Análise de "Uma História do Mundo" escrito por David Coimbra

Terminei de ler há alguns dias, um livro que ganhei de presente a muito tempo, mas o coloquei em minha singela biblioteca pessoal para lê-lo posteriormente e acabei demorando mais do que planejava, mas enfim, o livro é: Uma História do Mundo, escrito por David Coimbra.

Caso alguém esteja almejando ler este livro, aqui está minha opinião.

O livro é muito bom no que diz respeito a dados históricos. Nota-se que o autor leu, estudou e pesquisou muito antes de escrevê-lo. O autor também expõe as fontes de onde tirou as informações que colocou no livro, o que acho muito bom e, de fato, não é muito comum em livros desse tipo. Assim sendo, parabenizo o autor pelos estudos, pela pesquisa realizada e por mostrar as fontes.

Porém, como crítica, digo que o autor possui uma escrita que me parece imatura. Ele usa uma linguagem comum e fácil ao longo da maior parte do livro, porém em alguns momentos da narrativa ele coloca palavras rebuscadas e fora de um colóquio cotidiano, por exemplo: na página 7, o autor narra o seguinte "[...] Mas como foi que derrotamos os neandertais? Trata-se de profundo mistério. Eles tinham tudo para nos vencer. Nós, que digo, somos os sapiens sapiens, os "homens duplamente sábios". Verdade que fomos nós mesmos que nos pespegamos esse nome [...]". Repararam no "pespegamos"? Não é muito comum né? Não parece uma palavra desconhecida em meio a muitas conhecidas, por assim dizer?

Depois, na página seguinte, ele repete o feito, "[...] peles claras absorvem melhor os raios de sol, providencial para quem vive em lugares frios como a Alemanha, onde foi descoberto o primeiro esqueleto neandertal, mas um problema se você precisa viver a vida praiana sob uma canícula de 40ºC [...]" Viram de novo? Canícula? Pois bem, ele faz isso ao longo do livro inteiro. Tive a impressão de que o autor, enquanto escrevia, tentava encontrar palavras incomuns e rebuscadas com o intuito de parecer culto, mas as adicionava ao texto conforme as lembrava, ou seja, esporadicamente.

O autor também demonstra desprezo pela religião cristã. Se não me falhe a memória nesse momento em que escrevo esse texto, em todas as vezes em que mencionou algum personagem ou acontecimento bíblico, o fez com ironias, com deboche e sempre tentando dar um ar cômico aos personagens e às histórias. Um exemplo evidente disso, é quando o autor narra o acontecimento bíblico sobre Lot e suas filhas. "[...] Aí, no escuro da caverna, dá-se um incidente extraordinário que é tratado com inexplicável naturalidade pela Bíblia. Como não havia homem pelas imediações, as filhas de Lot traçaram um plano: embriagaram o pai e, de acordo com o autor, "dormiram" com ele, primeiro a mais velha, depois a mais nova, uma noite depois da outra. Cada uma gerou um filho: Moab, o pai dos moabitas, e Bem-Ami, pai dos amonitas. Um terrível caso de incesto, mas nem a Bíblia nem o Senhor tecem considerações a respeito. [...]" Ou seja, aqui, David Coimbra demonstra seu desprezo e desrespeito pela cultura religiosa cristã, através de uma análise rasa, superficial e medíocre de uma situação que não compreende o seu verdadeiro significado. Aliás, David Coimbra não está sozinho quanto a isso, muitas pessoas que não compreendem a Bíblia e tampouco a fé cristã se utilizam de argumentos como, comicidade, ironia e deboche para referir-se a inúmeros personagens e acontecimentos bíblicos.

A meu ver, utilizou trechos de livros de outros autores, em demasia. Não precisava ter dedicado tantas páginas a esse trechos. Isso passou a legítima impressão de que o autor queria que seu livro tivesse mais páginas do que seu conteúdo intelectual lhe permitia escrever, logo, optou por utilizar páginas inteiras de livros alheios para fazê-lo.

Também tive a nítida impressão de que o autor utilizou algo em torno de 70% do livro para falar sobre o Egito. Sei bem que o Egito teve uma importância ímpar na história da civilização humana, logo, já esperava ler muita coisa sobre este país em um livro intitulado "Uma História do Mundo", porém entendo que o autor poderia ter feito maiores "links" com o mundo contemporâneo através da perspectiva histórica de como o Egito surgiu.

Enfim, se eu tivesse que recomendar o livro, o faria, porém, apenas como fonte de pesquisas e informações sobre a história, mas não como análise histórica. Isso, pelo simples fato de que análise histórica sobre qualquer coisa, precisa ser imparcial e fria, o autor deve sempre tratar as fontes históricas com imparcialidade e frieza, mas David Coimbra passou muito longe disso ao escrever esse livro.

Thiago Costa Reis
Enviado por Thiago Costa Reis em 12/10/2017
Reeditado em 15/10/2017
Código do texto: T6140450
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