Amistad
Em 1839 o navio negreiro espanhol "Amistad" (Amizade), transportava escravos para as suas colônias, este se destinava à Cuba, com escravos africanos arrancados de suas raízes, como se fossem plantas ao consumo ambicioso dos dominadores.
Um dos africanos , "Sengbe Pieh", chamado posteriormente de Joseph Cinque pelos americanos, conseguiu se soltar das correntes, e iniciou a rebelião, onde mataram toda a tripulação, deixando somente dois espanhóis vivos, no propósito do testemunho e condução do veleiro até a África.
Os dois tripulantes no entanto, desviaram-se da rota e levaram o navio até a costa dos EUA, onde os escravos foram aprisionados para julgamento, lá iniciou-se uma série de julgamentos, pois os americanos quiseram se apoderar do navio e da carga, mas haviam tratados bilaterais entre os países, e outros internacionais, que não poderiam ser assim, violados. Os dois espanhóis, sobreviventes também reivindicaram a propriedade, pensando em seus próprios bolsos, e esse caso " verídico" se tornou emblemático.
Por fim, graças a habilidade do jovem advogado de defesa, e do próprio Adam ( sim, aquele que assinou a constituição), conseguiram devolver os negros de volta ao continente africano, à Serra Leoa.
O filme é maravilhoso, retrata muito bem o que de fato aconteceu, a dificuldade da comunicação com idiomas e costumes, a desconfiança total dos escravos para com o bem intencionado advogado, o julgamento com bases tão contraditórias, e a ambição sobre a liberdade.
A volta nunca deixa as coisas como eram, além das marcas emocionais, a revolta, a descrença na violação de direitos... no retorno , (conta a história), não mais encontraram a sua gente, seus lares já não existiam, provavelmente também já haviam sido levados por outros navios negreiros.
Sempre houveram abolicionistas, pessoas e grupos que lutavam por ideais de liberdade, uma dessas sementes germinou em 1787, na Inglaterra, que conseguiu levar cerca de quatrocentos alforriados para a África, estabelecendo a "Província da Liberdade", em Serra Leoa, chamada depois de " Freetown", e esses libertos eram chamados de "krios", porque tinham origens de tribos e locais diversos, entre si mal se entendiam. Como vemos, os pecados foram muitos e de grande proporção.
Hoje, quando falamos em preconceito racial, as palavras que vem de arrasto são; inferioridade, submissão, vergonha, desrespeito...e sabemos que o homem sempre escravizou, e até hoje se escraviza em menor escala, em pequenos detalhes, em contratos mal feitos, em subjugar empregados, em oprimir esposas e filhos, em pagar menos do que se deve, enfim...em usar o próximo em seu próprio benefício, sem pudor.
Por fim, penso que o Amistad ainda navega por vários mares, de velas bem abertas, esperando que outros "Cinque" venham romper suas amarras.
Em 1839 o navio negreiro espanhol "Amistad" (Amizade), transportava escravos para as suas colônias, este se destinava à Cuba, com escravos africanos arrancados de suas raízes, como se fossem plantas ao consumo ambicioso dos dominadores.
Um dos africanos , "Sengbe Pieh", chamado posteriormente de Joseph Cinque pelos americanos, conseguiu se soltar das correntes, e iniciou a rebelião, onde mataram toda a tripulação, deixando somente dois espanhóis vivos, no propósito do testemunho e condução do veleiro até a África.
Os dois tripulantes no entanto, desviaram-se da rota e levaram o navio até a costa dos EUA, onde os escravos foram aprisionados para julgamento, lá iniciou-se uma série de julgamentos, pois os americanos quiseram se apoderar do navio e da carga, mas haviam tratados bilaterais entre os países, e outros internacionais, que não poderiam ser assim, violados. Os dois espanhóis, sobreviventes também reivindicaram a propriedade, pensando em seus próprios bolsos, e esse caso " verídico" se tornou emblemático.
Por fim, graças a habilidade do jovem advogado de defesa, e do próprio Adam ( sim, aquele que assinou a constituição), conseguiram devolver os negros de volta ao continente africano, à Serra Leoa.
O filme é maravilhoso, retrata muito bem o que de fato aconteceu, a dificuldade da comunicação com idiomas e costumes, a desconfiança total dos escravos para com o bem intencionado advogado, o julgamento com bases tão contraditórias, e a ambição sobre a liberdade.
A volta nunca deixa as coisas como eram, além das marcas emocionais, a revolta, a descrença na violação de direitos... no retorno , (conta a história), não mais encontraram a sua gente, seus lares já não existiam, provavelmente também já haviam sido levados por outros navios negreiros.
Sempre houveram abolicionistas, pessoas e grupos que lutavam por ideais de liberdade, uma dessas sementes germinou em 1787, na Inglaterra, que conseguiu levar cerca de quatrocentos alforriados para a África, estabelecendo a "Província da Liberdade", em Serra Leoa, chamada depois de " Freetown", e esses libertos eram chamados de "krios", porque tinham origens de tribos e locais diversos, entre si mal se entendiam. Como vemos, os pecados foram muitos e de grande proporção.
Hoje, quando falamos em preconceito racial, as palavras que vem de arrasto são; inferioridade, submissão, vergonha, desrespeito...e sabemos que o homem sempre escravizou, e até hoje se escraviza em menor escala, em pequenos detalhes, em contratos mal feitos, em subjugar empregados, em oprimir esposas e filhos, em pagar menos do que se deve, enfim...em usar o próximo em seu próprio benefício, sem pudor.
Por fim, penso que o Amistad ainda navega por vários mares, de velas bem abertas, esperando que outros "Cinque" venham romper suas amarras.