Resumo do Livro: O Monge e o Executivo

O Monge e o Executivo

Uma historia sobre a essência da liderança

James C. Hunter

Em seu prólogo, o autor fala da decisão de um gerente-geral que se diz ser superocupado que deixou a fabrica para passar uma semana num mosteiro ao norte de Michigan. Segundo o gerente, Simeão era um nome que o perseguia desde quando ele nasceu. Quando ele se batizou na igreja luterana o versículo bíblico escolhido foi o segundo capitulo de Lucas que fala a respeito de um homem chamado Simeão.

Quando foi crismado na igreja luterana o pastor escolheu o mesmo trecho de Lucas sobre Simeão. Vinte e cinco anos depois ele teve um sonho com um homem muito velho vestido com um manto negro vindo de um grande crucifixo de concreto, que o agarrou e disse: “Ache Simeão e ouça-o”. E no dia do seu casamento o pastor também se referiu em sua homilia a Simeão.

De acordo com o autor, no final dos anos 1990, o gerente se sentia num momento de gloria, pois era empregado em uma importante indústria de vidro plano, era gerente geral de uma fabrica com mais de quinhentos funcionários e mais de cem milhões de dólares em vendas anuais e sendo o gerente-geral mais jovem da historia da companhia. Tinha autonomia, um bom salário acrescido de bônus segundo as metas da empresa.

Casado com Rachel há dezoito anos, se conheceram na universidade Valparaiso, onde se formou em administração de empresas e ela em psicologia. Rachel era infértil a solução foi adotar um menino ao qual lhe deu o nome de John. Dois anos depois Rachel ficou grávida, e deu a luz a Sara que ele disse ser o seu segundo milagre. Vida equilibrada em todos os sentidos, segundo ele. Além do apartamento na cidade, tinham uma casa muito bonita á beira do lago Erie, onde navegavam num barco à vela ou percorria em Jet ski, dois carros novos na garagem, tiravam duas férias por ano, e ainda acumularam uma poupança respeitável. Uma vida mansa cheia de muitas satisfações.

O autor diz que John não se deu conta que a sua família estava se desestruturando. Um dia sua esposa lhe disse que se sentia infeliz no casamento, pois as suas “necessidades não estavam sendo satisfeitas. Os relacionamentos com os filhos também não iam bem John Jr. Estava ficando cada vez mais malcriado e agressivo com a mãe. Sara também estava diferente, seu trabalho também passava por uma mudança, e até o time da pequena liga de beisebol que ele treinava há seis anos como voluntario, parecia está contra ele. De acordo com o autor, apesar do status e de todo o bem-estar que usufruía, por dentro era só tumulto e conflito. Sua esposa Rachel sugeriu que ele conversasse com o pastor. Apesar da resistência, mesmo assim, ele obedeceu a sua esposa. O pastor recomendou que ele participasse de um retiro no mosteiro cristão chamado João da Cruz.

Os frades desse mosteiro pertenciam à ordem de São Bento nome do frade que idealizou a vida monástica “equilibrada”. Os frades viviam centrados em três premissas: Oração, trabalho e silêncio. Mas o que chamou mais a atenção de John foi segundo o autor, foi quando o pastor disse que um dos frades era Leonard Hoffman, um ex-executivo de uma das maiores empresas dos Estados Unidos, pois ele sempre quis saber o que tinha acontecido com o lendário Len Hoffman. Quando ele contou sobre a conversa que teve com o pastor, sua esposa sorriu entusiasmada e disse; “Isso é exatamente o que eu ia sugerir a você John”. Apesar de relutar, John concordou em fazer o retiro na primeira semana de outubro.

Rachel dirigiu durante seis horas até o mosteiro e chegaram á entrada de João da Cruz ao anoitecer. Na hora da despedida John disse: Ligarei para você quarta-feira a noite. Quem sabe depois desta semana eu me torne o cara perfeito que você quer que eu seja e então desista de tudo pra virar frade? Ela respondeu dizendo: Muito engraçado John! Após os beijos e abraços, ela entrou no carro e se afastou deixando para trás uma nuvem de poeira.

John pegou sua maleta e se dirigiu ao edifício da entrada e foi atendido pelo padre Peter que disse-lhe que ajudava a dirigir a casa de hospede. Satisfazendo a curiosidade de John, o padre Peter lhe passou todas as informações necessárias dizendo-lhe: O irmão James é o nosso reitor há vinte anos, ele é o líder que elegemos, quanto aos hospedes dessa semana, são três homens e três mulheres que serão distribuídos em três quartos que nós temos lá em cima. As mulheres ficaram no quarto número um o maior de todos, o hospede do exercito ficará no quarto número dois só pra ele, e você dividirá o de número três com Lee Buhr ministro batista de Pewaukee, no Wisconsin. Quanto as programações disse o padre Peter: Além das programações religiosas diárias, teremos aulas durante sete dias, começando amanhã de manhã e continuando até a manhã de sábado. As aulas serão dadas neste edifício, das noves ás onze da manhã e das duas ás quatro da tarde. Nas horas vagas, você pode passear ler estudar, conversar com nossos guias espirituais, descansar, ou fazer o que deseja. A única área interditada é a clausura, onde os frades comem e dormem.

