônica. Os pensamentos democráticos, oligárquicos, tirânicos e real é o Estado, mas também cada um que vive neste.
No decorrer da dialética é argumentado o fato relacionado a participação das mulheres e crianças nesta cidade ideal.As mulheres podiam exercer as mesmas funções do homem,mas para isso,seria necessário que passassem por um processo rigoroso.Neste contexto,a visão preconceituosa dentro da Pólis seria desclassificada.Segundo Sócrates,as diferentes naturezas acarreta diferentes funções,e também,a natureza da mulher,difere no homem.Deste modo,fica explicito que tudo depende do modo de criação,vinda dos pais,o que afirmara Céfalo no início da dialética.
As cidades deveriam ser governadas por filósofos, pois estes, além de saberem da verdade, eram dotados de razão. Os desprendimentos de bens materiais também deveriam fazer parte da virtude dos governadores, para que deste modo não haja virtudes corruptas. Para explicitar tal afirmação, são discorridos argumentos da metafísica.A sabedoria era o foco de quem dominaria o Estado,pois a falta de conhecimentos por parte do dominador,privariam os demais cidadãos de conhecerem verdades necessárias ao raciocínio e obter determinadas premissas fundamentadas em causas sociais.
O mito da caverna apresentado no decorrer da obra é uma alegoria pela qual admite a libertação do filósofo do mundo sensível para o mundo inteligível. A caverna é apontada na obra como alguém que não conhece a verdade, que vive no obscuro sem ver a luz do conhecimento. Neste contexto, o autor explicita novamente o uso da educação para a formação filosófica. A música e a ginástica compõem a fala do dialético, além de outras áreas tais como, a matemática, a geometria,astronomia e, sobretudo da dialética. Para tornar-se um lugar ideal, devia-se haverem critérios de escolha dos futuros filosóficos, por exemplo, a iniciação devia ocorrer na infância, estudar disciplinas na juventude, aos trinta anos devem passar pelo processo mais importante,o estudo do bem e só depois poderia governar o Estado. As quatro formas de governos existentes na sociedade relacionavam com os quatro tipos de homens. A timocracia,a oligarquia,a democracia e a tirania.A timocracia e aproxima-se da aristocracia.O nascimento da aristocracia teve origem na corrupção da timocracia,pois a ambição e o amor pelo dinheiro define esse sistema.Todas as ações dos governos sociais provocam revolta na classe mais pobre,o que,por consequência gera o regime democrático Em um dos capítulos, Sócrates aborda a razão pela qual o a tirania não devia ter o domínio sobre uma cidade, a princípio argumenta que os cidadãos desenvolvem sentimentos sempre contrários à lei, principalmente nos sonhos. Logo após, afirma que para o tirano, o que realmente importa é a satisfação de seu apetite. Para Sócrates,o ideal governo não devia ser egocêntrico, devia pensar no bem de todos e agir de modo consciente em sociedade, a fim de conquistar ideais para todos os cidadãos. No decorrer do contexto, o autor da dialética ainda ressalta que o maior castigo consistia em ser governado por alguém pior que nós,e um dos fatores contribuintes à isso,seria a deficiência do conhecimento, que logo mais levaria ao fracasso da sociedade, neste ponto, novamente é ressaltado o mito da caverna, pois sem a luz da verdade não haveria uma cidade justa. A caverna no contexto seria a cidade, ou quem mantinha o poder da mesma, enquanto os demais permaneceriam na escuridão. A justiça nesse sentido exerceria outra função, a de unir a cidadania à fonte verdadeira do conhecimento.
No fim da obra é perceptível a conclusão de que o cidadão deve ser justo e honesto. Para essa afirmativa, o dialético conta a história de Er ,filho de Armênio.Segundo a história,ele numa batalha e depois do décimo segundo dia ressucitou,e assim que recuperou os sentidos,contou que assim que a alma dele deixou o corpo,caminhou com as demais para o além e chegaram a um lugar divino onde ovistaram na terra duas aberturas,lado a lado,e no céu,ao alto,duas outras que ficavam na fronteira.No meio,estavam sentados juízes,que,tendo dado a sua sentença,ordenavam aos justos que se dirigissem à direita na estrada que subia até o céu com um letreiro que continha seu julgamento,e aos maus,que se dirigissem à esquerda,na escada descendente,levando também um letreiro que continha seus feitos.
De acordo com as injustiças cometidas, eram recebidas para cada falta,dez vezes a sua punição e cada uma dela,duravam cem anos, e assim,desciam ao Hades.
Breve análise
Escrita por volta de 380 a.C., a obra A República do filósofo grego Platão,descreve de modo significativo,a dialética de Sócrates,e é particularmente rica em termos filosóficos, políticos e sociais.Além disso, a obra divide-se em dez partes.
Nos livros I e II o texto se concentra numa tentativa de definição do que seria realmente a aplicação da justiça perante a comunidade. Sócrates começa a dialogar com Glauco e Adimanto, definindo o ato de governar como estar a serviço dos governados, que a justiça é superior à injustiça e é preferível sofrer a injustiça do que praticá-la. Onde houver justiça, aí está a felicidade.
Nos livros III a V os diálogos evoluem para a definição dos princípios da justiça, ou seja, o que constitui a verdadeira justiça administrada à população. O primeiro princípio da justiça seria a solidariedade social, forma pela qual a pessoa contribui para o bem estar coletivo. O segundo é o desprendimento, dever consciente de pessoas realmente dispostas a prover o bem comum.
Os livros VI e VII tratam da necessidade da justiça em si. Nele é apresentado a famosa,a Alegoria da caverna procurando mostrar que a verdade pode ser atingida por meio do conhecimento.
Nos livros VIII e IX, o tema é a decadência da cidade, decorrente da concentração do poder nas oligarquias e o surgimento da tirania.
O livro X retoma todo o conteúdo e aborda em síntese a justiça com uma história.
O local do diálogo é a casa de Polemarco, irmão de Lísias e Eutidemos, filho do velho Céfalo. Os principais personagens do diálogo são Sócrates; os dois irmãos de Platão, Glauco e Adimanto; Nicerato, Polemarco, Lísias, Céfalo e Trasíma