Prefácio da obra VOZES QUE CALAM (SEMENTES LÍRICAS) de minha autoria pela poetisa Helena Fragoso
Prefácio
Mauricio Duarte é poeta, contista e romancista, além de artista visual e ilustrador. É formado em Desenho Industrial – Programação Visual na Escola de Belas Artes da UFRJ. Formado também em Web Design no SENAC de Niterói – RJ. Formado ainda em Produção Textual com a poetisa Maria Regina Moura na editora Canteiros em Maricá. Participou da Antologia 100 poemas 100 Poetas e da Antologia Poemas Breves no Concurso de Poesia ambas da Editora Literacidade. Foi selecionado no Concurso Cultural Feiticeiro das Letras da Alquimia das Letras. Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni. Membro da SAL (Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo) e Membro Acadêmico da cadeira 18 da Academia de Letras Virtual do Grupo Intenção e Gestos.
Conheci o autor, Maurício Duarte, através da Academia Virtual de Letras, e desde o início, constatei ser um escritor com uma noção perfeita do nosso tempo.
Embora o nosso conhecimento seja apenas no campo virtual, existiu desde os primeiros contatos, uma empatia com tudo o que ele escrevia, por considerar que além da riqueza de linguagem, os seus poemas, crónicas e artigos, tinham uma essência de pureza humana.
Neste livro, Maurício Duarte, traz-nos as suas percepções do mundo atual, mostra-nos através das suas vozes que calam, a frieza, a desumanização, até mesmo a indiferença da mídia, perante acontecimentos da nossa sociedade; mídia essa que nos apresenta casos e casos, sem que haja a preocupação de nos dar uma informação detalhada e isenta, até mesmo mais precisa, apenas se limitando a fazer uma apresentação rápida e muitas vezes tendenciosa; se repararmos, as notícias nos chegam em catadupa, sem que se demore para uma apreciação mais valorizada dos problemas.
Limita-se a dar-nos informação, atrás de informação, muitas vezes de forma bombástica, para criar audiência, como por exemplo a televisão, no fundo mais com o intuito de criar audiência, sem estar muito preocupada com o âmago da questão, e muito menos para nos apresentar o assunto de uma forma que nos faça pensar, discutir, acabando por nos mostrar apenas e não informar cabalmente tudo o que deveria ser mostrado ou falado sobre o assunto.
Também, nós mesmos, com a vida apressada que vivemos, juntamente com as nossas prioridades, que muitas vezes e em muitos casos, estão demasiadamente vinculadas a esta sociedade consumista, não temos a consciência nem o cuidado de analisarmos os problemas do nosso mundo, que se nos deparam dia a dia, tais como violência, fome, guerras etc....Penso também que existe em simultâneo muitos que o calam talvez por sentirem que as suas palavras não teria eco perante os outros membros da sociedade, muitos mais interessados em olhar para os seus próprios umbigos.
Os silêncios criados à volta de tudo isto, no fundo são as vozes mais importantes, exatamente por serem as que no fundo contêm o cerne das questões.
Os poemas contidos neste livro, são curtos, concisos e todos eles, nos transmitem exatamente essas vozes que calam; são poemas que não desnudam a consciência humana, a sua forma de agir e que podem por vezes ser incómodos, mas que nos abrem a mente e a consciência para todas as diversas realidades.
Os temas abordados são variados, mas todos têm em comum o que muitas vezes não queremos ouvir, porque desassossega e desnuda realidades. Realidades cósmicas, santas ou mundanas e miseráveis.
Maurício Duarte, coloca em seus poemas, com uma sensibilidade tocante, e com uma arte poética incontestável, todas estas realidades, abrindo-nos a consciência para todas essas vozes que calam
Vozes que são as mais importantes e mais necessárias.
Um livro muito interessante e com uma poesia que nos delicia pela beleza e intensidade.
Helena Fragoso
São Paulo, 23/11/2015