Filme Da escravidão moderna.

Começar a falar de um filme que conta a nossa própria história é como escrever uma biografia, reescrever todo nosso curso, rezar para que ele caiba nas folhas, quando o filme que iremos resumir com nossas palavras é o ‘ Da escravidão moderna, nos sentimos completamente envergonhados, uma vez que a principal personagem somos nós. Nós que ao tempo que somos escravos, nós escravizamos.

Os efeitos das ações são impossíveis de não acontecer. A medida que o homem verificou que tinha poder para fazer inúmeras coisas, inclusive filhos, o mesmo não quis parar de fazer. O ser humano pode se reproduzir, o que é, um dos fenômenos mais perfeitos pertencentes a linhagem dos seres vivos, mas, o homem não ponderou este exercício e não o faz até hoje. Amanhã não sabemos o que vai acontecer, mas, o dia e as ações decorrentes nele e hoje, são massivas preliminares que nos permitem não só a previsão do clima, mas, também a previsão de acidentes ou incidentes prováveis. O economista inglês, Robert Malthus, não precisou de uma bola de cristal para aprovar que o futuro mundial teria como uma das principais características a fome. Ele expos a ideia de que a produção de alimento comparada a ‘produção de gente’, ou nascimentos, no futuro seria desigual, ou seja, a frenética ‘mania de parir ‘ causaria fome no mundo, isso porque a produção de alimentos cresceria aritmeticamente e a produção de seres humanos de forma geográfica. Os de mil novecentos e bolinhas me perdoem, naquela época os recursos para evitar filhos ainda eram bem decadentes, mas, e hoje? Quem não tem acesso a contraceptivos? Os métodos para evitar a gravidez são os mais variados, possibilitados às pessoas e ainda assim, o numero de populações humanas não para de crescer desenfreadamente, o que comparado ao trabalho da indústria alimentícia, verifica-se extremo, uma pedra de tropeço para aqueles que desejam alimentar os povos. É muita gente, pra tão pouca comida. Quem fez isso? O acaso? Não, foi o homem quem fez. A fome é o retrato da ignorância humana. A miséria presente nos cantos e eixos das cidades, a desigualdade tão perceptível, trata-se do interesse capitalista, onde o anseio pelo avanço mesmo que desigual é bem presente nos povos. As meninas crescem querendo a Barbie em cada aniversário, ou em cada mês, as pessoas crescem e o dever que lhes é dado é justamente o dever da acumulação, o dever de acumular, ‘ o ter para ser’ é difundido em grande escala em cada comercial da TV. Obter para ser aceito, para ser igual aos que obtiveram, para não ser excluído. O capitalismo é movido pela desigualdade, se não houver desigualdade não haverá capitalismo. Quando falamos de socialismo ou qualquer outro regime que preze a igualdade entre os povos, as pessoas logo imaginam a estima de pobreza sendo difundida. Roupas, transportes, casas todos pobres e precários. Não é isso. É a igualdade. Se um, usufrui de uma boa casa, todos devem usufruir também. Uma Mercedes ou um barril de Coca- Cola PARA TODOS, escola boa, educação boa, para todos. Igualdade não é sinônimo de pobreza. Cuba atualmente é regida pelo sistema socialista, notar as pessoas com roupas da mesma ‘ estirpe’, casas nada diferentes e outras ferramentas sociais no país, assusta os capitalistas de plantão, pelo fato de enxergarem o Opala, um carro tão antigo, circulando e perceberem a ‘ desatualizada’ geração cubana, não sabendo eles que o Opala é o nível de carro, que pode ser dado para estabelecer o nível de igualdade no país. Alguns cubanos poderiam ter uma Ferrari, todos não, então, é dado ao povo, aquilo que pode ser dado a todos, o Opala no caso.

Hoje em dia não é difícil de achar empresas ecológicas, que ‘’ preservam a natureza’’, aquelas que se dizem super-interessadas na ajuda ao meio ambiente, que propagam pela mídia o dever que nós cidadãos temos que ter em relação a preservação da natureza, o efeito estufa a cada dia ganha mais espaço nos debates, e não há quem não saiba pelo menos um pouco e esteja a superfície deste problema. Mas, o contraditório em tudo isto é que o problema com a falta de preservação da natureza é decorrente desde que o homem começou a se utilizar da indústria (1820) e só então, por volta do ano de 2000, as massas populacionais começaram a ser ‘’ avisadas ‘’ que seu planeta estava em perigo, tenha santa paciência! A publicidade, a imprensa estimula o ‘ cuidar da natureza’, a coleta de lixo, nos dá a receita de como fazer o bem ao planeta terra, mas, também propaga a mania do consumo, o que intensifica a produção de lixo, que por sua vez acarreta sérios danos a natureza, paradoxal não? O que eles querem? O que nós queremos?

O documentário Da escravidão moderna, além de revelar os males sociais contemporâneos, nos instiga uma vontade à mudança de hábitos, porque queremos sim, o ar mais limpo, um planeta mais preservado, SAUDÁVEL. Queremos deixar de fazer os animais sofrerem para nos servir de alimentos, desejamos um mundo melhor e ao mesmo tempo em que queremos isto tudo, todas essas ordens beneficiarias, desejamos o ardente capitalismo, ir ao shopping umas sete vezes na semana e comprar um carro novo a cada mês. O correto seria a preservação da família e de momentos com pessoas que lhes fazem feliz, o certo seria a preservação da utilização de coisas que realmente mostram-se necessárias para viver, a priorização de uma moral própria, estes são discursos presentes no filme, que é bem extremo também, nos assuntos que se referem à econômica e política. A citação dos maiores nomes da filosofia é o que mais dá ênfase e constatação à evidencia de que tudo o que está sendo pautado no documento, são verdades ocultas.

Mirela Lourdes
Enviado por Mirela Lourdes em 26/11/2014
Reeditado em 27/11/2014
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