Análise do poema AMANHÃ, de Patativa do Assaré
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
CCHLA – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
DLET – Departamento de Letras
Disciplina: Teoria da Literatura I
Professora: Ana Lúcia
Discente: Rosa Ramos Regis da Silva
Amanhã
(Análise do poema)
Natal/RN – maio de 2011.
Amanhã
(do Livro CANTE LÁ QUE EU CANTO CÁ – 1978)
Amanhã, ilusão doce e fagueira,
Linda rosa molhada pelo orvalho:
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.
Desta forma, na vida passageira,
Como aquele que vive do baralho,
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.
Com o belo amanhã que ilude a gente,
Cada qual anda alegre e sorridente,
Como quem vai atrás de um talismã.
Com o peito repleto de esperança,
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã.
Patativa do Assaré
(compositor, poeta e improvisador)
ANÁLISE DO POEMA
O poema escolhido para análise é um soneto. Poema com ritmo e sonoridade, composto por 14 versos, dois quartetos (quatro versos) e dois tercetos (três versos), sua principal característica que possui desde que nasceu, contendo, em cada verso, 10 sílabas poéticas.
O soneto nasceu pela criação do italiano Giacomo de Lentino, por volta do século XII, sendo utilizado pelo poeta italiano Petrarca (1304-1374), por muitos ainda considerado como seu inventor.
O número de versos é a principal característica do soneto (imutável), mas o seu ritmo e sua musicalidade são primordiais para que ele se mantenha belo como nasceu. Por isso os sonetistas continuaram a usar os versos de 10 sílabas poéticas (quer sáficos, que heróicos), e os de 12 sílabas (os alexandrinos), embora haja sonetos que não mantenham essas métricas.
Aqui, o poema escolhido pertence a um autor que viveu todo o período Modernista, tendo em vista que nasceu em 1909 e faleceu em 2002, porém não está incluso entre os mesmos por ser considerado, acredito eu, como poeta popular. É um soneto que não segue os padrões ou os moldes clássicos da poesia no que diz respeito à linguagem utilizada.
As duas primeiras estrofes do soneto analisado, trata das visões futurísticas e das realizações sonhadas: do “eu poético”, na primeira estrofe, quando o poeta diz:
[...]
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.
E do “ outro poético” , na segunda estrofe, quando diz:
[...]
Como aquele que vive do baralho,
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.
As duas últimas estrofes, tratam da forma como o “nós poético” sente-se iludido por uma esperança no futuro, sem lembrar que a morte faz parte desse futuro.
Com o belo amanhã que ilude a gente,
[...]
Porém [...]
[...] a morte também chega amanhã.
FUNÇÃO POÉTICA
O poeta usa a função poética para dizer dos sonhos e desilusões do seu “eu lírico”
REPETIÇÕES E PARALELISMO
Repetições: Amanhã - no primeiro, segundo e terceiro versos da primeira estrofe; no primeiro verso da terceira estrofe e no terceiro verso da quarta e última estrofe.
Paralelismo: ocorre em várias partes do soneto sendo dividido da seguinte forma:
[...]
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.
[...]
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira
[...]
Cada qual anda alegre e sorridente,
Como quem vai atrás de um talismã.
[...]
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã.
AMBIGUIDADES DO POEMA
... Amanhã, ilusão doce e fagueira,
[..]
[...],
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.
Com o belo amanhã que ilude a gente,
Cada qual anda alegre e sorridente,
[...]
[...]
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã.
EU POÉTICO
O “Eu poético”, não representa o a pessoa que está escrevendo, o poeta como pessoa física, mas é como se fora uma personagem que compõe o poema em si. Seria o que fala dentro daquilo que está escrito.
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
CCHLA – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
DLET – Departamento de Letras
Disciplina: Teoria da Literatura I
Professora: Ana Lúcia
Discente: Rosa Ramos Regis da Silva
Amanhã
(Análise do poema)
Natal/RN – maio de 2011.
Amanhã
(do Livro CANTE LÁ QUE EU CANTO CÁ – 1978)
Amanhã, ilusão doce e fagueira,
Linda rosa molhada pelo orvalho:
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.
Desta forma, na vida passageira,
Como aquele que vive do baralho,
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.
Com o belo amanhã que ilude a gente,
Cada qual anda alegre e sorridente,
Como quem vai atrás de um talismã.
Com o peito repleto de esperança,
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã.
Patativa do Assaré
(compositor, poeta e improvisador)
ANÁLISE DO POEMA
O poema escolhido para análise é um soneto. Poema com ritmo e sonoridade, composto por 14 versos, dois quartetos (quatro versos) e dois tercetos (três versos), sua principal característica que possui desde que nasceu, contendo, em cada verso, 10 sílabas poéticas.
O soneto nasceu pela criação do italiano Giacomo de Lentino, por volta do século XII, sendo utilizado pelo poeta italiano Petrarca (1304-1374), por muitos ainda considerado como seu inventor.
O número de versos é a principal característica do soneto (imutável), mas o seu ritmo e sua musicalidade são primordiais para que ele se mantenha belo como nasceu. Por isso os sonetistas continuaram a usar os versos de 10 sílabas poéticas (quer sáficos, que heróicos), e os de 12 sílabas (os alexandrinos), embora haja sonetos que não mantenham essas métricas.
Aqui, o poema escolhido pertence a um autor que viveu todo o período Modernista, tendo em vista que nasceu em 1909 e faleceu em 2002, porém não está incluso entre os mesmos por ser considerado, acredito eu, como poeta popular. É um soneto que não segue os padrões ou os moldes clássicos da poesia no que diz respeito à linguagem utilizada.
As duas primeiras estrofes do soneto analisado, trata das visões futurísticas e das realizações sonhadas: do “eu poético”, na primeira estrofe, quando o poeta diz:
[...]
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.
E do “ outro poético” , na segunda estrofe, quando diz:
[...]
Como aquele que vive do baralho,
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.
As duas últimas estrofes, tratam da forma como o “nós poético” sente-se iludido por uma esperança no futuro, sem lembrar que a morte faz parte desse futuro.
Com o belo amanhã que ilude a gente,
[...]
Porém [...]
[...] a morte também chega amanhã.
FUNÇÃO POÉTICA
O poeta usa a função poética para dizer dos sonhos e desilusões do seu “eu lírico”
REPETIÇÕES E PARALELISMO
Repetições: Amanhã - no primeiro, segundo e terceiro versos da primeira estrofe; no primeiro verso da terceira estrofe e no terceiro verso da quarta e última estrofe.
Paralelismo: ocorre em várias partes do soneto sendo dividido da seguinte forma:
[...]
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.
[...]
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira
[...]
Cada qual anda alegre e sorridente,
Como quem vai atrás de um talismã.
[...]
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã.
AMBIGUIDADES DO POEMA
... Amanhã, ilusão doce e fagueira,
[..]
[...],
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.
Com o belo amanhã que ilude a gente,
Cada qual anda alegre e sorridente,
[...]
[...]
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã.
EU POÉTICO
O “Eu poético”, não representa o a pessoa que está escrevendo, o poeta como pessoa física, mas é como se fora uma personagem que compõe o poema em si. Seria o que fala dentro daquilo que está escrito.