A Moça do Violoncelo
Imagem: capa do livro elaborada por Fernando Estanislau
Um dos bons hábitos da vida é gostar de ler, reler, sugerir, recomendar leituras... Indico este livro, que já li faz um tempinho, mas que mereceu esta análise, uma releitura e também a recomendação.
Sempre que leio os escritos de J. Estanislau Filho - e olha que o li pela primeira vez em 1984- fico na dúvida se o que leio é inspirado nas memórias do autor ou simplesmente obra da sua imaginação fértil, criativa, curiosa e poética.
Sempre que li ou leio J Estanislau Filho, vem- me um sentimento bom de brasilidade, uma sensação boa de querer me atrever a entender e misturar-me um pouco a essa mineiridade tão presente em seus textos de tons tão variados, tão plurais.
Na coletânea de contos A Moça do Violoncelo ( Edição do autor – 2015) que também tem uma coletânea de poemas Estrelas, seu nono livro, as histórias de Stan, como gostam de lhe chamar seus amigos, trazem consigo a marca e a força da universalidade e são atemporais, como uma boa prosa entre comprades e amigos.
Sempre que li ou leio seus contos e causos, encantam-me seus personagens. “Gente é pra brilhar” diz Caetano Veloso e “as gentes”, os personagens brilham e ao mesmo tempo são “gente como a gente”; gente que luta por seus sonhos, por dignidade e inteireza e são tão universais que eu poderia jurar que aquela mulher gorda, aquele homem magro ou ainda aquele casal que plantava flores já foram meus vizinhos ou parentes de algum amigo. Aliás, quem sabe não foi aquele cão sem dono que revirou minha lixeira?
As “gentes” do livro, sem esforço nenhum, entram porta adentro de nossa casa, de nosso coração e contam-nos histórias muito familiares, mas também nos contam do inusitado e, sem pieguices, contam-nos das dores e dos prazeres do mundo. Todos com sua brasileirice, sua sensibilidade latente, sua consciência cidadã planetária tão explicita, tão herança do seu criador.
E não há como impedir que o autor entre também na nossa vida de leitores, assim, gentilmente, delicadamente, encantando-nos com um texto enxuto, firme, pleno de bons sentimentos sobre o mundo que, por vezes, amedronta e provoca o que há de melhor e pior nesse ser que se humaniza ou desumaniza com igual rapidez. E como mistura ficção e realidade com rara habilidade, somos personagem também quando refletimos sobre o olhar, sobre a casa em que habitamos, sobre o direito de mais luz em nossas vidas.
Lembro que quando em 1984, em plena militância e efervescência no Movimento Estudantil em BH, comprei o livro “Poetas Gerais das Minas”, assumidamente influenciada pela apresentação de Frei Beto, prólogo de D. Pedro Casaldáliga e orelha do músico Rubinho do Vale, não fazia ideia de que encontraria ali o poeta J Estanislau Filho. Reencontrei-o no mundo virtual em 2009 e, desde lá, somos leitores um do outro, amigos, parceiros de ilusão poética e companheiros de sonho e luta por um mundo melhor e um país justo e democrático.
Afirmo, sem medo de errar, que as histórias contadas aqui, nesse livro trazem aos leitores e leitoras o sentimento bom da mineirice do Stan, que já está para além das fronteiras dessas Minas tão gerais, tão plurais; traz a alegria dessa maneira tão particular de contar histórias ao mundo, coisa que ele tão bem sabe fazer.
E sobre os poemas da coletânea Estrelas, a segunda parte, ou o outro livro do livro? Bom, isso é uma outra boa conversa...
Página do autor no RL
https://www.recantodasletras.com.br/autores/jestanislaufilho
Blog do autor: http://jestanislaufilho.blogspot.com/
Imagem: capa do livro elaborada por Fernando Estanislau
Um dos bons hábitos da vida é gostar de ler, reler, sugerir, recomendar leituras... Indico este livro, que já li faz um tempinho, mas que mereceu esta análise, uma releitura e também a recomendação.
Sempre que leio os escritos de J. Estanislau Filho - e olha que o li pela primeira vez em 1984- fico na dúvida se o que leio é inspirado nas memórias do autor ou simplesmente obra da sua imaginação fértil, criativa, curiosa e poética.
Sempre que li ou leio J Estanislau Filho, vem- me um sentimento bom de brasilidade, uma sensação boa de querer me atrever a entender e misturar-me um pouco a essa mineiridade tão presente em seus textos de tons tão variados, tão plurais.
Na coletânea de contos A Moça do Violoncelo ( Edição do autor – 2015) que também tem uma coletânea de poemas Estrelas, seu nono livro, as histórias de Stan, como gostam de lhe chamar seus amigos, trazem consigo a marca e a força da universalidade e são atemporais, como uma boa prosa entre comprades e amigos.
Sempre que li ou leio seus contos e causos, encantam-me seus personagens. “Gente é pra brilhar” diz Caetano Veloso e “as gentes”, os personagens brilham e ao mesmo tempo são “gente como a gente”; gente que luta por seus sonhos, por dignidade e inteireza e são tão universais que eu poderia jurar que aquela mulher gorda, aquele homem magro ou ainda aquele casal que plantava flores já foram meus vizinhos ou parentes de algum amigo. Aliás, quem sabe não foi aquele cão sem dono que revirou minha lixeira?
As “gentes” do livro, sem esforço nenhum, entram porta adentro de nossa casa, de nosso coração e contam-nos histórias muito familiares, mas também nos contam do inusitado e, sem pieguices, contam-nos das dores e dos prazeres do mundo. Todos com sua brasileirice, sua sensibilidade latente, sua consciência cidadã planetária tão explicita, tão herança do seu criador.
E não há como impedir que o autor entre também na nossa vida de leitores, assim, gentilmente, delicadamente, encantando-nos com um texto enxuto, firme, pleno de bons sentimentos sobre o mundo que, por vezes, amedronta e provoca o que há de melhor e pior nesse ser que se humaniza ou desumaniza com igual rapidez. E como mistura ficção e realidade com rara habilidade, somos personagem também quando refletimos sobre o olhar, sobre a casa em que habitamos, sobre o direito de mais luz em nossas vidas.
Lembro que quando em 1984, em plena militância e efervescência no Movimento Estudantil em BH, comprei o livro “Poetas Gerais das Minas”, assumidamente influenciada pela apresentação de Frei Beto, prólogo de D. Pedro Casaldáliga e orelha do músico Rubinho do Vale, não fazia ideia de que encontraria ali o poeta J Estanislau Filho. Reencontrei-o no mundo virtual em 2009 e, desde lá, somos leitores um do outro, amigos, parceiros de ilusão poética e companheiros de sonho e luta por um mundo melhor e um país justo e democrático.
Afirmo, sem medo de errar, que as histórias contadas aqui, nesse livro trazem aos leitores e leitoras o sentimento bom da mineirice do Stan, que já está para além das fronteiras dessas Minas tão gerais, tão plurais; traz a alegria dessa maneira tão particular de contar histórias ao mundo, coisa que ele tão bem sabe fazer.
E sobre os poemas da coletânea Estrelas, a segunda parte, ou o outro livro do livro? Bom, isso é uma outra boa conversa...
Página do autor no RL
https://www.recantodasletras.com.br/autores/jestanislaufilho
Blog do autor: http://jestanislaufilho.blogspot.com/