John quis saber por que o padre Peter se referia a alguns frades como “irmãos” e a outros como “padre”. E teve a seguinte explicação: Os padres são sacerdotes ordenados, e os irmãos são leigos de diferentes setores. Todos nós fizemos votos de trabalhar juntos e compartilhar nossas vidas. Os trinta e três irmãos e padres têm igual status aqui.

Em seguida John disse-lhe que gostaria de conhecer Len Hoffman e conversar sobre alguns assuntos com ele. Peter disse-lhe que encaminharia o seu pedido, mas disse-lhe que seria ele que iria aplicar o curso de liderança para sua turma. Em seguida disse-lhe: A propósito John, há dez anos o reitor deu a Len Hoffman o nome de irmão Simeão.

No dia seguinte, John foi acordado pelo seu companheiro de quarto o pastor Lee, de Wisconsin com um bom dia antes mesmo de ele desligar o despertador. John disse: Prazer em conhecê-lo. Após lavar-se, John saiu a procura da capela, após encontrá-la assentou-se e aguardou a hora do inicio da liturgia que começou as cinco e meia e todos os participantes do retiro receberam folhetos para acompanhar. Depois de vinte minutos aproximadamente a cerimônia terminou e John caminhou em direção a biblioteca pra fazer uma pesquisa na internet sobre Leonardo Hoffman onde encontrou mais de mil itens sobre ele.

Depois da missa das sete John foi buscar um agasalho no seu quarto antes do café da manhã, mas acabou se encontrando com Simeão de quatro no chão concertando o vazamento do vaso sanitário. Após John se apresentar, Simeão disse: Você é John, o padre Peter me disse que você queria me encontrar. John lhe disse que gostaria de encontrá-lo todos os dias que estivesse ali, e lhe disse que tinha um sonho recorrente, e aconteceram algumas outras coincidências estranhas sobre as quais gostaria de conversar.

Simeão lhe disse que precisaria de permissão especial para juntar-se a ele. E disse mais: Nosso reitor irmão James, geralmente aceita bem esse tipo de pedido. Em seguida Simeão disse que se ele quisesse poderia encontrar-se com ele as cinco da manhã na capela antes da primeira cerimônia. O que John plenamente concordou. Despediu-se dizendo que precisava terminar o serviço para não se atrasar para o café da manhã, e disse que o veria na sala de aula as nove em ponto.

Naquela primeira manhã de domingo, John chegou cinco minutos antes do começo da aula. Simeão já estava em pé ao lado da janela que dava para o lago, os cinco participantes já estavam sentados em torno do circulo, e John ocupou um dos sofás ao lado do seu companheiro de quarto. Quando o relógio soou nove vezes, Simeão puxou uma cadeira em direção ao pequeno grupo, e disse: Bom dia sou o irmão Simeão. Nós próximos dias terei o privilégio de compartilhar alguns princípios de liderança que mudaram minha vida. Quero que saibam que fico impressionado quando penso no saber coletivo presente nesta sala e estou ansioso para aprender com vocês. Pensem nisso. Se fossemos somar todos os anos de experiência de liderança presentes neste circulo, quantos anos vocês acham que teríamos? Provavelmente um século ou dois, não acham? Então aprendemos uns com os outros nesta semana porque, por favor, acreditem eu não tenho todas as respostas. Mas creio firmemente que juntos somos muito mais sábios do que cada um sozinho, e juntos faremos progressos nesta semana. Estão prontos? Após todos concordarem, Simeão pediu que cada um dos seis se apresentasse brevemente e dissesse às razões que o levaram a participar do retiro.

Apresentaram-se: Lee o pregador, Greg um jovem sargento do exercito, Tereza, de origem hispânica, diretora de uma escola pública, Chris uma mulher negra, alta e atraente, treinadora do time de basquete da universidade estadual de Michigan, e uma mulher chamada Kim que John não ouviu o que ela disse porque estava muito ocupado pensando no que diria a respeito de si mesmo. Quando ela terminou, Simeão olhou para John e lhe pediu que resumisse o que a Kim falou a respeito de seus motivos para estar participando do retiro. John constrangido respondeu: Admito que não ouvi muito do que ela disse gaguejou baixando a cabeça. Peço desculpas a você, Kim.

