CONSIDERAÇÕES LITERÁRIAS SOBRE A OBRA DE TADEU BAHIA: O ILUMINISMO E O BARROCO NA BAHIA

CONSIDERAÇÕES LITERÁRIAS SOBRE A OBRA DE TADEU BAHIA: GREGÓRIO DE MATOS E VOLTAIRE, O ILUMINISMO E O BARROCO NA BAHIA.

Incumbido, pelo autor Tadeu Bahia, de tecer algumas considerações sobre sua obra Barroca e Iluminista, debrucei-me, com vagar, sobre este magistral trabalho literário, o qual enfoca, sobremaneira, aspectos biográficos de dois geniais expoentes da literatura; Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet, que transforma-se em ícone de renome do Iluminismo, e Gregório de Matos e Guerra, poeta crítico e mordaz, que explorou o Barroco, cerca de, cem anos antes do nascimento de Voltaire, embora o período Barroco já houvesse surgido no século XII.

A obra, em apreço, não se prende exclusivamente a narrar os feitos históricos desses dois baluartes da prosa e da poesia. Espaços, no conteúdo da presente, foram muito bem preenchidos com narrativas espetaculares sobre escritores, compositores, cineastas e poetas baianos surgidos e consagrados pelo público brasileiro, e até mundial, a exemplo de Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro, Paulo Garcez de Sena, Derval Gramacho, Maíra Pondé de Sena, Carlos Pita, Mabel Velloso, Ivan Dórea Soares, Gracinha Sales, Luiz Ademir Souza, Claudionora Rocha, Jorge Portugal, Douglas Almeida, ALMAndrade, José Rodrigues Filho, Antônio Fernando Pinto, Naílton Chaves, José Alcides Pinto (cearense), entre tantos outros. Também encontraram eco, nesta obra, expoentes literários como Fernando Pessoa, Nietzsche, e Jonh Locke.

Parte extensa e objetiva desta obra dedica-se a narrar os anos de chumbo da cruel ditadura civil-militar, no Brasil, que perseguiu, prendeu e expulsou do país o seu melhor cabedal culto-literário. O autor aborda suas próprias andanças e fugas lépidas para conseguir escapar ao tacão dos militares, os quais viam em tudo que se escrevia, à época, um iminente perigo à doutrina da segurança nacional, pretexto, sempre usado, para pôr a ferros, expulsar do país, e até eliminar fisicamente, ou dar sumiço nos corpos, inclusive pessoas que não representavam perigo armado algum, a exemplo de Rubem Paiva e Vladimir Herzog, entre tantos outros.

O autor, em sua verve autêntica contra a tirania das ditaduras, tece contundentes críticas à revolução cubana demonstrando sua posição não-alinhada: nem à direita e nem à esquerda, no conflito Norte/Sul que dividiu o mundo econômico, na segunda metade do século XX.

O Tadeu Bahia, como memorialista nato, exterioriza o seu apego às coisas de sua terra natal, e circunvizinhança, enfatizando sua vivência juvenil e adolescente, nos municípios de Santo Amaro e Amélia Rodrigues; demonstrando, nas tintas de sua escrita, aspectos pueris e românticos, sobretudo jocosos, dessa convivência acontecida em idos já bem distantes. Dá pitorescos exemplos de forte aproximação com a família Veloso, em geral, enaltecendo a figura da matriarca D. Canô, a quem tratava por D. Canozinha; e a Mabel Velloso, poetisa de extremo talento.

A obra alcança, ainda, nuances histórico-geográficas do recôncavo baiano, escapando, inclusive, dessa microrregião, para adentrar no agreste, ao narrar as vivências do autor na cidade de Feira de Santana, onde estudou e trabalhou, participando dos folguedos de rua e ouvindo as peripécias do famigerado Lucas da Feira, todavia, os principais relatos desta, permeiam a cidade da Bahia, hoje cidade do Salvador, que serviu de palco aos acontecimentos expostos pelo autor, de forma bastante original, estribado em escrita escorreita, convincente e bem fundamentada.

Depois de apreciar e deliciar-me com a leitura deste exponencial trabalho, assevero que o leitor que, por sorte ou motivos outros, tenha o privilégio de examinar este texto extraído de alfarrábios guardados, com carinho, pelo autor, passará a deter, em suas mãos, um excelente material bibliográfico para pesquisa histórico-geográfica, bem como de um acervo literário capaz de fornecer respostas às diferentes indagações sobre o Barroco, o Iluminismo, e fundamentalmente, sobre os principais escritores e poetas que, com suas paixões e atitudes, moldaram a plêiade que deu rima e voz aos Bardos, os quais, ora se expondo ora se escondendo, legaram, no limiar do século XXI, ao presente, estes tempos de liberdade.

Não me estenderei além do que foi explicitado, pois o melhor está por vir nas indeléveis páginas, magistralmente realçadas por nosso Vate e Escritor Antônio Tadeu Bahia de Menezes, em uma contundente demonstração de conhecimento, inspiração, e colaboração à literatura.

AMÉLIA RODRIGUES – BAHIA Em 28 de abril de 2016.

Engº Agrº José Rodrigues Filho

OBS: O livro já foi lançado no IGHBa. (Instituto Geográfico e Histórico da Bahia) em 05 de abril de 2017.

José Rodrigues Filho
Enviado por José Rodrigues Filho em 04/05/2017
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