VANGUARDA NA ARTE

Aula de professor voluntário - tópicos avulsos com projeções:

1---EXPRESSIONISMO - Movimento insurreto contra o convencionalismo acadêmico e o excesso de sensação de luz e cor do IMPRESSIONISMO;  dramaticidade, tristeza, pessimismo;  formas e cores fortes denunciam revoltas;  imagens deformadas, chegando quase ao caricato; tendência permanente na arte que se acentua nos períodos de crise social;  o pintor expressionista não representa os dados objetivos da natureza, mas suas próprias sensações, logo, arte repassada de subjetivismo;  sentido dramático revolucionário do Expressionismo domina toda a arte moderna.  Representantes no Brasil - gravador GOELDI e pintor LASAR SEGALL. ---------- 2---FAUVISMO (do francês, ‘fauve’, fera) ou FOVISMO - Estilo iniciado em 1901.  Paris, Salão de Outono, 1905 - pintores não seguidores do cânone impressionista - crítico de arte viu as cores gritantes de alguns trabalhos, um pequeno bronze à maneira florentina do escultor MARQUE e exclama em tom de sátira:  “Donatello (escultor renascentista italiano) entre feras!” - frase logo se difundiu;  MATISSE lidera os vários coloristas, considerados inimigos da arte;  assim, surge o Fovismo, com o ideal de exaltação da cor pura e formas planas;  não constitui escola-teoria e sim o resultado momentâneo do convívio de artistas estimulados pelos mesmos objetivos, não as suas faculdades intelectuais e sim as sensações elementares;  ao fim de 1907, rompimento com o Fovismo e adesão ao CUBISMO, nova estética - MATISSE e DUFY conservam até o fim a força do Fovismo;  raízes na obra de GAUGUIN, sentimento primitivista expresso nas cores vivas, puras e formas elementares. ---------- 3---CUBISMO - De 1907 a 1914, revolução estética e técnica, realizada principalmente por BRAQUE e PICASSO;  conseqüência da preocupação de CÉZANNE, pós-impressionista, em simplificar a forma  de sugerir a idéia da totalidade da estrutura do objeto;  profunda e ampla influência na pintura moderna, extensão a arquitetura, decoração, artes gráficas e desenho industrial;  a princípio, como acontecera com o IMPRESSIONISMO, hostilidade geral e incompreensão;  sobre a primeira exposição de BRAQUE, crítico de arte fala de cubos e depois, no mesmo jornal, refere-se à “bizarrias cúbicas”;  nova linguagem plástica:  estética conceitual, ordenação objetiva do mundo traduzido da essência e não da aparência;  na primeira fase do movimento, artista decompõe a estrutura dos objetos em pequenas formas que se interpenetram - cubismo analítico;  mais tarde, decomposição mais simplificada da estrutura dos objetos, sintetizando a forma - cubismo sintético;  cubistas introduzem na arte moderna colagens (introdução na pintura de materiais estranhos à técnica de pintar:  pano, vidro, metal) e texturas (pinceladas pastosas  e tintas grossas com o propósito de despertar sensação tátil. ----- HQ - “Bichinhos de jardim”, de CLARA GOMES - Caracol:  “Joana, tenho um projeto!”  Joaninha:  “Ser um caramujo normal de jardim?”  Caracol:  “Não exatamente...  Ir para a lua!”  Joaninha finge desmaiar.  Caracol:  “O herói e o artista são sempre uns incompreendidos...” ---------- 4---FUTURISMO - “Manifesto da Poesia Futurista”, do poeta italiano FELIPPO MARINETTI, em 1909:  “A velocidade é o nosso deus, o novo código de beleza (...) criamos a eterna velocidade onipresente (...)” - manifesto, fruto do encontro de MARINETTI com três pintores italianos, depois as assinaturas de mais dois, lido em março de 1910, publicamente, em Turim, dias mais tarde espalhado em milhares de exemplares, apelo à rebelião ousada de artistas jovens;  em novo texto, abril, manifesto técnico da pintura futurista - multiplicação de tudo que está em movimento (acham o CUBISMO demasiado estático, “muito chegado a museu,  estranho demais à  exasperação dinâmica do mundo moderno”);  negam o passado, glorificam o futuro;  proclamação agressiva do dinamismo universal;  representar repetidas vezes uma pessoa descendo uma escada;  substituir a representação realista por linhas e planos, entrecruzando-se em ângulos com o objetivo de sugerir movimento;  teoricamente confuso, testemunho da crise cultural do homem contemporâneo desde os primeiros anos do século XX. ---------- 5---ABSTRACIONISMO - Corrente que se afasta da representação objetiva da realidade física;  não reproduz formas e cores das imagens ou aparências da realidade visualmente existente;  profundamente discutido o termo ‘abstrato’ pois qualquer arte é abstrata;  pioneiros seriam  de origem russa desde 1916 com o precursor lituano TCHURLIANIS; entretanto, em 1909, uma tela de PICABIA já é abstrata;   uma aquarela de KANDINSKY, em 1910, manchas de cores justapostas, sem intenção figurativa, e nesse mesmo ano ele escreve uma obra fundamental, “Do Espiritual na Arte”, nova estética; em 1912, o tcheco KUPKA expõe telas futuristas diretamente inspiradas pela música, e DELAUNAY cria o ORFISMO, exaltando também a abstração e o lirismo da cor pura; em 1913, MALEVITCH denomina a abstração geométrica que deriva do Cubismo, de SUPREMATISMO, cujos elementos são o retângulo, o triângulo e a cruz, e expõe um quadrado  negro com fundo branco;  manifesto em 1915, redigido junto com o poeta russo MAIAKOVSKI - objetivo de atingir o máximo de sensibilidade, deixando de lado o próprio objeto;  na tentativa de atingir o nada, chegam ao quadro ‘Branco sobre o branco’, de MALEVITCH;  quase simultaneamente, TATLIN cria o movimento CONSTRUTIVISTA e REDCHENKO o NÃO-OBJETIVISMO;  em 1917, na Holanda, MONDRIAN e o movimento STIJL surgem opostos à tendência lírica e orgânica de KANDINSKI e impõem a tendência geométrica e intelectual do Abstracionismo; o NEOPLASTICISMO de Mondrian tem raízes no Cubismo e orienta a arte para a pureza e a universalidade da matemática, empregadas as cores consideradas ‘puras’ - vermelho, amarelo e azul, limite às linhas e aos ângulos retos, este co símbolo do movimento;  em 1930, DOESBURG, em substituição à ARTE ABSTRATA, cria o termo ARTE CONCRETA; mais ousado, o Abstracionismo repercute na obra de vários pintores;  revelação importante foi a escola norte-americana que criou estilo próprio, principalmente com POLLOCK surgindo a “action painting” (ação em pintura), pintura rápida, do gesto, que segundo o pintor “não provém do cavalete , tela não estendida antes de pintar - aplicada contra a parede dura ou estendida no chão, trabalhar dos quatro lados , entrar literalmente dentro... afastar-me cada vez mais dos utensílios usuais do pintor, como cavalete, paleta, brochas etc., preferindo bastões, pás, facas, pintura fluida escorrida, pasta espessa com areia, vidro socado e outros materiais estranhos à pintura”.  Representantes no Brasil - IBERÊ CAMARGO, IVAN SERPA, ALUÍSIO CARVÃO, MANANU MABE e outros.

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FONTE:

Texto de Edgar de Carvalho Júnior - Rio, revista “Tempo de arte”, n.3-4 - MEC.

F  I  M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 12/11/2017
Código do texto: T6169514
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