Após agradecer a John pela honestidade Simeão disse: Ouvi é uma das habilidades mais importantes que um líder pode escolher para desenvolver. E disse mais: durante esta semana, enquanto estivermos juntos, existe apenas uma regra. Quero que vocês me prometam que falarão sempre que tiverem vontade. O que significa “ter vontade de falar?” o sargento perguntou. É aquela sensação de que você tem uma contribuição a dar. Não tentem negar nem bloquear essa sensação durante esta semana. Disse mais o irmão Simeão: Todos vocês têm cargos de liderança e pessoas confiantes aos seus cuidados. Eu gostaria de desafiá-los esta semana a começarem a refletir sobre a terrível responsabilidade que assumiram quando optaram por ser líder. O principio de liderança que vou compartilhar com vocês não são novos nem foram criados por mim. São tão velhos quanto às escrituras e, no entanto são novos e revigorantes como o nascer do sol desta manhã. Esses princípios se aplicam a cada um e a todos os papeis de liderança e vocês têm o privilegio de exercer. E cada um de vocês deve tomar decisões pessoais sobre a aplicação desses princípios a suas vidas. Exercer influencia sobre os outros, que é a verdadeira liderança, está disponível para todos, mas requer uma enorme doação pessoal.

O pregador Lee companheiro de quarto de John disse: Eu notei que você usa muito as palavras líder e liderança e parece evitar gerente e gerencia. É de propósito? Simeão respondeu dizendo: Gerência não é algo que você faça para os outros. Você gerencia seu inventario, seu talão de cheques, seus recursos. Você até pode gerenciar a si mesmo. Mas você não gerencia seres humanos. Você gerencia coisas e lidera pessoas.

Logo em seguida com a ajuda do grupo definiram a palavra liderança dessa forma: Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum. Simeão definiu também poder e autoridade. Sobre poder ele disse: É a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer. E autoridade é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influencia pessoal.

Sobre velhos paradigma Simeão disse: desafiar os velhos caminhos requer muito esforço, mas acomodar-se nos paradigmas ultrapassados, também. O mundo está mudando tão rapidamente que podemos ficar paralisados se não desafiarmos nossas crenças e paradigmas. E diz que no novo paradigma a pirâmide deve ser invertida e que um líder é alguém que identifica e satisfaz as necessidades legitimas de seus liderados e remove todas as barreiras para que possam servir ao cliente. Para liderar você deve servir. Quanto ao modelo de liderança, ele apresenta a pirâmide com os seguintes itens: liderança, autoridade, serviço e sacrifício, amor e vontade. E disse mais: Intenções mais ações é igual a vontade. Só quando nossas ações estiverem de acordo com nossas intenções é que nos tornamos pessoas harmoniosas e lideres coerentes.

Quanto ao verbo, Simeão diz para o grupo: Em nosso modelo, dissemos que a liderança é construída sobre autoridade ou influencia, que por sua vez são construídas sobre serviço e sacrifício, que são construídos sobre o amor. Então, por definição, quando vocês lideram com autoridade serão chamados a doar-se, amar, servir e até sacrificar-se pelos outros. Mas uma vez, amar não é como você se sente em relação aos outros, mas como se comporta em relação aos outros.

Quanto ao ambiente, Simeão disse que não fazemos o crescimento ocorrer. O melhor que podemos fazer é fornecer o ambiente certo e provocar um questionamento que leve as pessoas a se analisarem para poderem fazer suas escolhas, mudar e crescer. Sobre escolha, Simeão disse que o caminho para a autoridade e a liderança começa com a vontade. A vontade são as escolhas que fazemos para aliar nossas ações às nossas intenções. Ele disse que no final todos temos que fazer escolha a respeito de nosso comportamento e aceitar a responsabilidade por essas escolhas.

Em seguida ele apresenta os quatro estágios necessários para adquirir novos hábitos e habilidades. Sobre a recompensa disse: Amar aos outros, doar-nos e liderar com autoridade nos forçam a quebrar nossos muros de egocentrismo e ir ao encontro das pessoas. Quando negamos as nossas próprias necessidades e vontades e nos doamos aos outros, crescemos. Tornamo-nos menos autocentrados e mais conscientes dos outros. A alegria é uma conseqüência dessa doação.

No fim do retiro, os seis participantes almoçaram juntos antes de se despedir. As lagrimas rolaram livremente. John disse para Simeão: Não sei como agradecer a você por esta semana, Simeão, aprendi coisas tão valiosas. Só espero que possa aplicar algo do que aprendi quando voltar para casa. Simeão disse: Você fará bem, John, estou certo disso. Mas onde começar, Simeão? Disse John. Respondeu Simeão: Você começa com uma escolha.

Conclusão

O livro aborda de uma forma brilhante e convincente, como se deve liderar. As experiências contadas por um grupo de seis pessoas que ficaram recluso no mosteiro João da Cruz e aprimoradas pelo irmão Simeão que foi o seu professor durante uma semana, são transformadora.

Aprendemos nesse livro que liderar com autoridade é doar-se, amar, servir e até sacrificar-se pelos outros, ou seja, o ato ou os atos de doação aos outros, identificando e atendendo suas legítimas necessidades.

Não é o tipo de amor definido como Eros desejo ardente, storge afeição, philos ou fraternidade do tipo: “você me faz o bem e eu faço o bem a você”. Mas ágape um amor incondicional, baseado no comportamento e pela escolha, não o sentimento do amor.

Antonio Sergipano
Enviado por Antonio Sergipano em 20/03/2018
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