Comentando o romance "ALMA NUA", do escritor conquistense Marcísio Bahia
Como não tenho pretensão de ser crítico literário, possuo, muito menos, qualquer tendência a rotular tendências dos autores dos livros que tenho a oportunidade de ler, de início ao fim. Quando o texto não me agrada, deixo-o nas primeiras 30, 40 páginas,
já que tenho sempre algumas obras na fila para minhas costumeiras leituras matinais.
Ao adquirir o livro “ALMA NUA” do escritor conquistense Marcísio Bahia, entretanto, após sua dedicatória: “ao querido amigo e mestre, com afeto”, disse-lhe que leria a sua obra e a comentaria em tempo breve, compromisso que cumpro agora, após o término da leitura das 274 páginas do belo romance que nasce da mente prodigiosa de um grande cultor das letras e das artes em geral, do professor, cronista e romancista Marcísio Bahia.
Alguns amigos chamaram minha atenção para o fato de não ter meu nome citado pelo autor, incluindo-me apenas na parte final, quando ele diz ‘ao incentivo e à inspiração...’ cita dezenas de amigos e finaliza: “e à legião de amigos que não foram citados”... Já fico satisfeito em estar nesta última legião.
O prefácio do escritor Esequias Araújo Lima diz bem da riqueza de detalhes, tanto de ambientes internos, seja das mansões e dos teatros, seja dos hábitos e costumes da população menos privilegiada, trilhas e clareiras que a caravana teve que enfrentar para uma fuga quase impossível do médico Almada, milionário ferido em sua honra, apesar da desonra do seu comportamento doentio, que podia matar ou mandar matar e arruinar quem bem entendesse e que tinha o hábito de brincar com vidas alheias.
Parte do romance é desenvolvido em regiões muito conhecidas por todos nós, desde o Rio de Janeiro até Salvador, passando por Milagres, para enfim, desaguar sua tragédia na ‘terra do frio’ – Vitória da Conquista, tendo como testemunha a lona do Gran Circo Toledo Bahia, de cujo orifício feito pelo desalmado Amado, médico famoso na Bahia, sairia a bala mortal com objetivo de atingir Amália, mas que acabou por tirar a vida do negro de olhos azuis, Serafim, provável filho do assassino traído.
Por tudo isso e pelas grandes façanhas inspiradoras de imagens metafóricas que o autor teceu em favor da boa leitura, posso garantir que, quem não teve oportunidade de adquirir um exemplar dessa obra, que o faça logo.
Vale a pena conhecer a alma de tantas pessoas e personagens, integrantes de “ALMA NUA” romance de autoria do escritor conquistense Marcísio Bahia, ao qual parabenizamos, desejando-lhe muito sucesso.