Meu Patrono Visto Por Mim - Paulo Coelho - 14/10/2016
Meu Patrono Visto Por Mim
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18
A obra de Paulo Coelho é um sucesso editorial, é um fenômeno editorial. Mas não é só isso. Sua obra é marcada por um estilo próprio que, mesmo quando contestado ou criticado, transpassa como água límpida e cristalina, tão simples como o sol de verão, banhando com seus raios quem aproveita o bem estar ao ar livre.
Sendo um dos 20 escritores mais lidos do mundo, juntamente com Gabriel García Márquez ou Umberto Eco, Paulo Coelho apresenta em sua literatura o que pode ser considerada por muitos, trivial. Porém numa leitura mais detalhada, é percebido que o seu charme new age que vem de encontro da sede de transcendência e de metafísica – e de lucidez – só poderia utilizar-se de uma linguagem simples, sintética e objetiva para efetivar esse tipo de abordagem estilística. A forma é o conteúdo e o conteúdo é a forma. Por que dizer esotérico e dizer hermético, é dizer difícil e complexo. Só pode ser soletrado pelo leitor médio contemporâneo junto com simplicidade e fluidez.
A saída fácil que alguns afirmam sobre a obra do autor, não se sustenta. Escrever sobre sentimentos humanos com um caldo de cultura new age e de espiritualidade profunda não é tarefa fácil. É para quem conhece e dialoga com os meandros da escrita em consonância com o sonho da conspiração mística e com a literatura atual ao mesmo tempo. É para quem sabe da importância de pesquisadores do esotérico e da contracultura como Alan Watts, Osho, Krishnamurti, Fritoj Capra, dentre outros pensadores e iluminados que revolucionaram nossa forma de sentir a vida no século XX e consequentemente nossas existências no atual século XXI.
Vejamos os seguintes trechos de As Valkírias de Paulo Coelho:
“[...]Toda tarde, antes que Vahalla viesse chamar Paulo para passear no deserto, ele e Chris praticavam a canalização, e conversavam com seus anjos. Embora o canal ainda não estivesse completamente aberto, sentiam a presença da proteção constante, do amor e da paz. Ouviam frases sem sentido, tinham algumas intuições, e muitas vezes a única sensação era de alegria – nada mais. Entretanto, sabiam que conversavam com anjos, e que os anjos estavam contentes[...].” (As Valkírias, pág 83)
“[...]Um dia chegará em que os que batem na porta verão ela se abrir; os que pedem, receberão; os que choram, serão consolados[...].” (As Valkírias, págs 236-237)
Segundo Gabriel Perissé, mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH – USP, “Paulo Coelho é amado em virtude do seu gnosticismo sincrético, seu esoterismo exotérico, seu catolicismo reencarnacionista, sua sensibilidade agudíssima para as demandas espirituais e psíquicas do nosso tempo, sua sabedoria tão despretensiosa [...]”
Numa frase atribuída ao escritor quando se referia a Jorge Luis Borges, o autor afirma em texto publicado pelo Jornal do Brasil em 27/07/1996, “o negócio é não complicar.”
Em suma, privilegiando o mistério, o sonho e o oculto, o autor surgiu como um paradigma, como um exemplo para quem busca respostas mais “elevadas” num contexto social desequilibrado, ao mesmo tempo individualista e massificante, tecnologicamente avançado e espiritualmente abandonado, pluralista, mas tacanho.
A simplicidade é a chave da literatura de Paulo Coelho, que preza tanto pela boa escrita quanto pela mensagem, pela essência do que está sendo dito, característica que é encontrada em raríssimas obras literárias hoje em dia.
Referências:
Paulo Coelho - Fenômeno Editorial - site -http://www.hottopos.com/mirand4/suplem4/paulo.htm
Gabriel Perissé - Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP
e Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico
As Valkirias - livro - Paulo Coelho - Editora Rocco - Rio de Janeiro - 1995
Meu Patrono Visto Por Mim
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18
A obra de Paulo Coelho é um sucesso editorial, é um fenômeno editorial. Mas não é só isso. Sua obra é marcada por um estilo próprio que, mesmo quando contestado ou criticado, transpassa como água límpida e cristalina, tão simples como o sol de verão, banhando com seus raios quem aproveita o bem estar ao ar livre.
Sendo um dos 20 escritores mais lidos do mundo, juntamente com Gabriel García Márquez ou Umberto Eco, Paulo Coelho apresenta em sua literatura o que pode ser considerada por muitos, trivial. Porém numa leitura mais detalhada, é percebido que o seu charme new age que vem de encontro da sede de transcendência e de metafísica – e de lucidez – só poderia utilizar-se de uma linguagem simples, sintética e objetiva para efetivar esse tipo de abordagem estilística. A forma é o conteúdo e o conteúdo é a forma. Por que dizer esotérico e dizer hermético, é dizer difícil e complexo. Só pode ser soletrado pelo leitor médio contemporâneo junto com simplicidade e fluidez.
A saída fácil que alguns afirmam sobre a obra do autor, não se sustenta. Escrever sobre sentimentos humanos com um caldo de cultura new age e de espiritualidade profunda não é tarefa fácil. É para quem conhece e dialoga com os meandros da escrita em consonância com o sonho da conspiração mística e com a literatura atual ao mesmo tempo. É para quem sabe da importância de pesquisadores do esotérico e da contracultura como Alan Watts, Osho, Krishnamurti, Fritoj Capra, dentre outros pensadores e iluminados que revolucionaram nossa forma de sentir a vida no século XX e consequentemente nossas existências no atual século XXI.
Vejamos os seguintes trechos de As Valkírias de Paulo Coelho:
“[...]Toda tarde, antes que Vahalla viesse chamar Paulo para passear no deserto, ele e Chris praticavam a canalização, e conversavam com seus anjos. Embora o canal ainda não estivesse completamente aberto, sentiam a presença da proteção constante, do amor e da paz. Ouviam frases sem sentido, tinham algumas intuições, e muitas vezes a única sensação era de alegria – nada mais. Entretanto, sabiam que conversavam com anjos, e que os anjos estavam contentes[...].” (As Valkírias, pág 83)
“[...]Um dia chegará em que os que batem na porta verão ela se abrir; os que pedem, receberão; os que choram, serão consolados[...].” (As Valkírias, págs 236-237)
Segundo Gabriel Perissé, mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH – USP, “Paulo Coelho é amado em virtude do seu gnosticismo sincrético, seu esoterismo exotérico, seu catolicismo reencarnacionista, sua sensibilidade agudíssima para as demandas espirituais e psíquicas do nosso tempo, sua sabedoria tão despretensiosa [...]”
Numa frase atribuída ao escritor quando se referia a Jorge Luis Borges, o autor afirma em texto publicado pelo Jornal do Brasil em 27/07/1996, “o negócio é não complicar.”
Em suma, privilegiando o mistério, o sonho e o oculto, o autor surgiu como um paradigma, como um exemplo para quem busca respostas mais “elevadas” num contexto social desequilibrado, ao mesmo tempo individualista e massificante, tecnologicamente avançado e espiritualmente abandonado, pluralista, mas tacanho.
A simplicidade é a chave da literatura de Paulo Coelho, que preza tanto pela boa escrita quanto pela mensagem, pela essência do que está sendo dito, característica que é encontrada em raríssimas obras literárias hoje em dia.
Referências:
Paulo Coelho - Fenômeno Editorial - site -http://www.hottopos.com/mirand4/suplem4/paulo.htm
Gabriel Perissé - Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP
e Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico
As Valkirias - livro - Paulo Coelho - Editora Rocco - Rio de Janeiro - 1995