BRAINSTORMING, FERRAMENTA FRACA?
A Revista Brasileira de Administração (Julho/Agosto de 2015) publicou um artigo publicitário, condenando o uso do “Brainstorming” e anunciando um “milagre” intitulado “Design Thinking”, que não conheço, mas sou obrigado a divergir da crítica ao Brainstorming, feito pela revista.
Sou formado em Psiquiatria, aprendi lidando com meus amigos e clientes a ver como enfrentam os problemas nas Empresas e Sociedades Civis e me dediquei também a seguir como Consultor de Relações Humanas, nestas duas maravilhas, que crescem exatamente, por apresentarem certas dificuldades em seu trajeto.
Esta experiência levou-me a fugir dos pensamentos rígidos de Freud e outros analistas e mostrou-me que eu não tinha o direito, nem o dever de fazer com que meus clientes comessem um prato determinado, mas a buscar o que de fato os alimentasse.
O aprendizado do Brainstorming trouxe-me a duas conclusões importantes: 1ª- Não enquadrar indivíduos, ou empresas em caixas fechadas; 2ª- levando-me a ser um antecipador da Terapia Cognitivo-Comportamental , que através de perguntas sobre o que me era narrado, eu procurava levar as pessoas a buscarem as causas, os comportamentos usados e às soluções, sem jamais interferir criativamente e sim respeitando as crenças persistentes, ou modificadoras, feitas pelos clientes, desde que os satisfizessem plena e objetivamente.
Aprendi que o erro pode ser o começo do acerto, se nos aplicarmos a revê-los e pouco tempo depois aprendi um pouco mais com meu iniciante, Aaron T. Beck, criador da Terapia Cognitivo-Comportamental.
A partir daí, valorizei mais ainda o Brainstorming, por permitir que o comportamento e as rotinas sócio-industriais fossem a cada dia mais evoluídas, bastando que os dirigentes acreditassem, como eu o faço, que a cada dia podemos voltar a rever tudo aquilo que julgamos maravilhoso, ao ser criado.
Na realização do Brainstorm, desarmamos com questões geradas pelos “samambaias” (trabalhadores da base), às colocações impostas pelas “caixas contidas” dos “palmeiras imperiais” (chefias e gerentes), que assim agem, para tornar o trabalho mais fácil de ser controlado pelo seu conhecimento limitado. Comtudo os samambaias não se limitam a fazer o imposto, mas a ver soluções criadas pelo seu raciocínio, ao perceberem que a “caixa fechada” os impedem de produzir melhor e mais seguro.
Em meus escritos já citei idéias geniais, partindo da base, muitas vezes promovendo seus criadores, que tinham como propriedade fantástica, o apoio da base, contrária às regras “menstrualísticas”, vindas das paias palmeirais.
Voltando à Revista, ela afirma:
1 – “O enquadramento dos problemas é fraco”. Sou obrigado a concordar e não a generalizar, visto que os coordenadores do processo pode ser alguém culto, ou um aprendiz vomitador de idéias mal mastigadas, ou um marceneiro criador de caixinhas prisioneiras do pensamento.
2 – “Brainstormings viram críticas”. Concordo plenamente, principalmente se feitos com as pessoas que foram obrigadas a engolir críticas e a divulgá-las, para sentirem-se importantes.
3 – “Os suspeitos de sempre, falam as coisas de sempre”. Principalmente aqueles que nem perceberam que podem atingir os níveis superiores de raciocínio. Coitados!
4 – “O Brainstorming produz mais trabalho e a organização vai acabar com todas as idéias de qualquer forma”. Trabalho é vida, desde que aperfeiçoado sempre. Se a empresa é composta de mentecaptos, aconselho aos dirigentes que a vendam para pessoas mais cultas e comecem a vender sorvetes e picolés, pois o paladar ficará fresco, como daqueles que já nasceram assim por inteiro.
Perdoem-me os leitores, mas só sei que nada sei, mas o poço que sei, me faz tornar esclarecedor do óbvio que minha burrice ainda percebe e que me dita: “Viver é crescer na competência!”.
Garanto que lerei o “Design Thinking”. Quem sabe os promotores não aprenderam ao fazer promoções e novo livro será de fato algo muito bom, sem prejudicar o maravilhoso “Brainstorming”, que não me obriga a fazer com que eu pense dentro da “caixinha” e sim descubra maravilhas, nunca limitadas.
Tenho um amigo fantástico, que está paralítico do pescoço para baixo, vítima da Esclerose Bilateral Amiotrófica. Conversamos sempre e ele me assusta ao mostrar como é capaz receber e analisar as propostas que o mundo lhe faz.
Eu só tenho um desejo: Ter um pequeno tempo antes de partir, para ver se consegui algo de bom, se fiz algumas pessoas perceberem: como somos, o que queremos e como o faremos.
Exibicionismo? NUNCA!
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Dr. Márcio Funghi de Salles Barbosa
Terapias Psiquiátricas
Perito Médico-Judicial
Consultoria de Relações Humanas
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