DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA

Doze homens e uma Sentença

Este filme se passa em Nova York, relatando um Júri de um jovem, processado por homicídio a facada de seu pai. Após seis dias de julgamento, os jurados se reúnem na Sala Secreta, para condenarem ou absolverem o Réu, do crime lhe imputado. O veredicto tem que ser unanime, quer seja a favor ou contra a pena de morte na Cadeira Elétrica. Diferentemente da legislação brasileira, o numero de jurados aqui são sete, que não podem se comunicarem sobre o processo, sob pena de anulação do julgamento. Lá os Jurados se comunicam sobre o crime e o numero de jurados que daqui são sete, lá são doze, que por sua vez, devem julgar por unanimidade. Só deixam a sala secreta quando houver o veredicto ou o Júri será anulado. O transcorrer do filme se passa na Sala Secreta, trancados, até que por votação unanime, o réu seja absolvido ou condenado. Após exaustiva secção de julgamento, ouvida a acusação, e os peritos judiciais, bem como testemunhos, manifesta-se a defesa, os Jurados se reúnem na Sala Secreta para o seu veredicto. Certos de que já estão decididos, pela condenação, ao apurarem os votos, são surpreendidos com a indecisão de um deles, que pede tempo para discutir sobre o depoimento das testemunhas que não lhe foi convincente. Cria-se animosidade entre eles, porque já estavam exaustos, já estavam convencidos da autoria do crime, não tinha mais que prolongar a decisão sobre o obvio. Porém o poder de persuasão sobre os demais o faz líder e promove a discussão. Em que pese o ambiente estrar carregado pela impaciência, o calor ambiental fazendo uma sauna, mesmo com as janelas abertas, e com ventilador sem funcionamento. Como costume da época, a maioria deles fumantes, importunando os fumantes passivos pela exalação da fumaça no ambiente. Tudo contribui pela impaciência e agressividade entre eles. Os jurados se conhecem entre si por números, desconhecendo seus nomes e profissões que exercem na vida metropolitana. O líder relembra que uma das testemunhas mora no andar debaixo da sena do crime, em seu depoimento diz ter ouvido dizer: -“eu te mato”. Em seguida ouviu barulho de um corpo caindo no chão. A Testemunha sai do seu apartamento e leva 15 segundos até ver o criminoso abrindo a porta da rua e se evadindo. Lembra que o vizinho tem dificuldade de caminhar em face de sequela por derrame. Observando a planta do apartamento, verifica a metragem da distancia do quarto, em que ouviu a ameaça, até o corredor que vai ao pé da escada, onde viu o suspeito sair para a rua. Resolve caminhar na Sala Secreta, os passos correspondentes à metragem, arrastando a perna lesionada e verifica as incoerências relativas à sua caminhada e o tempo ocorrido na fuga. Com estas observações consegue mudar dois votos dos que haviam condenado. Em seguida se refere à outra testemunha que mora do outro lado da rua, onde existe estrada de ferro entre as moradias, e que a testemunha viu da sua janela, a cena do outro lado, justamente no momento em que foi despertada quando da passagem do trem. Levanta-se a duvida de como é possível ver uma cena na passagem do trem quando as janelas passam entrecortando o cenário que ela diz ter visto. Além do mais, a testemunha no Júri se mostrou sem óculos, porém a certeza de que era usuária das lentes estava na marca nas narinas pelo assentamento da armação sobre o nariz. E como podia ela ter visto a cena, se no momento, ela estava sem óculo; uma vez que ela se levantou da cama na passagem do trem, e, como é sabido, ninguém dorme de óculos. Assim argumentando nova apuração dos votos resultou na contagem de seis a seis. Nessas alturas, cai um temporal na cidade as janelas são fechadas e luzes acesas, vindo a funcionar o ventilador que estava conectado com a ligação das luminárias. O Líder então pede ao serviço do Fórum que traga a arma do crime, e passam a examiná-la, momento em que o líder saca do bolso de seu paletó outra idêntica faca e passa a mostrar seu manuseio. Trata-se de uma faca automática, daquelas que apertando um botão a lamina solta de dentro do cabo. E a forma como foi ferido mortalmente, não poderia ter vindo de cima para baixo, mesmo porque o criminoso era mais baixo que a vitima. A facada teria que ter vindo de baixo para cima, sem antes manuseá-la de forma que não pegaria a vitima de surpresa, podendo haver o revide no contra golpe, excluindo a hipótese de autoria do crime. Com esta explanação, auferindo os votos, chega-se em onze votos pela absolvição. E na derradeira convicção do intransigente, se passa uma confissão de culpa psicológica entre pai e filho em face do enredo do júri partícipe até então irredutível das suas convicções mal resolvidas. Termina o filme com a absolvição unanime, graças à persistência de um em detrimento da maioria, que pelo convencimento salvou a vida de um condenado, quiçá entre tantas condenações pela pressa de resolver as suas comodidades em detrimento do juízo formado pela convicção da verdade. Quantas vezes não somos os primeiros a condenar as pessoas pela aparência e não pelo exame da realidade dos fatos ocultos.

Chico Luz

CHICO LUZ
Enviado por CHICO LUZ em 12/05/2018
Reeditado em 03/07/2018
Código do texto: T6334851
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